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  • Last Online: 15 hours ago
  • Gender: Female
  • Location: Brasil
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  • Join Date: July 6, 2025
Last Summer korean drama review
Completed
Last Summer
0 people found this review helpful
by EchoesOfLove
13 days ago
12 of 12 episodes seen
Completed
Overall 8.0
Story 8.5
Acting/Cast 8.0
Music 8.0
Rewatch Value 7.0

Sombras do Afeto, Quando Crescer Dói Mais que Amar

Last Summer é um drama sobre parar de correr — da dor, do passado, das escolhas não feitas. E talvez aí esteja tanto sua beleza quanto sua fragilidade.

A história acompanha os gêmeos Baek Do Ha e Baek Do Yeong, separados ainda na infância pelo divórcio dos pais. Do Ha cresce nos Estados Unidos; Do Yeong permanece na Coreia. O reencontro anual acontece sempre no mesmo ritual: 21 dias de verão, uma casa geminada, silêncios antigos e uma vizinha que cresce observando, sentindo e engolindo o que nunca foi dito.

Song Ha Gyeong é o eixo emocional da narrativa. Criança, adolescente, adulta — tudo nela é contenção. Medo, raiva, abandono e solidão moldaram os muros que ela ergueu para sobreviver. Ela ama Do Ha desde sempre, e foge desse amor com a mesma disciplina com que foge de si mesma. O medo maior não é perder — é ser vista de verdade.

O drama acerta ao contar sua história de forma não linear. As informações vêm em fragmentos, quase como memórias: incompletas, seletivas, às vezes desconfortáveis. Last Summer pede paciência e presença. Ele avisa: histórias têm passado, e só quem fica até o fim entende o todo.

Mas nem tudo amadurece no mesmo ritmo.

Apesar da proposta sensível e dos muitos layers emocionais, a conexão com o casal principal é irregular. Há um certo infantilismo emocional que se estende além do necessário. Repetições de conflitos, hesitações circulares e diálogos que giram no mesmo lugar acabam diluindo a intensidade que a história poderia alcançar. Em alguns momentos, o espectador entende o que os personagens sentem muito antes de eles próprios perceberem — e a espera cansa.

Do Ha, já adulto e arquiteto talentoso, ainda parece preso a um lugar emocional juvenil, enquanto Ha Gyeong, embora profunda e bem construída, repete padrões de fuga que poderiam ser tensionados de forma mais ousada. O resultado é um romance que existe mais na promessa do que na combustão.

Ainda assim, o drama é honesto consigo mesmo. Ele sabe que seus personagens são imaturos, quebrados, presos a histórias mal resolvidas — e a narrativa não romantiza isso o tempo todo. Pelo contrário: aponta, provoca, expõe. Há camadas de dor compartilhada, sentimentos nunca explorados e um peso silencioso que atravessa cada cena.

Last Summer não é um drama para quem busca química arrebatadora ou grandes viradas emocionais. É um drama sobre tempo, sobre o que não se disse, sobre o que ficou suspenso. Um diamante bruto — bonito, imperfeito, que talvez precisasse de menos polimento repetido e mais coragem emocional.

No fim, fica a sensação de uma história que tinha tudo para doer mais… mas escolheu doer devagar.
E, para alguns, isso basta. Para outros, deixa saudade do que poderia ter sido.
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