Entre Céus, Demônios e Mortais: Um Drama Descompassado
É preciso ser honesto: esse drama foi dois em um. O arco do Palácio Celestial tinha tudo, história envolvente, execução primorosa e uma protagonista com carisma nato, capaz de equilibrar humor e leveza com naturalidade. Já o arco do Reino Demoníaco foi um desastre, mal conduzido, repetitivo, rodando em círculos até a exaustão. Foram incontáveis os sacrifícios alternados entre os protagonistas, sempre regados a jorros de sangue, numa coreografia de sofrimento que logo perdeu qualquer impacto dramático e se tornou apenas cansativa. O terceiro arco, no Reino Mortal, conseguiu recuperar um pouco o fôlego, mas correu tanto que acabou soando apressado, quase improvisado. Fica a impressão de que cada arco teve um roteirista diferente, e que eles não se deram ao trabalho de conversar entre si. Ao menos, as cenas finais deixaram uma centelha: o retorno dela à realidade e o reencontro sutil, insinuado, que sugere mais do que mostra e que, justamente por isso, funciona.
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