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Completed
The World of Kanako
1 people found this review helpful
Jun 7, 2025
Completed 0
Overall 6.0
Story 6.0
Acting/Cast 10
Music 10
Rewatch Value 5.0

Estou sem palavras

Que filme alucinante, estou em êxtase!

The World of Kanako é completamente fora da caixinha (insano, visceral, perturbador) e me manteve vidrada em cada minuto. É daqueles filmes que você assiste com os olhos arregalados, soltando um "meu deus!" a cada reviravolta.

Os três maiores acertos, sem dúvida, foram:

1. O elenco, que entrega atuações arrebatadoras. Estamos falando de performances intensas, viscerais, daquelas que transbordam desconforto e verdade.

2. Os diálogos, sempre crus, violentos, cheios de tensão. Cada fala carrega um impacto narrativo real.

3. A montagem, que é simplesmente sensacional. Os cortes abruptos, os flashes e as transições caóticas refletem perfeitamente o estado mental do protagonista. Em cenas onde ele está mais perturbado ou sendo hipócrita, a edição acompanha seu colapso psicológico ou hipocrisia de forma sensacional.

A premissa parece simples: um ex-detetive alcoólatra e emocionalmente destruído descobre que sua filha desapareceu. A partir daí, embarca numa investigação desordenada e pessoal para encontrá-la. Aos poucos, ele descobre que a filha que idealizou está longe de ser inocente. Na verdade, Kanako é tão perturbadora, cruel e manipuladora quanto ele.

Um dos grandes méritos do filme é como ele brinca com as linhas temporais. No início, o roteiro sinaliza claramente o que é passado e presente, mas conforme a trama se intensifica, essa distinção desaparece, e curiosamente não fica confuso. A narrativa embaralhada acaba sendo mais um reflexo do caos interno do protagonista do que um mero recurso estilístico. E funciona.

As transições são um espetáculo à parte. Até as cenas mais calmas ganham tensão com a montagem agressiva, cheia de cortes rápidos e inserções quase subliminares. A maquiagem também merece destaque, não economizam em sangue, dor e impacto visual. A violência é gráfica, brutal, e atinge o espectador com força.

Outro ponto que adorei: não há ninguém para se apegar. Todos os personagens são moralmente podres. O filme não nos oferece mocinhos, só acompanhamos, como testemunhas horrorizadas, uma sucessão de decisões autodestrutivas. É um mergulho num abismo humano onde não há redenção (NÃO HÁ!!).

Mas claro, nem tudo funcionou. Por volta da metade, há uma quebra de ritmo difícil de ignorar. Um plot twist muda a perspectiva do protagonista e do espectador, mas também abre as portas para um excesso de tramas paralelas. A partir daí, o roteiro tenta dar conta de muitos elementos: envolvimento com empresários ricos, assassinos de aluguel, um policial perturbado e caricato (até agora não entendi sua real função na trama), guerra de gangues, rivalidades adolescentes. É como se o filme tentasse multiplicar os suspeitos e as teorias, perdendo o foco do que realmente importa.

Apesar desse exagero, o roteiro consegue se reencontrar perto do fim, entregando uma conclusão à altura do caos que construiu.

Sim, é um filme absurdamente violento. Em vários momentos, fiquei FISICAMENTE desconfortável, especialmente por causa da crueldade gráfica contra os personagens. E é importante deixar claro que o protagonista é um ser humano desprezível, podre, repulsivo. E sua filha não fica atrás. É um filme sobre a podridão humana, sem qualquer tentativa de suavizar ou justificar o que mostra.

Ainda assim, The World of Kanako me conquistou. Me entreteve, me chocou, me jogou no chão. Tem identidade, tem estilo, tem cenas memoráveis, diálogos densos e atuações monstruosas tanto do elenco jovem quanto dos veteranos.

Recomendo fortemente para quem curte filmes perturbadores que desafiam sua zona de conforto. Mas vá preparado, é preciso estômago, e nenhuma esperança de encontrar bons personagens. Aqui, todos estão afundando e levando os outros junto.

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Completed
Demon City Oni Goroshi
1 people found this review helpful
Mar 26, 2025
Completed 0
Overall 1.0
Story 1.0
Acting/Cast 8.0
Music 10
Rewatch Value 1.0
This review may contain spoilers

Chato

Que filminho ruim, viu? Nem vou terminar. Fui até a metade e já foi mais do que suficiente.

Apesar da cinematografia bonita, a história tem a profundidade de um pires. São tantas cenas vazias de luta que, por um momento, achei que estava assistindo a um filme estadunidense genérico.

Não tenho do que reclamar das cenas de ação, elas são muito bem executadas, e o Ikuta entrega tudo nelas (o cara é bom, não tem jeito). Mas de que adianta quando o personagem mal tem falas e a narrativa é praticamente inexistente? Metade do filme se resume a pancadaria sem substância, sem um enredo realmente envolvente por trás.

