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  • Last Online: Jul 13, 2025
  • Gender: Female
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  • Contribution Points: 0 LV0
  • Roles:
  • Join Date: July 3, 2025
Love Mechanics thai drama review
Completed
Love Mechanics
0 people found this review helpful
by LuigiAntonioSantos
Jul 3, 2025
10 of 10 episodes seen
Completed
Overall 6.5
Story 6.5
Acting/Cast 7.0
Music 6.0
Rewatch Value 7.0
This review may contain spoilers

Análise crítica de outro ponto de vista

Love Mechanics é uma daquelas séries que você começa achando que vai ser só mais um clichê romântico adolescente, e termina percebendo que tem muito mais coisa ali — mesmo que nem tudo funcione tão bem assim.

A história gira em torno de Mark e Vee, dois estudantes de engenharia que começam se odiando, ou melhor, fingindo que se odeiam. Porque no fundo já existe algo ali — um sentimento mal resolvido, uma tensão, uma vontade de entender o outro e se proteger ao mesmo tempo. A série já começa no meio do furacão: sem muito tempo pra "se conhecerem aos poucos", o envolvimento deles é impulsivo, desajeitado, mas intenso. E esse estopim é o que move tudo.

Mark é um personagem que mistura força e fragilidade. Parece “fofinho e bobo”, mas tem uma base emocional firme — quando decide algo, vai até o fim. Ele tenta fugir, se proteger, colocar limites, mas se vê cada vez mais dentro dessa montanha-russa emocional que é estar envolvido com Vee.

Vee, por outro lado, é pura contradição. Finge controle, mas é impulsivo. Vive um relacionamento socialmente aceito com Ploy, mas seus sentimentos reais estão todos voltados para Mark. Seu jeito grosseiro, possessivo e cabeça dura não some quando o amor aparece — só se mistura ao carinho que sente por Mark. E aí está um dos maiores problemas da série: Vee não evolui tanto quanto promete. Mesmo depois de tudo, ele continua reagindo com impulso e agressividade, o que enfraquece o arco de redenção que parecia estar sendo construído.

A ambientação da série é cheia de simbolismos. Os quartos dos personagens, por exemplo, dizem muito: o de Ploy é confuso, cheio de coisas, refletindo seu caos emocional e os dois relacionamentos que carrega. O de Mark é claro, limpo, quase infantil — mostra alguém tentando manter o controle da própria vida. E o de Vee… é escuro, isolado, e só pessoas importantes entram. Isso já diz tudo sobre sua forma de se abrir emocionalmente.

O roteiro tenta seguir uma estrutura clássica de arco narrativo: temos um “midpoint” na praia (onde o casal parece se entender de vez), um “low point” com traição e brigas, e um clímax envolvendo a aceitação dos pais e uma luta simbólica pelo amor. Mas, apesar de bem-intencionada, essa estrutura nem sempre funciona. O ritmo da série oscila bastante, personagens secundários aparecem e somem sem construção emocional real (como o casal que surge no ep 1 e volta só no 6), e alguns conflitos parecem forçados só pra impedir o casal de ficar junto — o famoso “drama por drama”, comum em BLs.

Mesmo com esses tropeços, a série acerta em alguns pontos importantes: a química dos protagonistas é forte, o uso de cores e cenários como extensão emocional é bonito de acompanhar, e a história, por mais “bobinha” que pareça, levanta discussões reais sobre identidade, pressão social, e o medo de ser quem se é.

Destaque para War (Mark), que entrega tudo: chora, sofre, ama, se entrega. Já Yin (Vee), apesar de bom ator, às vezes se perde em alguns trejeitos (como sorrisos fora de hora) e não sustenta o mesmo peso emocional nas cenas mais intensas.

Love Mechanics é uma série de experiência — para quem gosta de romance com tensão, reviravoltas e cenas de chorar e rir no mesmo episódio. Tem seus erros, sim, mas também tem alma. E às vezes, é isso que basta pra nos prender até o final.
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