This review may contain spoilers
“O lugar onde a Estrela da Manhã repousa”.
"Você conhece Hefesto, o deus grego dos ferreiros, metais e fins? Ele era rejeitado pelos deuses e passava seu tempo na oficina. Mas seu grande amor era Vênus, o planeta que também é chamado de Estrela da Manhã. Eu passei tanto tempo nesse lugar pensando em você. Então decidi chamar esse lugar de 'Onde a Estrela da Manhã repousa'. Porque você sempre esteve na minha mente nesse espaço onde eu passo a maior parte do tempo."
Flower of Evil aposta em reviravoltas progressivas e numa estrutura de suspense sustentada por revelações graduais. O mérito do dorama está na forma como equilibra tensão e emoção: o protagonista não é apenas um possível assassino, mas também uma vítima da negligência social e do estigma, alguém que tenta desesperadamente reescrever seu destino, ainda que não possa apagar seu passado. A ambiguidade moral é constante, com o roteiro tensionando entre a empatia e o julgamento.
Lee Joon Gi entrega uma performance contida e poderosa, sustentando o papel de um homem dividido entre a máscara que construiu e a verdadeira natureza de seus sentimentos. Moon Chae Won, por sua vez, representa a perspectiva do confronto com a verdade, seu arco é menos sobre a investigação criminal e mais sobre o reconhecimento do outro na dor, na dúvida, no amor que resiste à quebra da confiança. Os vilões reforçam o tema central da narrativa: ninguém é inteiramente definido por sua origem, mas sim pelas escolhas que faz diante dela. Os antagonistas não apenas tensionam a trama, mas aprofundam o dilema moral do protagonista. Sua presença constante mantém viva a questão que o dorama levanta do começo ao fim: é possível escapar da escuridão quando ela foi o seu berço?
A direção valoriza os close-ups, as tomadas mais lentas e os silêncios, dando peso dramático às emoções contidas. A trilha sonora pontua bem os momentos de maior tensão, embora em certos pontos tenda ao melodrama excessivo. O ritmo é eficiente, mas o dorama poderia ter sido mais conciso: alguns episódios exploram conflitos já estabelecidos, com variações mínimas que estendem muito drama.
Flower of Evil é uma história sobre redenção e reconstrução da identidade. Questiona se é possível recomeçar quando a sociedade insiste em reduzir o indivíduo ao seu passado. Propõe que o amor verdadeiro só existe quando somos capazes de olhar para o outro com todos os seus monstros e ainda assim escolher ficar. No geral é um Dorama envolvente, bem atuado e emocionalmente intenso. Apesar de algumas repetições e de um sentimentalismo pontual, sua força está na capacidade de transformar um thriller criminal em uma meditação sobre amor, culpa e a possibilidade de cura. Uma história que, no fundo, fala sobre o medo de não sermos amados por quem realmente somos e sobre a coragem de amar mesmo assim.
PS. Curiosidade interessante é que pelo menos dois cenários nesse drama também são cenários do Dorama The Smile Has Left Your Eyes: a delegacia e onde a irmã do protagonista mora
Flower of Evil aposta em reviravoltas progressivas e numa estrutura de suspense sustentada por revelações graduais. O mérito do dorama está na forma como equilibra tensão e emoção: o protagonista não é apenas um possível assassino, mas também uma vítima da negligência social e do estigma, alguém que tenta desesperadamente reescrever seu destino, ainda que não possa apagar seu passado. A ambiguidade moral é constante, com o roteiro tensionando entre a empatia e o julgamento.
Lee Joon Gi entrega uma performance contida e poderosa, sustentando o papel de um homem dividido entre a máscara que construiu e a verdadeira natureza de seus sentimentos. Moon Chae Won, por sua vez, representa a perspectiva do confronto com a verdade, seu arco é menos sobre a investigação criminal e mais sobre o reconhecimento do outro na dor, na dúvida, no amor que resiste à quebra da confiança. Os vilões reforçam o tema central da narrativa: ninguém é inteiramente definido por sua origem, mas sim pelas escolhas que faz diante dela. Os antagonistas não apenas tensionam a trama, mas aprofundam o dilema moral do protagonista. Sua presença constante mantém viva a questão que o dorama levanta do começo ao fim: é possível escapar da escuridão quando ela foi o seu berço?
A direção valoriza os close-ups, as tomadas mais lentas e os silêncios, dando peso dramático às emoções contidas. A trilha sonora pontua bem os momentos de maior tensão, embora em certos pontos tenda ao melodrama excessivo. O ritmo é eficiente, mas o dorama poderia ter sido mais conciso: alguns episódios exploram conflitos já estabelecidos, com variações mínimas que estendem muito drama.
Flower of Evil é uma história sobre redenção e reconstrução da identidade. Questiona se é possível recomeçar quando a sociedade insiste em reduzir o indivíduo ao seu passado. Propõe que o amor verdadeiro só existe quando somos capazes de olhar para o outro com todos os seus monstros e ainda assim escolher ficar. No geral é um Dorama envolvente, bem atuado e emocionalmente intenso. Apesar de algumas repetições e de um sentimentalismo pontual, sua força está na capacidade de transformar um thriller criminal em uma meditação sobre amor, culpa e a possibilidade de cura. Uma história que, no fundo, fala sobre o medo de não sermos amados por quem realmente somos e sobre a coragem de amar mesmo assim.
PS. Curiosidade interessante é que pelo menos dois cenários nesse drama também são cenários do Dorama The Smile Has Left Your Eyes: a delegacia e onde a irmã do protagonista mora
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