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Mother (2018) é uma obra marcada pela contenção e pela profundidade emocional, que transforma um gesto radical, o sequestro de uma criança, em ponto de partida para uma poderosa reflexão sobre maternidade, abandono e ética do cuidado. A série desloca a noção de maternidade do biológico para o existencial, construindo sua narrativa como uma travessia física e psíquica onde proteger é também transgredir.
Sem apelar ao melodrama, a obra investe na densidade dos silêncios, na crítica às instituições que perpetuam o desamparo e na delicada construção de vínculos entre figuras deslocadas. O vínculo entre a protagonista e a menina emerge como resposta à ausência, de afeto, de reconhecimento, de proteção e é por meio desse encontro que ambas revelam a possibilidade de se reconstruir. A violência é mostrada de forma sóbria, nunca espetacularizada, e os personagens secundários funcionam como ecos ou contrapontos da dor central.
Mother sustenta-se em uma direção precisa, atuações comoventes e uma recusa à catarse fácil. Ao fim, o que resta é a imagem de uma maternidade construída não como destino, mas como escolha ética diante da miséria emocional do mundo.
Sem apelar ao melodrama, a obra investe na densidade dos silêncios, na crítica às instituições que perpetuam o desamparo e na delicada construção de vínculos entre figuras deslocadas. O vínculo entre a protagonista e a menina emerge como resposta à ausência, de afeto, de reconhecimento, de proteção e é por meio desse encontro que ambas revelam a possibilidade de se reconstruir. A violência é mostrada de forma sóbria, nunca espetacularizada, e os personagens secundários funcionam como ecos ou contrapontos da dor central.
Mother sustenta-se em uma direção precisa, atuações comoventes e uma recusa à catarse fácil. Ao fim, o que resta é a imagem de uma maternidade construída não como destino, mas como escolha ética diante da miséria emocional do mundo.
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