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- Título original: 夏の終り
- Também conhecido como: Natsu no Owari , Summer's End
- Diretor: Kumakiri Kazuyoshi
- Gêneros: Romance, Drama
Elenco e Créditos
- Mitsushima HikariAizawa TomokoPapel Principal
- Kobayashi Kaoru Papel Principal
- Ayano Go Papel Principal
- Abe SatokoKosugi YukiPapel Secundário
- Koichi Mantaro[Tomoko's ex-husband]Papel Secundário
Resenhas

Uma atmosfera impecável a serviço de muito pouco
End of Summer é um filme interessante, mas dificilmente chamaria de bom. Seu maior trunfo está na ambientação. A recriação do Japão dos anos 50/60 é tão sensorial que, por instantes, parece que estamos mesmo lá.A cinematografia também é belíssima, os enquadramentos e movimentos de câmera traduzem com delicadeza a estagnação e frustração da protagonista. Mas infelizmente, todo esse cuidado visual parece desperdiçado diante de um roteiro que não sabe muito bem o que fazer com seus próprios personagens.
A trama gira em torno de uma mulher que mantém um relacionamento estável, mas extraconjugal, com um homem mais velho, casado e com uma filha. A esposa dele, que vive em outra cidade, aceita esse arranjo e permite que o marido divida o tempo entre as duas casas. A protagonista, então, vive num eterno entrelugar: nem esposa, nem livre, presa a uma promessa que nunca se cumpre. Sua frustração cresce e a leva a se envolver com um segundo homem, um conhecido de longa data que sempre a desejou. Mas ela não o ama, e essa tentativa de fuga só aprofunda o vazio.
Há um esforço para criar um retrato sutil do tédio, da estagnação emocional e das vidas silenciosamente sufocadas, ingredientes típicos de um slice of life. Mas o filme se afoga no próprio silêncio. Os diálogos são escassos, o ritmo é moroso, e embora isso possa ser uma escolha estética, falta à narrativa a densidade necessária para que esses silêncios digam algo. Muitas cenas parecem existir apenas para preencher tempo, e não para desenvolver personagem ou trama.
O que mais me incomodou foi o desperdício de potencial, sobretudo do amante da protagonista (talvez o personagem mais intrigante da história), que é deixado de lado, mal desenvolvido, mesmo com toda a carga emocional e narrativa que poderia oferecer.
O filme ainda se complica com idas e vindas temporais entre o passado e o presente, sem qualquer sinalização clara. Não há mudanças visuais nem elementos que ajudem a diferenciar as linhas temporais, o que torna algumas cenas confusas, já que os mesmos personagens estão presentes em ambas.
End of Summer acerta no cenário, na atmosfera e na proposta de mergulhar em vidas à deriva, mas falha em dar substância a esses personagens. Algumas questões são levantadas e logo abandonadas. Outras, nem chegam a ser abordadas com profundidade.
Eu gostei da experiência, mas não o considero um bom filme e tampouco o recomendaria.
É o tipo de obra que encanta os olhos, mas apenas os olhos.
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