E a suspensão de descrença aqui simplesmente não existe. O protagonista leva um tiro na cabeça, é dado como morto, depois descobre que está vivo, mas tetraplégico. Do nada, se recupera milagrosamente e já sai por aí matando uma multidão como se nada tivesse acontecido. É tudo muito forçado, uma tentativa óbvia de reforçar o quão fodão ele é, sem o mínimo de coerência.

Não gostei do que vi e não faço questão de ver o resto.

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May 2, 2025
10 of 10 episodes seen
Completed 0
Overall 2.0
Story 2.0
Acting/Cast 4.0
Music 1.0
Rewatch Value 1.0

Entediante

Zaibatsu Fukushu: Aniyome ni Natta Moto Yome e foi, infelizmente, o primeiro drama de 2025 que realmente não me agradou.



E nem é porque a premissa seja ruim — na verdade, ela até tem potencial. O problema é que o roteiro está tão saturado de clichês que tudo se torna extremamente previsível e, consequentemente, entediante.



Não houve uma única cena que me surpreendesse ou que me pegasse desprevenida. O roteirista conseguiu reunir todos os lugares-comuns do gênero e entregou uma narrativa sem qualquer frescor, sem personalidade e totalmente desprovida de originalidade. Todos os twists estavam na cara desde o primeiro episódio.



A trama gira em torno de um homem adotado na infância por uma família rica, que o maltratou e agora é alvo de sua vingança. Só que tudo, o motivo da adoção, os abusos sofridos, a execução de cada vingança, os desfechos dos personagens e até suas motivações, segue o manual básico do drama de vingança genérico. Tudo é raso, óbvio e já foi feito dezenas de vezes, com muito mais impacto, por outros dramas e filmes.



Mesmo com alguns bons desempenhos no elenco, não consegui me conectar ou torcer por ninguém. Os personagens são incrivelmente superficiais, e nenhum deles conseguiu gerar empatia ou sequer curiosidade. A fotografia tenta remeter aos dramas japoneses dos anos 2010, o que até poderia funcionar como charme nostálgico, mas aqui só reforça a sensação de que estamos vendo algo datado.



Além disso, várias cenas escorregam para o caricato de tão exageradas, e a quantidade de furos no roteiro chega a ser constrangedora. A história é simplória, batida, previsível e, pior ainda, vendida de forma enganosa: prometeram um thriller com romance, mas entregaram apenas um thriller morno e sem qualquer química entre os personagens.



No fim das contas, é uma obra esquecível, sem alma, sem impacto e sem nada que a torne digna de recomendação. Uma grande decepção.

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Completed
The Confidence
1 people found this review helpful
Dec 14, 2024
40 of 40 episodes seen
Completed 0
Overall 10
Story 10
Acting/Cast 10
Music 10
Rewatch Value 10

A Sweet Obsession

I’m simply obsessed. This was, without a doubt, the drama that consumed me the most this year. Ironically, much of the story revolves around obsession itself.

The protagonist is a SOCIOPATH. I can’t remember the last time I saw a sociopath as the main character, and I have to say: they are fascinating. Much more interesting than psychopaths, because the dynamic they create with other characters is different and extremely engaging.

The drama revolves entirely around him. It’s about who he is, what he does, and how everyone around him tries to bring him down—whether through justice or their own means. What really hooked me is that he’s not just the villain; he’s the driving force behind everything.

I didn’t find it to be a typical thriller. Usually, thrillers focus on facts, on events that move the plot, with external twists. Here, the focus is on the characters: their motivations, relationships, and layers. It feels more like a drama with thriller tones, which is probably why I was so enchanted by it.

About obsession: the protagonist takes it to another level. I’ve never seen anyone so obsessed, and that’s what makes him so memorable. He’s violent, desperate, unpredictable, and yet brilliantly smart. He’s a bad guy with “good” justifications (in his own mind).

His story is marked by destruction. He was betrayed, manipulated, and used as a pawn, so all he could do was react. And what a reaction. His violence escalates as the episodes go on, while his humanity disappears.

His moments of humanity are rare. They surface when he thinks he’s in love or believes he has friends. But his obsession with a woman who just wants to escape from him is what truly drives his downfall.

And the script? It’s masterful. Every detail matters. Everything, no matter how small it seems, has enormous consequences later on. It’s like a beautifully crafted butterfly effect. Plus, the plot never gets dull: something is always happening.

The protagonist is the driving force. He’s the active character, moving the entire story with his unpredictable actions. Just when it seems like he’s going to stop, he does something completely impulsive and changes everything.

The cinematography is flawless. Everything is visually captivating: the setting, the art direction, the soundtrack. You can feel the care in every frame.

P.S.: There’s no romance. His obsession isn’t love—it’s pure fixation. It starts with hatred, then turns into a twisted kind of kindness, and finally, desperation. The woman he pursues is strong and never gives in. It was impossible not to root for her… but I’ll admit, since he’s my favorite, part of me wished she’d reciprocate, even if just for a second.

All in all, it was incredible. The Confidence is a heavy, violent drama centered on a completely irredeemable protagonist. But since it’s fiction, I allowed myself to enjoy it. Highly recommend it, but fair warning: prepare for intense emotions and an unforgettable sociopath.

