Não é tudo isso
Gostei de Go, mas não tanto quanto gostaria.
É um filme com potencial imenso, que aborda temas como discriminação, identidade e pertencimento, tudo pela perspectiva de um adolescente nascido no Japão, mas filho de norte-coreanos, que vive à margem de uma sociedade que nunca o acolheu de verdade. A base é poderosa, mas a execução me deixou um pouco frustrada.
A problemática central — o sentimento de não pertencimento, o racismo velado (e escancarado), a perseguição, o bullying — está lá presente o tempo todo, mas de forma tão sutil e diluída em cenas absurdas e quase aleatórias que a narrativa frequentemente parece perder o foco.
Em vez de aprofundar os conflitos internos e externos do protagonista, o roteiro parece mais preocupado em criar momentos excêntricos, como se quisesse deixar uma assinatura cult. E embora a estética seja realmente cheia de personalidade, isso acaba ofuscando a força emocional do tema.
Até metade do filme, era difícil até mesmo definir do que ele realmente tratava. A impressão era de estar assistindo a um filme dirigido por alguém com um déficit de atenção muito forte, pulando de cena em cena, de tom em tom, sem se fixar em nada por muito tempo. Apesar disso, algo nele me manteve presa, talvez o elenco cativante, os personagens excêntricos, ou a promessa de que eventualmente faria sentido.
E realmente faz mais sentido na reta final, onde os melhores diálogos e os momentos mais impactantes finalmente acontecem. Quando o roteiro enfim encara de frente o dilema identitário do protagonista em voz alta, a história encontra sua força (pena que só nos últimos trinta minutos).
No fim das contas, Go é um filme com mensagem, mas que a entrega de forma errática. Não é ruim, mas também não é memorável da forma como poderia ser. É interessante, tem alma, mas não consegue focar. Recomendo com ressalvas, principalmente para quem curte cinema japonês com uma pegada mais alternativa e está disposto a encarar uma narrativa caótica em troca de momentos de brilho.
É um filme com potencial imenso, que aborda temas como discriminação, identidade e pertencimento, tudo pela perspectiva de um adolescente nascido no Japão, mas filho de norte-coreanos, que vive à margem de uma sociedade que nunca o acolheu de verdade. A base é poderosa, mas a execução me deixou um pouco frustrada.
A problemática central — o sentimento de não pertencimento, o racismo velado (e escancarado), a perseguição, o bullying — está lá presente o tempo todo, mas de forma tão sutil e diluída em cenas absurdas e quase aleatórias que a narrativa frequentemente parece perder o foco.
Em vez de aprofundar os conflitos internos e externos do protagonista, o roteiro parece mais preocupado em criar momentos excêntricos, como se quisesse deixar uma assinatura cult. E embora a estética seja realmente cheia de personalidade, isso acaba ofuscando a força emocional do tema.
Até metade do filme, era difícil até mesmo definir do que ele realmente tratava. A impressão era de estar assistindo a um filme dirigido por alguém com um déficit de atenção muito forte, pulando de cena em cena, de tom em tom, sem se fixar em nada por muito tempo. Apesar disso, algo nele me manteve presa, talvez o elenco cativante, os personagens excêntricos, ou a promessa de que eventualmente faria sentido.
E realmente faz mais sentido na reta final, onde os melhores diálogos e os momentos mais impactantes finalmente acontecem. Quando o roteiro enfim encara de frente o dilema identitário do protagonista em voz alta, a história encontra sua força (pena que só nos últimos trinta minutos).
No fim das contas, Go é um filme com mensagem, mas que a entrega de forma errática. Não é ruim, mas também não é memorável da forma como poderia ser. É interessante, tem alma, mas não consegue focar. Recomendo com ressalvas, principalmente para quem curte cinema japonês com uma pegada mais alternativa e está disposto a encarar uma narrativa caótica em troca de momentos de brilho.
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