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The Good Bad Mother korean drama review
Completed
The Good Bad Mother
0 people found this review helpful
by pedrinhoomota_
7 days ago
14 of 14 episodes seen
Completed
Overall 10
Story 10.0
Acting/Cast 10.0
Music 10.0
Rewatch Value 10.0
The Good Bad Mother é uma daquelas histórias que não se impõem pelo excesso de drama, mas pela verdade emocional que carrega. O dorama parte de uma relação aparentemente simples — mãe e filho — para construir algo muito maior: um retrato delicado sobre como o amor pode machucar quando não sabe se expressar, e como ele também pode curar quando encontra uma segunda chance. A série não se preocupa em rotular sentimentos como certos ou errados; ela prefere mostrar que, muitas vezes, amar é errar tentando proteger.

A trajetória de Choi Kang-Ho é o reflexo de uma criação marcada pela sobrevivência. Criado por uma mãe rígida, moldado pela dor, pela pobreza e pelo medo de perder tudo, ele cresce acreditando que afeto é fraqueza e que sucesso é a única forma de justificar a própria existência. O dorama constrói essa personalidade sem pressa, deixando claro que sua frieza não nasce da falta de amor, mas do excesso dele — um amor que não soube ser gentil.

Quando a narrativa provoca uma ruptura em sua vida adulta, The Good Bad Mother transforma o que poderia ser apenas um artifício dramático em uma poderosa metáfora: a ideia de reaprender a viver, sentir e se relacionar. É nesse ponto que a história deixa de ser apenas sobre passado e passa a falar sobre recomeço, sobre o quanto somos moldados por quem nos criou e o quanto ainda podemos nos reconstruir, mesmo quando acreditamos que já é tarde demais.

Lee Do-Hyun entrega uma atuação profundamente sensível, que sustenta toda essa complexidade emocional. Seu trabalho não está nos grandes discursos, mas nos silêncios, nos olhares e nas pequenas reações. Ele consegue traduzir vulnerabilidade sem caricatura e dor sem exagero, fazendo com que o público enxergue não apenas um personagem, mas um ser humano fragmentado tentando se entender. É uma atuação que toca porque parece real.

Ra Mi-Ran, por sua vez, constrói uma das figuras maternas mais complexas e honestas dos doramas recentes. Sua personagem não é idealizada: ela erra, endurece, machuca — mas ama de forma absoluta. O texto não a absolve nem a condena; apenas a humaniza. E é justamente nessa humanidade que mora a força da série: entender que muitas mães fizeram o melhor que puderam com as ferramentas emocionais que tinham.

Ao longo dos episódios, o dorama propõe uma reflexão silenciosa sobre culpa e arrependimento. Ele nos lembra que palavras não ditas pesam tanto quanto as ditas com dureza, e que o tempo, quando passa, não apaga feridas — apenas nos obriga a conviver com elas. Há momentos em que o desconforto é inevitável, porque a série nos coloca diante de espelhos: quantas vezes também fomos ausentes, duros ou injustos com quem nos amava?

Mesmo tratando de temas densos, The Good Bad Mother encontra equilíbrio ao inserir humor sutil, relações comunitárias calorosas e pequenos gestos de cuidado. Esses elementos não aliviam a dor, mas mostram que a vida continua acontecendo apesar dela. O dorama entende que a cura não vem de grandes revelações, mas de repetições simples: cuidar, insistir, permanecer.

No fim, The Good Bad Mother é uma obra sobre reconciliação — não apenas entre mãe e filho, mas com a própria história. Ele ensina que ninguém é apenas bom ou ruim, que amar nem sempre significa acertar, e que revisitar o passado pode ser doloroso, mas também libertador. É um dorama que fica, porque não tenta ensinar lições prontas; ele apenas nos convida a sentir, refletir e, talvez, olhar com mais gentileza para quem fomos e para quem nos criou.
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