This review may contain spoilers
A ideia é boa, a execução não
Terminei My Golden Blood e preciso dizer: eu até gostei, me envolvi com o casal principal, mas também passei raiva. A série é daquelas que têm uma ideia boa nas mãos, mas tropeça feio na hora de desenvolver. E o pior: tropeça onde não precisava.
A história até começa bem. Um órfão, o Tong, descobre que tem um tipo de sangue raríssimo, o tal do "sangue dourado", e por causa disso, vira alvo de vampiros. Um deles é o Mark, que teoricamente tá ali pra protegê-lo, mas obviamente tem segundas intenções. Até aí tudo certo. Tem tensão, tem química, tem uma coisa meio “proibido, mas inevitável” entre os dois que funciona.
Só que logo nos primeiros episódios já dá pra sentir o problema: os diálogos são explicativos demais, como se os roteiristas não confiassem que o público vai entender sozinho. Tem muito personagem dizendo o óbvio, como se tivessem que desenhar tudo. E ao mesmo tempo, faltam momentos mais naturais pra gente se apegar de verdade aos personagens. O desenvolvimento das relações acontece muito no automático. Parece que o roteiro foi seguindo uma lista: cena de ciúme? Confere. Descoberta trágica? Confere. Beijo depois da ameaça de morte? Confere. E pronto, seguimos.
O pior é que quando o roteiro tenta ser profundo, escorrega. A questão da origem do sangue do Tong, o passado do Mark, a ameaça do irmão vilão, tudo é tratado de forma meio superficial. São temas que poderiam render bem mais, mas que acabam resolvidos rápido demais ou jogados no final como se não fossem tão importantes. E aí fica aquela sensação de que a série teve medo de aprofundar.
Agora, sobre os efeitos… tem umas cenas que eu juro que quase desliguei. Tem pulo de janela que parece vídeo de videogame antigo, vampiro correndo no escuro com rastro de luz atrás, que era pra ser dramático, mas ficou tosco. E as lutas? Claramente cortadas pra esconder que não sabiam coreografar direito. Em vez de criar tensão, dá risada. É como se o orçamento tivesse acabado na maquiagem do primeiro episódio.
O engraçado é que a série tem uma estética que podia funcionar. As cores, a iluminação, a trilha sonora, tudo conversa com essa ideia sensual e sombria do universo vampírico. Só que o efeito especial mal feito quebra o clima. Em vez de entrar na cena, você sai. Você lembra que tá vendo uma série, e pior: uma série que podia ser melhor se tivesse um pouco mais de esmero.
Mesmo assim, confesso que o casal me pegou. Gawin entrega bem como o Tong, tem uma vulnerabilidade sincera ali, e o Joss, mesmo com aquele jeitão travado, convence como vampiro que tenta controlar os próprios instintos. O romance deles tem uma intensidade boa, sem exagero. É mais no olhar, no gesto contido, nas cenas de silêncio do que no texto. Pelo menos isso segura o clima.
Mas no geral, My Golden Blood é mais promissora do que bem executada. A ideia era boa, o universo tinha potencial, mas faltou coragem no roteiro e capricho na produção. Fica aquela sensação de "quase". Quase foi uma grande série. Quase foi inesquecível. Quase me arrancou um surto. Mas parou no meio do caminho.
No fim, eu me importei, sim. O casal tem química. A história por mais superficial que fosse, me prendeu. Mas se alguém me perguntar se é maravilhosa… eu vou respirar fundo e responder: é boa, mas precisava de mais cuidado. Porque, sinceramente, com um roteiro mais afiado e efeitos menos vergonhosos, ela podia ter sido muito mais do que só “ok”.
A história até começa bem. Um órfão, o Tong, descobre que tem um tipo de sangue raríssimo, o tal do "sangue dourado", e por causa disso, vira alvo de vampiros. Um deles é o Mark, que teoricamente tá ali pra protegê-lo, mas obviamente tem segundas intenções. Até aí tudo certo. Tem tensão, tem química, tem uma coisa meio “proibido, mas inevitável” entre os dois que funciona.
Só que logo nos primeiros episódios já dá pra sentir o problema: os diálogos são explicativos demais, como se os roteiristas não confiassem que o público vai entender sozinho. Tem muito personagem dizendo o óbvio, como se tivessem que desenhar tudo. E ao mesmo tempo, faltam momentos mais naturais pra gente se apegar de verdade aos personagens. O desenvolvimento das relações acontece muito no automático. Parece que o roteiro foi seguindo uma lista: cena de ciúme? Confere. Descoberta trágica? Confere. Beijo depois da ameaça de morte? Confere. E pronto, seguimos.
O pior é que quando o roteiro tenta ser profundo, escorrega. A questão da origem do sangue do Tong, o passado do Mark, a ameaça do irmão vilão, tudo é tratado de forma meio superficial. São temas que poderiam render bem mais, mas que acabam resolvidos rápido demais ou jogados no final como se não fossem tão importantes. E aí fica aquela sensação de que a série teve medo de aprofundar.
Agora, sobre os efeitos… tem umas cenas que eu juro que quase desliguei. Tem pulo de janela que parece vídeo de videogame antigo, vampiro correndo no escuro com rastro de luz atrás, que era pra ser dramático, mas ficou tosco. E as lutas? Claramente cortadas pra esconder que não sabiam coreografar direito. Em vez de criar tensão, dá risada. É como se o orçamento tivesse acabado na maquiagem do primeiro episódio.
O engraçado é que a série tem uma estética que podia funcionar. As cores, a iluminação, a trilha sonora, tudo conversa com essa ideia sensual e sombria do universo vampírico. Só que o efeito especial mal feito quebra o clima. Em vez de entrar na cena, você sai. Você lembra que tá vendo uma série, e pior: uma série que podia ser melhor se tivesse um pouco mais de esmero.
Mesmo assim, confesso que o casal me pegou. Gawin entrega bem como o Tong, tem uma vulnerabilidade sincera ali, e o Joss, mesmo com aquele jeitão travado, convence como vampiro que tenta controlar os próprios instintos. O romance deles tem uma intensidade boa, sem exagero. É mais no olhar, no gesto contido, nas cenas de silêncio do que no texto. Pelo menos isso segura o clima.
Mas no geral, My Golden Blood é mais promissora do que bem executada. A ideia era boa, o universo tinha potencial, mas faltou coragem no roteiro e capricho na produção. Fica aquela sensação de "quase". Quase foi uma grande série. Quase foi inesquecível. Quase me arrancou um surto. Mas parou no meio do caminho.
No fim, eu me importei, sim. O casal tem química. A história por mais superficial que fosse, me prendeu. Mas se alguém me perguntar se é maravilhosa… eu vou respirar fundo e responder: é boa, mas precisava de mais cuidado. Porque, sinceramente, com um roteiro mais afiado e efeitos menos vergonhosos, ela podia ter sido muito mais do que só “ok”.
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