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Os primeiros episódios se concentram em casos paralelos que apesar de ajudarem a estabelecer o tom, o ambiente e a dinâmica entre os personagens, carecem de relevância estrutural mais profunda. Embora contribuam para ritmo e ambientação, esses casos não dialogam de forma consistente e lógica com o arco central, embora interessantes individualmente, não integram o corpo narrativo do caso principal. Sua remoção não comprometeria a trama, o que mostra preenchimento narrativo, resultando em mais de cinco horas desperdiçadas, com pouco aproveitamento no geral. Entretanto quando a trama passa a priorizar o assassinato em série que atravessa décadas, o dorama definitivamente encontra sua verdadeira força e identidade. Ambos os vilões (Mok Jin Woo e Jung Ho Young) são bem construídos, desenvolvidos e com várias camadas psicológicas que ao lado do Park Kwang Ho, Kim Sun Jae e Shin Jae Yi movem toda a trama de forma quase impecável, elevando a tensão e o envolvimento dramático do dorama. É importante deixar claro que, apesar de envolver viagem no tempo, Tunnel não tem como foco o rigor científico ou explicações detalhadas sobre o fenômeno. O túnel é apenas um dispositivo narrativo, utilizado para conectar passado e presente. O verdadeiro interesse da obra está na resolução do mistério central e na forma como a investigação articula trauma, memória e violência através dos assassinatos em série. No conjunto, dificilmente um dorama com proposta semelhante alcança o nível de Signal. Ainda assim, Tunnel possui méritos próprios, constrói um caso central sólido e entrega um final sensacional, que justifica o investimento apesar das falhas estruturais iniciais.
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