This review may contain spoilers
Shine mostra que o amor também pode ser uma prisão
Shine foi uma experiência bem diferente de tudo que eu já vi no BL tailandês. Eu já vou começar sincera: o primeiro episódio foi um suplício pra mim. Eu pausava, voltava, mexia no celular, ia beber água, tudo servia de desculpa pra não terminar. Quando finalmente acabei, a vontade de seguir pro segundo era quase nula. Mas, ainda bem, eu fui, porque dali em diante a série começou a mostrar pra que veio. Ainda não é aquele ritmo eletrizante que prende logo, mas dá uma engrenada boa e me fez continuar.
O que me pegou de verdade é que Shine não é uma história feita pra ser agradável. Não tem nada daquele BL açucarado, cheio de ceninhas fofas e momentos pra suspirar. Aqui é tudo cru, pesado e até doloroso de assistir. A série mergulha em um período sombrio da história da Tailândia, com militarismo, revolução, corrupção e repressão social. E, sinceramente, eu gostei porque a gente quase nunca tem acesso a essa perspectiva. Normalmente só consumimos o lado ocidental dessas épocas, e Shine abre um espaço pra enxergar as marcas que ficaram do outro lado do mundo. É denso, é cru, mas é necessário.
Os romances seguem essa mesma linha: nada de conto de fadas, é amor marcado por dor, obrigação, repressão e escolhas que cobram um preço caro. O coronel é talvez o personagem mais triste nesse aspecto. Ele consegue sair das amarras do exército, mas continua preso em outro tipo de cela: o casamento sem amor, mantido por convenções e preconceitos. É sufocante ver alguém que se liberta de uma corrente, mas permanece amarrado em outra, e isso, pra mim, foi uma das coisas mais fortes da série.
E aí tem o Trin e o Tanwa, que em teoria são o casal principal e até tiveram um final feliz daqueles que a gente gosta de ver, os dois juntos, envelhecendo lado a lado, sobrevivendo a todo aquele caos. Só que, sinceramente, por mais bonitos que fossem juntos e por mais química que rolasse entre eles, eu não senti tanto impacto. Pra mim, Shine acabou sendo muito mais sobre o coronel e o repórter do que sobre o casal principal. Era pra ser a história de Trin e Tanwa, mas quem carregou o peso emocional de verdade foram os outros dois. E isso não quer dizer que eu não tenha gostado deles, pelo contrário, foi bom ter uma fagulha de esperança no meio de tanto sofrimento, mas o protagonismo, pelo menos pra mim, escapou das mãos deles e se alojou firme no casal secundário.
E aí vêm os destinos de Victor e Veena, que são quase um soco no estômago. Os dois não mereciam o fim que tiveram, mas cada decisão deles pesou. Victor escolheu levantar a voz e acabou silenciado de forma brutal. Veena sendo envolvido com o exército e ainda por cima se apaixonou pela mulher do coronel, o que o colocou num beco sem saída sendo chantageado e traído. Shine deixa claro que toda escolha tem um preço, e, na maioria das vezes, ele é alto demais.
Agora, se for pra apontar problemas, Shine tem sim. Os episódios poderiam ser mais enxutos; algumas cenas parecem arrastadas e acabam cansando. Além disso, não é todo mundo que vai conseguir embarcar nesse tom pesado. Entendo quem desistiu logo no começo, a série não faz esforço nenhum pra “conquistar” o espectador, ela só joga a história nua e crua na sua cara e espera que você aguente.
No fim das contas, minha experiência com Shine foi de respeito e impacto mais do que de diversão. Não é a série que eu assistiria de novo numa maratona de conforto, mas é uma que vai ficar na cabeça e no coração por dias. Eu recomendo, sim, mas com a ressalva: vá sabendo que é pesado, que não vai ter final feliz pra todo mundo e que talvez você saia mais reflexivo do que satisfeito. O que mais me marcou foi justamente isso, cada personagem teve seu destino traçado pelas próprias escolhas, e Shine não romantizou nada, só mostrou as consequências. E, apesar de tudo, eu gostei de ter assistido.
O que me pegou de verdade é que Shine não é uma história feita pra ser agradável. Não tem nada daquele BL açucarado, cheio de ceninhas fofas e momentos pra suspirar. Aqui é tudo cru, pesado e até doloroso de assistir. A série mergulha em um período sombrio da história da Tailândia, com militarismo, revolução, corrupção e repressão social. E, sinceramente, eu gostei porque a gente quase nunca tem acesso a essa perspectiva. Normalmente só consumimos o lado ocidental dessas épocas, e Shine abre um espaço pra enxergar as marcas que ficaram do outro lado do mundo. É denso, é cru, mas é necessário.
Os romances seguem essa mesma linha: nada de conto de fadas, é amor marcado por dor, obrigação, repressão e escolhas que cobram um preço caro. O coronel é talvez o personagem mais triste nesse aspecto. Ele consegue sair das amarras do exército, mas continua preso em outro tipo de cela: o casamento sem amor, mantido por convenções e preconceitos. É sufocante ver alguém que se liberta de uma corrente, mas permanece amarrado em outra, e isso, pra mim, foi uma das coisas mais fortes da série.
E aí tem o Trin e o Tanwa, que em teoria são o casal principal e até tiveram um final feliz daqueles que a gente gosta de ver, os dois juntos, envelhecendo lado a lado, sobrevivendo a todo aquele caos. Só que, sinceramente, por mais bonitos que fossem juntos e por mais química que rolasse entre eles, eu não senti tanto impacto. Pra mim, Shine acabou sendo muito mais sobre o coronel e o repórter do que sobre o casal principal. Era pra ser a história de Trin e Tanwa, mas quem carregou o peso emocional de verdade foram os outros dois. E isso não quer dizer que eu não tenha gostado deles, pelo contrário, foi bom ter uma fagulha de esperança no meio de tanto sofrimento, mas o protagonismo, pelo menos pra mim, escapou das mãos deles e se alojou firme no casal secundário.
E aí vêm os destinos de Victor e Veena, que são quase um soco no estômago. Os dois não mereciam o fim que tiveram, mas cada decisão deles pesou. Victor escolheu levantar a voz e acabou silenciado de forma brutal. Veena sendo envolvido com o exército e ainda por cima se apaixonou pela mulher do coronel, o que o colocou num beco sem saída sendo chantageado e traído. Shine deixa claro que toda escolha tem um preço, e, na maioria das vezes, ele é alto demais.
Agora, se for pra apontar problemas, Shine tem sim. Os episódios poderiam ser mais enxutos; algumas cenas parecem arrastadas e acabam cansando. Além disso, não é todo mundo que vai conseguir embarcar nesse tom pesado. Entendo quem desistiu logo no começo, a série não faz esforço nenhum pra “conquistar” o espectador, ela só joga a história nua e crua na sua cara e espera que você aguente.
No fim das contas, minha experiência com Shine foi de respeito e impacto mais do que de diversão. Não é a série que eu assistiria de novo numa maratona de conforto, mas é uma que vai ficar na cabeça e no coração por dias. Eu recomendo, sim, mas com a ressalva: vá sabendo que é pesado, que não vai ter final feliz pra todo mundo e que talvez você saia mais reflexivo do que satisfeito. O que mais me marcou foi justamente isso, cada personagem teve seu destino traçado pelas próprias escolhas, e Shine não romantizou nada, só mostrou as consequências. E, apesar de tudo, eu gostei de ter assistido.
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