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Completed
First Kiss
0 people found this review helpful
10 days ago
11 of 11 episodes seen
Completed 0
Overall 9.0
Story 9.0
Acting/Cast 9.0
Music 10
Rewatch Value 10

Um achado

Uma comédia dramática que flerta com o slice of life da forma mais tocante possível. Acompanhar uma menina redescobrindo o amor pela vida encheu meu coração de felicidade, e ver o irmão dela se tornando um homem responsável por causa dela foi a cereja do bolo.

É um drama lindo, cheio de evolução, com personagens vivendo, aprendendo e reaprendendo a viver. Que experiência sensível e emocionante.

Se não fosse por algumas piadinhas incestuosas totalmente fora de tom e por certas cenas em que o humor passava um pouco do limite, eu facilmente teria favoritado. Ainda assim, é um drama muito bonito sobre dois irmãos cuidando um do outro.

Ela, aos 20 anos, enfrenta uma doença grave e tem uma cirurgia de alto risco marcada para dali a dois meses. Decide, então, passar esse tempo com o irmão mais velho, com quem não tinha contato há dez anos. Ela não se importava com nada, não tinha apego a nada e acreditava que ser cruel com as pessoas era a única forma de ser lembrada. Ele, aos 30, era um homem perdido, irresponsável, imaturo, vivendo no piloto automático e sem lutar pelos próprios sonhos.

A aproximação dos dois é desenvolvida com tanta delicadeza que se torna impossível não se envolver. Aos poucos, vão criando laços, se redescobrindo e transformando um ao outro. Ele aprende a ser responsável, a cuidar dela e de si mesmo. Ela tem experiências que jamais imaginou por causa da doença, faz amigos e até se apaixona.

O drama é lindo, tocante e sensível. A evolução dos personagens é, sem dúvida, o seu maior trunfo. Que achado!

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Completed
Regeneration
0 people found this review helpful
13 days ago
10 of 10 episodes seen
Completed 0
Overall 4.0
Story 4.0
Acting/Cast 10
Music 10
Rewatch Value 1.0
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Frustrante

Vou explicar por que esse drama me deixou tão frustrada.

A história gira em torno de um grupo de pessoas que não têm nada em comum além de terem sido enganadas pelo mesmo estelionatário, o protagonista. O começo é bobo, a forma como juntam essas pessoas tão diferentes é clichê, pouco crível e, sinceramente, meio preguiçosa. Só que, ao mesmo tempo, você sente que há algo oculto, que não pode ser tão raso assim.

A trama então começa a alternar entre presente e passado. No presente, cada personagem conta como foi enganado, e aí mergulhamos no passado e as cenas são espetaculares, sem exagero. O protagonista é carismático, sedutor, extremamente inteligente, manipula sem remorso, com uma confiança quase hipnótica. O ator é fenomenal e a cada cena você quer mais e mais. Como ele fez isso? Por quê? O que o motiva? Ele é interessante demais para não ser assistido.

O problema começa quando voltamos ao presente. O ritmo quebra de forma insuportável. Eu simplesmente não consegui maratonar por mais que tentasse. O presente é chato, arrastado, e os personagens não inspiram empatia. Tudo o que queremos é saber como foram enganados e o roteiro claramente quer que gostemos do protagonista, não das vítimas.

Até aí tudo bem.

Mas então vem a reta final e tudo desmorona com muita força e de forma abrupta. Surge a revelação de que nem tudo é o que parece. Essa é uma arma muito poderosa para thrillers quando bem usada. O problema é que aqui os roteiristas não souberam o que fazer com ela. Em vez de construir pistas sutis ao longo da narrativa, de modo que a descoberta complementasse a história e preenchesse lacunas, eles simplesmente mentiram.

Metade do drama nos faz apaixonar por um personagem que no fim praticamente não existiu, pelo menos não da forma como foi mostrado. Ou seja, tudo aquilo que vimos e admiramos, todo o impacto das cenas do passado, simplesmente não valeu de nada. É uma quebra imensa de roteiro, um balde de água fria que destrói justamente a parte mais interessante da história.

Descobri que havia quatro roteiristas envolvidos no projeto, e chega a ser perceptível qual parte cada um assumiu. Um escreveu o passado (perfeito), outro cuidou do presente (arrastado), outro inventou esse plot twist mal aproveitado, e outro ficou responsável pela pior personagem do drama: a jornalista. Ela não tem personalidade, não existe para a trama, só para explicar tudo para o telespectador. Sinto como se ela estivesse lá apenas para mastigar a história e cuspir na boca do telespectador para ficar mais fácil de engolir. Cada diálogo dela é expositivo, artificial, mastigando as mensagens que o diretor quer passar, inclusive a lição de moral final e aquela redenção apressada e forçada do protagonista.

Quando um diretor faz isso, sinto como se ele estivesse chamando o público dele de burro, e foi exatamente essa a sensação que tive. E eu de verdade me senti ofendida.

