Prosseguir (2001)

Não é tudo isso

Gostei de Go, mas não tanto quanto gostaria.

É um filme com potencial imenso, que aborda temas como discriminação, identidade e pertencimento, tudo pela perspectiva de um adolescente nascido no Japão, mas filho de norte-coreanos, que vive à margem de uma sociedade que nunca o acolheu de verdade. A base é poderosa, mas a execução me deixou um pouco frustrada.

A problemática central — o sentimento de não pertencimento, o racismo velado (e escancarado), a perseguição, o bullying — está lá presente o tempo todo, mas de forma tão sutil e diluída em cenas absurdas e quase aleatórias que a narrativa frequentemente parece perder o foco.

Em vez de aprofundar os conflitos internos e externos do protagonista, o roteiro parece mais preocupado em criar momentos excêntricos, como se quisesse deixar uma assinatura cult. E embora a estética seja realmente cheia de personalidade, isso acaba ofuscando a força emocional do tema.

Até metade do filme, era difícil até mesmo definir do que ele realmente tratava. A impressão era de estar assistindo a um filme dirigido por alguém com um déficit de atenção muito forte, pulando de cena em cena, de tom em tom, sem se fixar em nada por muito tempo. Apesar disso, algo nele me manteve presa, talvez o elenco cativante, os personagens excêntricos, ou a promessa de que eventualmente faria sentido.

E realmente faz mais sentido na reta final, onde os melhores diálogos e os momentos mais impactantes finalmente acontecem. Quando o roteiro enfim encara de frente o dilema identitário do protagonista em voz alta, a história encontra sua força (pena que só nos últimos trinta minutos).

No fim das contas, Go é um filme com mensagem, mas que a entrega de forma errática. Não é ruim, mas também não é memorável da forma como poderia ser. É interessante, tem alma, mas não consegue focar. Recomendo com ressalvas, principalmente para quem curte cinema japonês com uma pegada mais alternativa e está disposto a encarar uma narrativa caótica em troca de momentos de brilho.

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"This is my love story".

The movie opens up with this declaration, uttered in background narration by the main character while he's scorned and targeted by a players-filled basketball court. And it isn't only the rival team watching him with contempt: his own teammates are shouting the loudest.

"This is my love story", repeats Sugihara while he escapes from the police or is beaten by his father.

The contrast between the narration and the scene shown on screen gives us the key to the reading of the whole film, which is about finding ones place between love and hate, belonging and distancing, caring and detachment.

It's the story of a young man who has to show the world he doesn't give a dime while inside he's yearning for a sense of belonging.



GO is a wonderfully dramatic movie, one that deals with a cruel reality of discrimination. It's the journey of a guy who struggles to find his place on the planet. But don't be fooled by the surface: the director highlights the Japanese prejudices and the Korean stubborn obtuseness in equal measure. To each their own share.

And in the middle of this, there's Sugihara, who looks like a Japanese, talks like a Japanese, was born in Japan and is not recognized as one. His part is superbly acted: Yosuke Kubozuka is so convincing one can't help falling for him despite his murderous glances and his rebellious spirit.



So how is this a love story?

It is such on multiple levels: there's love for the friends, love for a father shown with fists, love for a country - or 2 - and love for a girl.

The music fits the pace beautifully, never overpowering the scenes.



Overall an emotion-filled movie, superb in acting, direction, plot and photography.

To be avoided if you're looking for a light watch. A must if you like thought-provoking films.

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