Coreia, Onde o Ensino Médio é Pós-Graduação em Crime
É um tanto injusto colocar a segunda temporada lado a lado com a primeira. A original tinha o frescor da novidade, a surpresa de uma trama que surgia com vigor. Já essa leva recente mergulha com mais clareza na densidade do roteiro: bullying institucionalizado, laços forjados entre amizade e rivalidade, o submundo do crime juvenil coreano e, principalmente, o papel das escolas como palco e cúmplice da violência. O enredo se sustenta com firmeza, e os atores — talentosos, dedicados — entregam performances notáveis. Ainda assim, mesmo com todos os esforços de caracterização e maquiagem, há um elefante na sala: a idade. A maioria já passou dos trinta, e o salto geracional fica difícil de ignorar.
Isso compromete a experiência? Curiosamente, não. Mas seria de bom tom, para a já ventilada terceira temporada, uma escalação que dialogue melhor com a faixa etária que a série retrata. Nesse ponto, a Netflix precisa calibrar a bússola. Quanto ao elenco, Park Ji-hoon repete o feito da primeira temporada com atuação segura, magnetizante — embora desta vez tenha que dividir os holofotes com Ryeoun, excelente como Hu Min. E tudo bem: há espaço para ambos. Mas confesso minha preferência. O Sieun de Ji-hoon é o eixo emocional e narrativo mais potente da série.
Se quiserem fazer um spin-off centrado em Baku, eu topo, assisto com gosto e critério. Mas se o que se busca é uma temporada de encerramento, que ela venha centrada em Sieun — porque, apesar das múltiplas camadas da série, é ele quem ainda carrega o peso do mundo nas costas e nos olhos.
Isso compromete a experiência? Curiosamente, não. Mas seria de bom tom, para a já ventilada terceira temporada, uma escalação que dialogue melhor com a faixa etária que a série retrata. Nesse ponto, a Netflix precisa calibrar a bússola. Quanto ao elenco, Park Ji-hoon repete o feito da primeira temporada com atuação segura, magnetizante — embora desta vez tenha que dividir os holofotes com Ryeoun, excelente como Hu Min. E tudo bem: há espaço para ambos. Mas confesso minha preferência. O Sieun de Ji-hoon é o eixo emocional e narrativo mais potente da série.
Se quiserem fazer um spin-off centrado em Baku, eu topo, assisto com gosto e critério. Mas se o que se busca é uma temporada de encerramento, que ela venha centrada em Sieun — porque, apesar das múltiplas camadas da série, é ele quem ainda carrega o peso do mundo nas costas e nos olhos.
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