É uma história com potencial, um protagonista fascinante e um elenco muito bom, principalmente o ator principal que é gigantesco, mas o presente é mal desenvolvido, a narrativa se perde e a reviravolta destrói a própria trama. Os dois últimos episódios ainda conseguem brilhar um pouco ao retomar o passado e mostrar a adolescência e o início da fase adulta do protagonista, mas já é tarde demais, o estrago já tinha sido feito.

No fim, não dá pra dizer que é um drama inteiramente ruim. As cenas do passado são um primor, a cinematografia impressiona e o protagonista é irresistível (muito irresistível). Mas também não dá pra dizer que é bom. As quebras de ritmo, os diálogos expositivos, o presente arrastado, a reviravolta mal construída e o final clichê tornaram a experiência frustrante. A sensação que fica é de ter investido tempo em algo que no fim não aconteceu.

É uma pena. Esse drama poderia ter sido incrível, mas escolheu se sabotar. Saí da experiência me sentindo meio idiota, meio roubada.

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Completed
The Harmonium in My Memory
0 people found this review helpful
Jul 1, 2025
Completed 0
Overall 7.0
Story 7.0
Acting/Cast 8.0
Music 10
Rewatch Value 7.0

Simples, mas um simples bem feito

The Harmonium in My Memory é um filme simples, mas é um simples bem feito.

É um retrato real e tocante da Coreia dos anos 60, com uma ambientação tão bem construída que parece nos transportar no tempo. Com uma narrativa no estilo slice of life, ele mergulha nas pequenas nuances da vida cotidiana de uma comunidade rural, revelando a beleza escondida nos detalhes mais singelos.

A história gira em torno de um jovem professor recém-formado que deixa a capital em busca de experiência em uma escola do interior. Lá, ele acaba despertando a atenção de uma de suas alunas, enquanto se apaixona discretamente por uma colega professora. Embora essa premissa possa sugerir clichês, o roteiro conduz tudo com muita autenticidade e personalidade.

Não é um romance entre professor e aluna, é uma história sobre o despertar do primeiro amor, do ponto de vista de uma menina vivendo suas primeiras emoções de forma ingênua e sincera.

Essa representação do amor juvenil me tocou, pois me remeteu à minha própria adolescência, àquelas paixões idealizadas e inocentes (e impossíveis). É bonito ver como o filme trata isso com sensibilidade, sem forçar situações ou estereótipos.

Ao mesmo tempo, o filme apresenta um retrato honesto das dificuldades enfrentadas por alunos e professores daquela época. Alunos cujas famílias são analfabetas, que não têm acesso a materiais básicos como lápis de cor, que levam irmãos pequenos para a escola por falta de apoio em casa. Crianças que carregam responsabilidades demais para a idade. Tudo isso é mostrado com naturalidade, sem exageros.

A professora, por sua vez, representa uma tentativa de renovar um sistema educacional rígido e ultrapassado, tentando tornar o ensino mais humano. O jovem professor, enquanto descobre o que significa realmente lecionar, vai construindo vínculos com seus alunos e com os colegas. A forma como o roteiro desenvolve esses três personagens principais é um dos pontos altos da obra.

Apesar de ser um filme adorável e envolvente, senti que alguns elementos poderiam ter sido melhor aprofundados. E, particularmente, não gostei da cena pós-créditos. Embora ela faça sentido dentro da proposta do filme, me causou um certo desconforto.

No geral, The Harmonium in My Memory é ótimo. Um filme encantador, com um ritmo tranquilo, que fala sobre amor, amadurecimento e educação. Recomendo especialmente para quem aprecia histórias intimistas e ambientações bem cuidadas. Foi uma verdadeira viagem no tempo.

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Completed
The Spring Day of My Life
0 people found this review helpful
Jun 29, 2025
16 of 16 episodes seen
Completed 0
Overall 10
Story 10
Acting/Cast 10
Music 10
Rewatch Value 10

Tocante

Esse drama é, sinceramente, uma das coisas mais lindas que já assisti. Com uma delicadeza comovente, ele toca o coração de forma sutil e genuína.

Passei por cada episódio com um sorriso no rosto, os olhos marejados e o coração completamente envolvido. A naturalidade com que a história se desenrola é impressionante, tudo acontece com uma autenticidade tão viva, humana e sensível que, por momentos, eu esquecia que estava vendo uma ficção.

Não há vilões, antagonismos forçados nem reviravoltas absurdas. As situações são comuns, cotidianas até, mas são justamente essas pequenas coisas que tornam a trama tão especial. Os sentimentos são construídos devagar, com cuidado, e isso torna cada gesto, cada olhar e cada diálogo mais significativo.

Embora não seja exatamente um slice of life, o drama tem essa sensação de realismo e leveza. A trama gira em torno de uma mulher que, após receber um transplante de coração da cunhada de seu noivo, se aproxima, sem perceber, do irmão dele, um viúvo com dois filhos. Aos poucos, entre encontros casuais e diálogos sinceros, nasce um amor delicado e verdadeiro entre os dois.

Um dos maiores méritos do drama é fugir dos clichês. Não há pais opressores, ex-namoradas maquiavélicas ou disputas melodramáticas. Até o noivo da protagonista, que poderia facilmente ser retratado como um obstáculo, é um homem apaixonante, gentil e compreensivo. Tudo é voltado para o drama humano, com momentos leves, emocionantes e carregados de significado.

