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Empress Ki korean drama review
Completed
Empress Ki
1 people found this review helpful
by Jhonny_Santos
Oct 27, 2019
51 of 51 episodes seen
Completed
Overall 7.5
Story 8.0
Acting/Cast 10.0
Music 6.5
Rewatch Value 8.0
"Empress Ki" conta a história de Nyang, uma escrava de Goryeo que ascende ao poder e se torna imperatriz da Dinastia Yuan. Para quem é fã de história mongol, essa obra é um prato cheio, recheada com referências a Genghis Khan, Kublai Khan e aos próprios Mongóis, além de explorar a Rota da Seda, uma grande conquista dos Khan, que facilitou o comércio quando o mar era inacessível.

A série também faz uso da Arte da Guerra, aplicando suas estratégias tanto no campo militar quanto no político, o que dá um tom mais realista e interessante às intrigas da trama.

A história começa com uma pequena escrava e sua mãe, que são levadas para Yuan como concubinas. Durante a jornada, um príncipe, ao ver como elas são tratadas, decide libertá-las. A mãe de Nyang acaba sacrificando sua vida para protegê-la, o que dá início a uma jornada de vingança contra os responsáveis pela destruição de sua família e do seu povo.

O enredo se passa no momento em que Goryeo está submisso ao Império de Yuan, tendo que enviar tributos humanos. A série nos mostra logo de cara que o verdadeiro poder de Yuan não está no Imperador, mas sim nas mãos de El Temur, o regente, que se torna o maior responsável pelos conflitos enfrentados pelos três protagonistas. A trama é movida por conspirações, traições e uma busca implacável por poder, com Nyang se tornando uma das figuras centrais.

O início é, sem dúvida, o ponto mais forte do drama. A forma como o enredo prende o espectador, com os conflitos sendo bem resolvidos, e como os personagens lidam com suas frustrações e ambições, é muito bem trabalhada. As traições e manipulações geram um ambiente tenso e envolvente, fazendo o telespectador querer saber o que vem a seguir.

Após esse início, o drama introduz uma narrativa dupla: uma que ocorre no palácio de Yuan, com Nyang, e outra na fronteira de Yuan, com Wang Yoo enfrentando os turcos. Essa alternância entre batalhas e estratégias políticas mantém o ritmo da história interessante e dinâmico.

Porém, depois que esse arco se resolve, a série volta a focar apenas no palácio, e aqui o drama começa a mostrar suas falhas. Embora o drama continue a ter algumas reviravoltas, o ritmo começa a cair, com certos arcos ficando cansativos. A tensão e a empolgação que antes eram predominantes começam a se perder, tornando o desenvolvimento mais monótono. Isso foi especialmente perceptível após a união dos "mocinhos" para derrotar El Temur, quando a história se estende ainda mais e entra em um ciclo de disputas internas, como se nada tivesse sido aprendido com as traições anteriores. Essa repetição de trama, com Bayan assumindo um papel semelhante ao de El Temur, foi desnecessária e diluiu o impacto da história.

Os personagens são bem construídos, especialmente Nyang, que evolui consideravelmente, indo de uma simples escrava a uma mulher de grande poder. O Imperador também tem uma evolução interessante, passando de um personagem inseguro para alguém mais firme, tudo devido à influência de Nyang. Essa transformação deles é um dos maiores méritos da série.

Quanto ao triângulo amoroso, ele traz uma dinâmica interessante. Wang Yoo representa Goryeo, e o Imperador, Yuan. A medida que Nyang se aproxima de um, se afasta do outro. Quando ela se torna concubina do Imperador, não é por amor, mas por vingança, o que é um ponto crucial na personagem. Em alguns momentos, fica claro que Nyang não tem amor genuíno pelo Imperador, mas sim um afeto mais pragmático. Ela o usa como meio para alcançar seus objetivos. Ao mesmo tempo, o amor que ela sente por Wang Yoo, que representa o ideal de Goryeo, é mais verdadeiro, mas também está preso a ambições e sentimentos de lealdade. O dilema de Nyang em relação a seus próprios sentimentos e suas ambições torna a personagem muito mais complexa e, às vezes, difícil de simpatizar.

Embora a série apresente um bom retrato de fatos históricos, retratando a vida de Imperatriz Ki, uma das figuras centrais do Império Yuan, ela também se perde em excessos. A obra tenta ser grandiosa em sua narrativa, mas às vezes se enrola em arcos desnecessários e repetitivos. O drama poderia ter sido encerrado de forma mais eficiente entre os episódios 38 e 39, quando a maioria dos vilões foi derrotada. No entanto, o roteiro estende a trama por mais episódios, trazendo novas batalhas e intrigas que, embora rápidas, acabam sendo repetitivas e um pouco cansativas.

Em conclusão, "Empress Ki" é um ótimo drama no geral, cheio de intrigas e personagens interessantes, mas não escapa das armadilhas de estender demais a trama e cair em repetição. Apesar de suas falhas, como os arcos desnecessários e o ritmo inconsistente, ele ainda consegue manter o interesse do espectador, especialmente por suas estratégias políticas, lutas pelo poder e pela maneira como os personagens se desenvolvem. A história da ascensão de Nyang e a evolução de outros personagens são bastante satisfatórias, mas o excesso de conflitos internos no final prejudica um pouco a obra. Para quem gosta de dramas históricos com um toque de intriga política, "Empress Ki" é uma boa escolha, mas não está longe de ser uma experiência mais satisfatória se tivesse sido mais enxuta.
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