A Solidão Também Anda de Mãos Dadas
Nobody's Daughter Hae Won é daqueles filmes que não fazem barulho, sussurram. Não atropelam emoções, deixam que elas escorram devagar, como quem observa a própria vida pela janela num dia nublado. É cinema que pede calma, olhar atento e disposição para habitar o silêncio dos personagens.
Hae Won não é filha de ninguém, e é exatamente isso que o filme quer discutir. A sensação de não-pertencimento, de caminhar meio solta no mundo, buscando lugar, afeto, sentido. A protagonista vaga pela história como quem tenta se encontrar em espelhos que não devolvem o que ela espera. Pessoas chegam, partem, opinam, julgam. Nada é definitivo, nem ela.
O diretor segue a tradição coreana mais intimista: diálogos cotidianos, pausas longas, vida acontecendo no detalhe. Não entrega respostas prontas. Apenas observa. E, quando funciona, toca num ponto sensível, essa melancolia leve, cotidiana, que todo mundo já conheceu.
Ainda assim, é um filme que exige disposição emocional. A narrativa é lenta, circular, às vezes repetitiva em intenção. Em dias de pressa, pode cansar. Em dias de contemplação, pode encaixar como luva. O mérito está em capturar a humanidade sem maquiagem, com falhas, escolhas tortas, inseguranças reais.
A atuação é sólida, natural, quase documental. Nada exagerado, nada grandioso, justamente por isso, verdadeiro.
Nota 7,5: belo, honesto, sensível.
Não é obra que explode, é a que permanece em eco.
Um filme para ver com o coração desarmado e tempo disponível para sentir o que não é dito.
Hae Won não é filha de ninguém, e é exatamente isso que o filme quer discutir. A sensação de não-pertencimento, de caminhar meio solta no mundo, buscando lugar, afeto, sentido. A protagonista vaga pela história como quem tenta se encontrar em espelhos que não devolvem o que ela espera. Pessoas chegam, partem, opinam, julgam. Nada é definitivo, nem ela.
O diretor segue a tradição coreana mais intimista: diálogos cotidianos, pausas longas, vida acontecendo no detalhe. Não entrega respostas prontas. Apenas observa. E, quando funciona, toca num ponto sensível, essa melancolia leve, cotidiana, que todo mundo já conheceu.
Ainda assim, é um filme que exige disposição emocional. A narrativa é lenta, circular, às vezes repetitiva em intenção. Em dias de pressa, pode cansar. Em dias de contemplação, pode encaixar como luva. O mérito está em capturar a humanidade sem maquiagem, com falhas, escolhas tortas, inseguranças reais.
A atuação é sólida, natural, quase documental. Nada exagerado, nada grandioso, justamente por isso, verdadeiro.
Nota 7,5: belo, honesto, sensível.
Não é obra que explode, é a que permanece em eco.
Um filme para ver com o coração desarmado e tempo disponível para sentir o que não é dito.
Was this review helpful to you?