A narrativa é coesa do início ao fim. Não há pressa para contar a história, mas também não há enrolação, tudo tem seu tempo e seu peso. A construção do clímax acontece de forma orgânica, sem precisar recorrer a eventos forçados ou revelações abruptas. Cada ponto da trama é bem amarrado, cada subtrama tem relevância e todos os personagens cumprem um papel importante.

A química entre o casal principal é encantadora, e as interações do protagonista com os filhos são, talvez, o que há de mais tocante no drama. É raro ver crianças escritas com tanta autenticidade, uma menina que amadureceu cedo, mas que ainda é criança, e um garotinho adorável, com reações naturais para sua idade. Nada é exagerado ou caricato. São, de fato, crianças normais, com personalidade, doçura e presença marcante.

As relações familiares são desenvolvidas com sensibilidade, e cada interação carrega significado. Não há cenas desperdiçadas. O ritmo é envolvente, com equilíbrio entre drama, emoção e leveza. Ri muito, chorei bastante, e sorri mais do que tudo. É uma história para guardar no coração.

Já entrou para os meus favoritos, e recomendo de olhos fechados. The Spring Day of My Life é um drama sobre amor, reconstrução, e humanidade. Lindo do começo ao fim.

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Completed
My Girl
0 people found this review helpful
Jun 24, 2025
10 of 10 episodes seen
Completed 0
Overall 2.0
Story 1.0
Acting/Cast 4.0
Music 4.0
Rewatch Value 1.0

Desinteressante

Com peso no coração decidi abandonar My Girl após três episódios.

É uma decepção ainda maior pelo fato de a premissa estar entre as minhas favoritas: um homem que descobre ter uma filha da qual nunca soube e, após a morte da mãe, precisa assumir a paternidade. Amo esse tipo de história por seu potencial emocional. Acompanhar um personagem inicialmente egoísta ou imaturo amadurecendo por meio do amor e da responsabilidade de cuidar de uma criança sempre mexe comigo. É o tipo de jornada que costuma equilibrar humor, afeto e drama do jeitinho que eu adoro. Mas, infelizmente, não foi isso que encontrei aqui.

O protagonista é, desde o início, um homem bonzinho, ingênuo, que não precisa passar por uma grande transformação. Ele já quer ser um bom pai, já quer conciliar tudo e ser responsável. Na teoria deveria ser positivo, mas na prática tira qualquer possibilidade de desenvolvimento significativo. A narrativa não oferece conflitos reais nem obstáculos emocionais que tornem essa transição interessante.

A filha, embora encantadora, é reduzida a uma criança fofa que não quer incomodar o pai. Ela não tem voz própria, nem momentos de destaque ou emoção. A dinâmica entre os dois, que deveria ser o coração do drama, é rasa e repetitiva.

O enredo também se perde em longas cenas no ambiente de trabalho do protagonista, que pouco acrescentam à história principal. Fica claro que a intenção é criar um conflito entre carreira e paternidade, mas isso é feito de maneira forçada, sem tensão ou consequência real.

Além disso, os flashbacks com a ex-namorada, que poderiam aprofundar o drama e mostrar camadas do luto ou da culpa, se resumem a lembranças genéricas e idealizadas com diálogos sem peso e cenas que não acrescentam nada além de minutos de tela.

Os personagens secundários são todos unidimensionais e servem mais como cenário do que como parte viva da história. Os diálogos são mornos, as cenas carecem de impacto emocional, e o drama, que deveria ser o fio condutor, simplesmente não existe.

Após três episódios, tudo parece girar em torno da mesma fórmula, ele tentando conciliar o trabalho com a paternidade e falhando, enquanto a menina tenta se apagar para não atrapalhar.

Talvez My Girl funcionasse melhor como um filme, com ritmo mais enxuto e uma história mais focada. Mas como drama seriado, falta carisma, propósito e, principalmente, personalidade. É uma trama que promete muito, mas entrega muito pouco. Por isso estou desistindo.

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Completed
Dependence
0 people found this review helpful
Jun 22, 2025
Completed 0
Overall 2.0
Story 2.0
Acting/Cast 4.0
Music 8.0
Rewatch Value 1.0

Entediante

Não considero Dependence um filme necessariamente ruim, mas também está longe de ser bom. O grande problema é que ele é, acima de tudo, chato, e isso foi o suficiente para torná-lo ruim.

Demorei dois dias para terminar um filme de apenas 1h40, algo que raramente acontece. A narrativa se arrasta e pouca coisa realmente acontece.

Os personagens carecem de carisma e de qualquer traço que gere empatia. Não há química entre eles, e sua evolução ao longo do filme é praticamente nula. A sensação é de que os personagens que vemos no início são os mesmos que encontramos no fim. Não há uma jornada transformadora, o que compromete o propósito do enredo e enfraquece o envolvimento do espectador.

A direção acerta pontualmente na estética, mas fora isso, é difícil destacar algum outro mérito técnico.

