Desde os primeiros minutos, A Ligação conquista pelo conceito audacioso e original: duas mulheres vivendo em épocas distintas — uma em 2019 e outra em 1999 — são conectadas por um telefone numa mesma casa. A premissa já carrega uma promessa forte de mistério, tensão e possibilidade de reviravoltas. Essa comunicação entre passado e presente, com consequências enormes para ambas, me impressionou: a ideia de usar um telefone antigo como ponte temporal é simples, mas poderosa — e o filme explora isso com inteligência.
A ambientação e a atmosfera visual também merecem destaque. A casa antiga, repleta de sombras, corredores escuros e cantos que parecem esconder segredos, cria um clima claustrofóbico e inquietante, perfeito para o gênero suspense/terror psicológico. Essa estética — com jogos de luz e sombra, cenários opressivos e detalhes que remetem ao terror clássico — funciona como personagem: você sente que não está apenas assistindo, mas participando de algo perturbador e imprevisível.
As atuações são outro ponto alto. Park Shin‑hye entrega a protagonista Seo-yeon com nuances de dor, culpa, fragilidade e coragem — uma jovem marcada pelo passado, buscando redenção, que aos poucos se vê envolvida em algo muito maior e mais sombrio do que imaginava. Já Jeon Jong‑seo comanda a outra ponta da história com intensidade e instabilidade — sua Young-sook transita entre vítima, manipuladora e ameaça real, mantendo o espectador sempre apreensivo sobre o que vai acontecer. A dualidade entre ambas cria tensão constante e imprevisibilidade.
O roteiro merece aplausos por mesclar com competência suspense, horror psicológico, tragédia familiar e ficção científica (via viagem no tempo/efeito borboleta). A história não se contenta em apenas assustar: ela provoca, questiona, joga com culpa, arrependimento, memória e trauma — quando uma tenta mudar o passado para salvar ou reconstruir sua vida, as consequências são imprevisíveis, dolorosas e perturbadoras. Isso torna A Ligação mais do que um filme de terror: é um thriller existencial, capaz de fazer o espectador refletir sobre destino, culpa e as ramificações de mexer com o tempo.
O ritmo, apesar de sofrer momentos mais pausados — especialmente no início —, se equilibra ao longo do filme de forma que a tensão vai crescendo de forma quase imperceptível até explodir num crescendo dramático e sombrio. A paciência que o filme exige logo se justifica: os momentos mais calmos funcionam como preparação para o caos emocional que virá, e quando as reviravoltas chegam, o impacto é real.
Para mim, o mérito maior de A Ligação está em sua coragem narrativa: o filme não teme arriscar, não opta pelo caminho fácil. Ele joga com horror, culpa, destino e consequências — e muitas vezes pune os personagens pelas escolhas feitas. Não oferece conforto: oferece desconforto real, angústia, questionamentos. E esse tipo de cinema mais “incômodo” costuma ser o mais memorável.
Por fim: A Ligação é, sem dúvida, um dos melhores thrillers recentes da Netflix — sobretudo entre os filmes coreanos de suspense/terror. Ele consegue ser assustador, inteligente, emotivo e perturbador ao mesmo tempo. Quem procura um filme que vai além do susto fácil, que mexe com alma e mente, com certeza vai sair impactado. Eu definitivamente indicaria para quem gosta de tensão psicológica, reviravoltas e histórias com profundidade — e, ao mesmo tempo, não tem medo de encarar violência, dor e consequências.
A ambientação e a atmosfera visual também merecem destaque. A casa antiga, repleta de sombras, corredores escuros e cantos que parecem esconder segredos, cria um clima claustrofóbico e inquietante, perfeito para o gênero suspense/terror psicológico. Essa estética — com jogos de luz e sombra, cenários opressivos e detalhes que remetem ao terror clássico — funciona como personagem: você sente que não está apenas assistindo, mas participando de algo perturbador e imprevisível.
As atuações são outro ponto alto. Park Shin‑hye entrega a protagonista Seo-yeon com nuances de dor, culpa, fragilidade e coragem — uma jovem marcada pelo passado, buscando redenção, que aos poucos se vê envolvida em algo muito maior e mais sombrio do que imaginava. Já Jeon Jong‑seo comanda a outra ponta da história com intensidade e instabilidade — sua Young-sook transita entre vítima, manipuladora e ameaça real, mantendo o espectador sempre apreensivo sobre o que vai acontecer. A dualidade entre ambas cria tensão constante e imprevisibilidade.
O roteiro merece aplausos por mesclar com competência suspense, horror psicológico, tragédia familiar e ficção científica (via viagem no tempo/efeito borboleta). A história não se contenta em apenas assustar: ela provoca, questiona, joga com culpa, arrependimento, memória e trauma — quando uma tenta mudar o passado para salvar ou reconstruir sua vida, as consequências são imprevisíveis, dolorosas e perturbadoras. Isso torna A Ligação mais do que um filme de terror: é um thriller existencial, capaz de fazer o espectador refletir sobre destino, culpa e as ramificações de mexer com o tempo.
O ritmo, apesar de sofrer momentos mais pausados — especialmente no início —, se equilibra ao longo do filme de forma que a tensão vai crescendo de forma quase imperceptível até explodir num crescendo dramático e sombrio. A paciência que o filme exige logo se justifica: os momentos mais calmos funcionam como preparação para o caos emocional que virá, e quando as reviravoltas chegam, o impacto é real.
Para mim, o mérito maior de A Ligação está em sua coragem narrativa: o filme não teme arriscar, não opta pelo caminho fácil. Ele joga com horror, culpa, destino e consequências — e muitas vezes pune os personagens pelas escolhas feitas. Não oferece conforto: oferece desconforto real, angústia, questionamentos. E esse tipo de cinema mais “incômodo” costuma ser o mais memorável.
Por fim: A Ligação é, sem dúvida, um dos melhores thrillers recentes da Netflix — sobretudo entre os filmes coreanos de suspense/terror. Ele consegue ser assustador, inteligente, emotivo e perturbador ao mesmo tempo. Quem procura um filme que vai além do susto fácil, que mexe com alma e mente, com certeza vai sair impactado. Eu definitivamente indicaria para quem gosta de tensão psicológica, reviravoltas e histórias com profundidade — e, ao mesmo tempo, não tem medo de encarar violência, dor e consequências.
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