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Qual é o grau de ingenuidade do 456?
Se a primeira temporada já se destacava pelo embate moral entre o idealismo de 456 e o cinismo de 001, a segunda eleva essa tensão a um patamar ainda mais marcante. Aqui, o discurso cruel e pragmático de 001 ganha terreno, consolidando-se como a perspectiva dominante — o mundo é cruel, egoísta e imutável, como ele sempre acreditou. O roteiro, porém, mantém um fio de esperança: será que o mundo empático e igualitário sonhado por 456 tem alguma chance de prevalecer? Essa pergunta, com toda a sua complexidade, fica nas mãos do roteirista, que agora carrega a responsabilidade de dar substância a essa visão utópica.
Quanto à execução, esta temporada beira a excelência. O texto é afiado, a direção cênica é primorosa e as atuações impressionam em todos os níveis. Kang Ae-sim, em especial, brilha como a mãe coreana por excelência, uma figura protetora que encarna a força e a resiliência de maneira sublime — já podemos esperar que ela domine as premiações para atriz coadjuvante. No entanto, nem tudo é louvor: 456 se mostra surpreendentemente ingênuo ao não perceber quem 001 realmente é, o que, além de frustrante, adiciona um elemento de fragilidade à narrativa. Mesmo assim, o conflito entre essas visões de mundo mantém a temporada irresistivelmente instigante.
Quanto à execução, esta temporada beira a excelência. O texto é afiado, a direção cênica é primorosa e as atuações impressionam em todos os níveis. Kang Ae-sim, em especial, brilha como a mãe coreana por excelência, uma figura protetora que encarna a força e a resiliência de maneira sublime — já podemos esperar que ela domine as premiações para atriz coadjuvante. No entanto, nem tudo é louvor: 456 se mostra surpreendentemente ingênuo ao não perceber quem 001 realmente é, o que, além de frustrante, adiciona um elemento de fragilidade à narrativa. Mesmo assim, o conflito entre essas visões de mundo mantém a temporada irresistivelmente instigante.
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