A história acompanha um casal desinteressante: ela, uma mulher carente, dependente, sem ambições ou objetivos, que passa os dias entre a cama e visitas a um pet shop; ele, um homem frustrado profissionalmente, que trabalha em uma editora e sonha em ser escritor. Ao longo do filme, ela começa a ganhar destaque na área dele, o que desgasta a relação até levá-los à separação.

Ainda assim, ao final da trama, ela continua sendo uma mulher sem grandes aspirações, apenas adaptada à nova realidade, mas ainda desmotivada e desconectada do mundo. Ele, por sua vez, segue sendo o mesmo homem frustrado profissionalmente. Nada muda de fato, e isso esvazia completamente a narrativa.

O roteiro tenta inserir discussões e reflexões que não têm base na construção dos personagens ou dos conflitos. A separação do casal, por exemplo, parece acontecer sem um motivo concreto. Fica uma sensação vaga de que ele talvez gostasse da dependência dela, e que sua autonomia passou a incomodá-lo, mas essa possível tensão não é explorada de forma significativa.

No fim, Dependence é um filme fraco, insosso e cansativo. Não vale a pena nem como drama, nem como romance (este praticamente inexiste). A atuação dos protagonistas também não impressiona, o que apenas reforça o desinteresse geral causado pela obra.

Infelizmente, não recomendo.

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Completed
The Ravine of Goodbye
0 people found this review helpful
Jun 20, 2025
Completed 0
Overall 4.0
Story 4.0
Acting/Cast 8.0
Music 6.0
Rewatch Value 4.0

Desperdício de potencial

The Ravine of Goodbye é um filme que tinha tudo para ser impactante, mas tropeça nas próprias escolhas narrativas. Trabalha com duas histórias paralelas que, embora prometam convergir, acabam se anulando.

De um lado, temos um jornalista investigativo observando de perto o caso de uma mulher presa, acusada de assassinar o próprio filho. Do outro, a trama de uma mulher marcada por um estupro coletivo sofrido na adolescência, tentando recomeçar a vida ao lado de um dos estupradores, com quem agora é casada (inacreditável, eu sei). O elo entre as duas histórias seria esse homem: suposto envolvimento amoroso com a mulher acusada e, no passado, agressor da esposa atual.

Mas a promessa de conexão entre essas tramas nunca se cumpre de verdade. A narrativa em torno da mãe assassina parece deslocada, quase descartável. O mistério do crime não é desenvolvido, a criança nunca aparece em cena, e a suspeita de envolvimento do protagonista soa forçada e sem fundamento. Essa metade do filme é morosa, pouco envolvente e não acrescenta quase nada à experiência como um todo, além de arrastar o ritmo.

A segunda história, no entanto, é muito mais poderosa. Trata do trauma, da vergonha pública, da impossibilidade de seguir em frente, e do luto íntimo que uma mulher carrega por ter sido violentada.

A forma como o filme aborda o arrependimento do agressor também é um ponto forte. É possível sentir o quanto ele se envergonha do que fez, o quanto isso o assombra e o quanto ele busca desesperadamente o perdão. Não como redenção mágica, mas como um pedido de humanidade. Há algo de genuíno nesse arco, e talvez seja o único fio emocional verdadeiramente bem conduzido no filme.

Ainda assim, a condução geral da narrativa peca por escolhas questionáveis. O ritmo beira o slice of life, mas sem o charme ou a sensibilidade que esse estilo costuma exigir. É lento demais, disperso demais, e muitas cenas parecem existir apenas para ocupar tempo. Os momentos de silêncio não carregam densidade emocional, apenas a sensação de que o filme se alonga sem necessidade.

As cenas de sexo, com exceção da cena de estupro (angustiante, curta e filmada com o desconforto necessário), soam gratuitas, desconexas e desnecessariamente longas. São desconfortáveis não pelo conteúdo em si, mas porque parecem colocadas sem real propósito narrativo (mais uma entre várias decisões duvidosas da direção).

No fim, The Ravine of Goodbye deixa a sensação de um filme com grande potencial, especialmente por conta de seu segundo arco, mas que erra no foco e na execução.

É sombrio, carregado de temas fortes, e tem momentos de potência emocional real, mas desperdiça tempo demais com uma trama secundária mal amarrada. Não é um filme para qualquer um, e talvez nem tenha sido um filme para mim. Recomendo, mas com muitas ressalvas.

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Completed
Breath
0 people found this review helpful
Jun 18, 2025
Completed 0
Overall 7.0
Story 7.0
Acting/Cast 7.0
Music 10
Rewatch Value 7.0

Respirar como forma de sobreviver

Breath me surpreendeu de forma extremamente positiva.

Minha curiosidade inicial era saber como o filme lidaria com a barreira linguística, já que o protagonista é interpretado por um ator taiwanês em uma produção coreana. A solução encontrada é ótima: ele é um condenado à morte, um maníaco suicida que, logo nos primeiros minutos do filme, tenta se matar enfiando um objeto na garganta, o que o deixa fisicamente incapacitado de falar. É um silêncio imposto, mas profundamente simbólico.

