Mártires de si mesmos: o drama onde só os protagonistas sofrem
Há algo de curioso nesse drama: ele entrega uma história sólida, coerente, com moralidade clara. Todos os que mancharam as mãos com sangue inocente encontraram seu destino. Ainda assim, o roteiro peca ao forçar um casal de protagonistas que parecem se considerar os únicos mártires de todo o universo. A sensação é de cansaço. Essa autoindulgência dos dois, esse eterno vitimismo, mina a empatia que o espectador poderia ter. O romance, além de morno, é estruturalmente frágil, sem química, sem sustentação emocional.
Em contrapartida, a relação entre o imperador de Jin e a princesa, marcada por obsessão e disfunção, consegue ser muito mais magnética. Há ali tensão, perigo e humanidade, o tipo de relação que, embora condenável, é cinematograficamente viva. E quando o imperador percebe, em seu último suspiro, que alguém se importou minimamente com ele, há uma centelha de tragédia autêntica. No fim, o drama vale o tempo investido, mas arranca suspiros de tédio em momentos que deveriam ser emocionais, e isso, convenhamos, é um pecado grave.
Em contrapartida, a relação entre o imperador de Jin e a princesa, marcada por obsessão e disfunção, consegue ser muito mais magnética. Há ali tensão, perigo e humanidade, o tipo de relação que, embora condenável, é cinematograficamente viva. E quando o imperador percebe, em seu último suspiro, que alguém se importou minimamente com ele, há uma centelha de tragédia autêntica. No fim, o drama vale o tempo investido, mas arranca suspiros de tédio em momentos que deveriam ser emocionais, e isso, convenhamos, é um pecado grave.
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