Entre bisturis e surtos: deu match no hospício
Duas figuras completamente disfuncionais se atraem como mariposas para a labareda — só que, aqui, a labareda é mútua e constante. Uma delas até tenta manter as aparências e segurar o próprio desequilíbrio na coleira curta da racionalidade; a outra é uma bomba-relógio que faz tic-tac no volume máximo, vinte e quatro horas por dia. Ela matou gente? Sim. Gente duvidosa? Também. Há quem torça o nariz, mas no fundo dá pra entender o impulso justiceiro torto. Já ele… ele foi só vaidade, delírio e uma paranoia sem eira nem beira — puro prazer sádico em manipular e destruir. E, claro, temos a EunBin entregando mais uma atuação cirúrgica, firme como sempre. Detalhe curioso: parecia obrigatório no set que pelo menos metade dos personagens tivesse um tumor cerebral — um atalho de roteiro que quase vira epidemia. No mais, o drama cumpre bem o que se propõe, e aquele final, flertando com o onírico e a ambiguidade, é um toque estiloso. Segunda temporada? Pra quê. Essa história já disse tudo que tinha a dizer.
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