A história gira em torno de uma mulher que, ao descobrir uma traição do marido, se vê emocionalmente sufocada. Sem saber ao certo o porquê, passa a visitar esse prisioneiro silencioso, cuja tentativa de suicídio repetidamente aparece no noticiário.

O título do filme, Breath, não poderia ser mais certeiro. Aquelas visitas se tornam para ambos momentos de pausa, de escape, de respiro diante da asfixia emocional em que vivem.

As cenas entre eles são de uma beleza desconcertante. Ela o visita em salas de encontro íntimo, que decora a cada vez com o tema de uma estação do ano. Leva um rádio, escolhe uma música simbólica, canta para ele e compartilha uma memória marcante que tem relação com aquela estação.

No começo, ele apenas a observa com desejo, o que é compreensível, considerando o isolamento e a solidão de anos numa cela cercado só por homens. Mas aos poucos o erotismo dá lugar a outra forma de intimidade. Ele relaxa, e ali, eles respiram juntos. Há uma entrega silenciosa, uma troca de vulnerabilidades.

É um filme sobre a necessidade vital de conexão, ainda que breve, ainda que improvável. Sobre como, em meio à dor, à traição, ao desespero, duas pessoas completamente diferentes podem se tornar a válvula de escape uma da outra.

A escolha estética de ter sempre apenas um dos personagens falando em cada cena reforça essa dualidade: o que se diz e o que se guarda.

O início do filme é mais morno, mas à medida que as visitas começam, o enredo ganha corpo. O ritmo melancólico é bem dosado, a estética dramática contribui para a imersão, e o simbolismo da respiração permeia toda a narrativa de forma comovente. Não é um filme perfeito, há escolhas que podem parecer excessivamente metafóricas ou abstratas, mas é uma experiência tocante e única.

No fim, é exatamente isso, um filme sobre duas pessoas que, mesmo em mundos opostos, se encontram no mesmo fôlego.

Recomendo.

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Completed
End of Summer
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Jun 18, 2025
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Overall 4.0
Story 4.0
Acting/Cast 7.0
Music 10
Rewatch Value 1.0

Uma atmosfera impecável a serviço de muito pouco

End of Summer é um filme interessante, mas dificilmente chamaria de bom. Seu maior trunfo está na ambientação. A recriação do Japão dos anos 50/60 é tão sensorial que, por instantes, parece que estamos mesmo lá.

A cinematografia também é belíssima, os enquadramentos e movimentos de câmera traduzem com delicadeza a estagnação e frustração da protagonista. Mas infelizmente, todo esse cuidado visual parece desperdiçado diante de um roteiro que não sabe muito bem o que fazer com seus próprios personagens.

A trama gira em torno de uma mulher que mantém um relacionamento estável, mas extraconjugal, com um homem mais velho, casado e com uma filha. A esposa dele, que vive em outra cidade, aceita esse arranjo e permite que o marido divida o tempo entre as duas casas. A protagonista, então, vive num eterno entrelugar: nem esposa, nem livre, presa a uma promessa que nunca se cumpre. Sua frustração cresce e a leva a se envolver com um segundo homem, um conhecido de longa data que sempre a desejou. Mas ela não o ama, e essa tentativa de fuga só aprofunda o vazio.

Há um esforço para criar um retrato sutil do tédio, da estagnação emocional e das vidas silenciosamente sufocadas, ingredientes típicos de um slice of life. Mas o filme se afoga no próprio silêncio. Os diálogos são escassos, o ritmo é moroso, e embora isso possa ser uma escolha estética, falta à narrativa a densidade necessária para que esses silêncios digam algo. Muitas cenas parecem existir apenas para preencher tempo, e não para desenvolver personagem ou trama.

O que mais me incomodou foi o desperdício de potencial, sobretudo do amante da protagonista (talvez o personagem mais intrigante da história), que é deixado de lado, mal desenvolvido, mesmo com toda a carga emocional e narrativa que poderia oferecer.

O filme ainda se complica com idas e vindas temporais entre o passado e o presente, sem qualquer sinalização clara. Não há mudanças visuais nem elementos que ajudem a diferenciar as linhas temporais, o que torna algumas cenas confusas, já que os mesmos personagens estão presentes em ambas.

End of Summer acerta no cenário, na atmosfera e na proposta de mergulhar em vidas à deriva, mas falha em dar substância a esses personagens. Algumas questões são levantadas e logo abandonadas. Outras, nem chegam a ser abordadas com profundidade.

Eu gostei da experiência, mas não o considero um bom filme e tampouco o recomendaria.

É o tipo de obra que encanta os olhos, mas apenas os olhos.

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Lovers Vanished
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Jun 17, 2025
Completed 0
Overall 1.0
Story 1.0
Acting/Cast 7.0
Music 6.0
Rewatch Value 1.0

Um desastre

Lovers Vanished é um desastre. Um filme que poderia ter sido denso, profundo, tocante, mas que acaba sendo apenas vazio e frustrante.

A direção é um dos maiores problemas. É excessivamente fragmentada, com cortes rápidos que sabotam qualquer tentativa de construir emoção, tensão ou profundidade. Cenas que deveriam durar são reduzidas a flashes, e assim o filme corre por cima da própria história como se estivesse apressado para acabar.

Não há fluidez, não há ritmo, não há envolvimento. O diretor parece mais interessado em pular de momento em momento do que em construir algo. E isso compromete tudo. As cenas não têm peso. Os personagens não têm tempo de existir. Eles não são desenvolvidos, não têm voz própria, apenas estão ali, perdidos num enredo que se desfaz a cada novo corte.

A premissa em si é interessante: um presidiário contrai HIV na esperança de ser libertado — o que não acontece — e então foge. Paralelamente, temos uma assistente de palco que se envolve num assassinato acidental, é protegida por um mágico que assume a culpa por ela, e contrai HIV dele, o mesmo mágico que depois transmite a doença ao protagonista.

Mas a execução é um desastre. A subtrama envolvendo a mágica é tão deslocada e artificial que beira o risível. Parece uma tentativa pretensiosa de adicionar simbolismo e camadas, mas o resultado é apenas forçado.

Falta densidade emocional, falta carga dramática, falta humanidade. Para um filme que se propõe a tratar da AIDS, um tema tão potente, é quase criminoso como o impacto da doença é negligenciado. Os personagens não reagem, não processam, não mudam. São apenas peças sendo arrastadas por uma narrativa rasa que tenta soar profunda, mas falha em todos os aspectos.

O único mérito vai para o elenco, especialmente Kim Namgil, que entrega uma atuação surpreendentemente boa, mesmo com o roteiro e a direção jogando contra ele o tempo todo. Ele dá tudo de si, mas sozinho não consegue salvar uma obra que se perde desde a primeira cena.

O que mais me incomoda é a sensação de desperdício. Dá a impressão de que o filme foi gravado em excesso e depois brutalmente picotado na edição, sem cuidado, sem critério, sem compromisso com o que deveria ser contado. E como o diretor também assina o roteiro, é impossível não responsabilizá-lo por esse desastre completo.

No fim, Lovers Vanished é um filme sem propósito e sem impacto. Um projeto que até poderia ter sido marcante (poderia?), mas não foi. Arrependida de ter assistido.

Não recomendo.

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The Light Shines Only There
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Jun 16, 2025
Completed 0
Overall 10
Story 10
Acting/Cast 10
Music 10
Rewatch Value 10

Dolorosamente lindo

Sabe quando um filme é tão bom desde o início que você já sofre só de saber que ele vai acabar? Foi exatamente essa a minha experiência com The Light Shines Only There. E o mais curioso é que ele é desconfortável e, ainda assim, eu queria permanecer mais tempo naquele universo cruel e melancólico.

A premissa é simples, mas executada com precisão e intensidade. Seguimos um homem solitário, carregando uma depressão que o afunda em jogos, bebidas e cigarros, que acaba criando uma amizade improvável com um ex-detento, um rapaz que é o completo oposto dele: espontâneo, animado, cheio de vida. A partir desse encontro, ele conhece a irmã mais velha do rapaz, uma mulher que se prostitui para sustentar a casa. E é com ela que nasce um romance tão torto quanto necessário.

A família desses dois irmãos vive em condições miseráveis. Tudo fede a abandono, dor e sobrevivência, e o filme não tenta aliviar esse retrato em nenhum momento.

Mas o que torna o filme tão poderoso é justamente a sensibilidade com que constrói as relações entre os personagens. A amizade entre os dois homens é uma das coisas mais bonitas do roteiro. O vínculo entre eles é tão genuíno que parece uma relação de irmãos. O romance com a irmã é igualmente intenso. E cada vínculo funciona como uma pequena fagulha tentando iluminar o abismo emocional em que todos se encontram.

O filme é triste, mas há beleza nessa tristeza. É bonito ver como o amor e a amizade oferecem pequenos respiros. É tocante ver o protagonista ganhando cor ao se apaixonar. É comovente quando ele deseja proteger alguém que já não sabe mais o que é ser protegida. E também é doloroso ver os três tentando escapar do inferno particular em que vivem.

A fotografia é impecável, crua, mas delicadamente bela. A direção é segura e sabe exatamente onde colocar a câmera para extrair o máximo de dor, desejo e desconforto. As cenas de nudez são conduzidas com uma maestria rara, especialmente ao contrastar o sexo cheio de afeto com o protagonista com o sexo mecânico, degradante e traumático com o antagonista.

Nada é gratuito aqui. Nem o sofrimento, nem a nudez, nem os silêncios, nem os gritos. O roteiro acerta ao se manter centrado nos dramas dos personagens, sem tentar abraçar temas demais. Os diálogos são realistas, a atmosfera é carregada e, mesmo com um ritmo lento, o filme prende. É aquele melodrama sombrio que sabe o que quer dizer e como dizer.

É difícil encontrar um filme que cause tanto incômodo e encanto ao mesmo tempo. The Light Shines Only There me deixou arrasada, tocada e apaixonada. Um filme para sentir na pele. E um dos melhores nessa temática que já vi.

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