As Primeiras Histórias de Amor (Pure Love) é aquele tipo de filme que carrega a juventude dentro de uma garrafa, como se dissesse em silêncio: “sinta de novo, mesmo que doa”. É uma obra nostálgica, agridoce e inevitavelmente melancólica, que não tenta esconder sua tristeza. Pelo contrário, ela a abraça com delicadeza, transformando a dor em memória e a memória em algo quase sagrado.
Ambientado nos anos 80, o filme nos leva a uma pequena ilha onde um grupo de amigos retorna para passar o verão ao lado de Soo Ok, a única que nunca conseguiu partir. Presa àquele lugar por uma limitação física, ela observa os amigos seguirem para a cidade enquanto permanece ali, sonhando. Soo Ok quer fazer a cirurgia, estudar, tornar-se locutora de rádio — quer ter uma voz que alcance mais longe do que o horizonte da ilha. Seus sonhos são simples, mas cheios de esperança, e é impossível não torcer por ela.
A realidade, no entanto, não é gentil. A ignorância do pai, a desonestidade médica e o peso de uma época menos humana acabam sufocando essas aspirações. O destino de Soo Ok não é cruel por exagero dramático, mas por ser profundamente real. O filme mostra como o amor e a juventude podem ser interrompidos não por falta de vontade, mas por estruturas falhas e escolhas alheias. O desfecho é trágico e deixa marcas profundas, tanto nos personagens quanto em quem assiste.
Anos depois, já na vida adulta, o passado retorna de forma silenciosa e poderosa. Um pacote misterioso chega às mãos de Beom Shil, agora apresentador de rádio. Dentro, estão o diário de Soo Ok, cartas, objetos e músicas que funcionam como fragmentos de um tempo que nunca deixou de existir. Ao abrir essa caixa, o tempo se dobra, e o último verão ressurge com força emocional avassaladora.
Cada anotação, cada lembrança e cada canção transporta os personagens — e o espectador — para aquele período onde tudo ainda parecia possível. A memória não surge como alívio, mas como eco. É o primeiro amor reaparecendo não para ser revivido, mas para ser sentido de novo, com a mesma intensidade e a mesma dor. O filme entende que o passado não desaparece; ele apenas muda de forma.
A trilha sonora é um dos elementos mais marcantes da obra. Ela não apenas acompanha a narrativa, mas a atravessa. As músicas carregam emoção, tempo e saudade. Dust in the Wind, em especial, deixa de ser apenas uma canção para se tornar uma lembrança emocional permanente. Depois do filme, ela nunca mais soa da mesma maneira — passa a carregar o peso daquilo que foi perdido cedo demais.
As atuações são outro ponto alto. Kim So Hyun entrega uma Soo Ok luminosa, sensível e cheia de vida, mesmo diante das limitações. D.O. constrói Beom Shil com uma mistura tocante de inocência, afeto e culpa silenciosa. Nada soa forçado; a dor não grita, ela pulsa. O elenco sustenta a emoção com uma naturalidade que torna tudo ainda mais verdadeiro.
As Primeiras Histórias de Amor não promete finais felizes nem tenta consertar o passado. Ele não oferece alívio — oferece lembrança. É um filme sobre o que fica quando tudo vai embora, sobre o amor que não teve tempo de amadurecer e sobre crescer entendendo que algumas perdas nos acompanham para sempre. Um filme para assistir quando o coração quiser voltar a um tempo em que amar era simples, e perder fazia parte de aprender a crescer.
Ambientado nos anos 80, o filme nos leva a uma pequena ilha onde um grupo de amigos retorna para passar o verão ao lado de Soo Ok, a única que nunca conseguiu partir. Presa àquele lugar por uma limitação física, ela observa os amigos seguirem para a cidade enquanto permanece ali, sonhando. Soo Ok quer fazer a cirurgia, estudar, tornar-se locutora de rádio — quer ter uma voz que alcance mais longe do que o horizonte da ilha. Seus sonhos são simples, mas cheios de esperança, e é impossível não torcer por ela.
A realidade, no entanto, não é gentil. A ignorância do pai, a desonestidade médica e o peso de uma época menos humana acabam sufocando essas aspirações. O destino de Soo Ok não é cruel por exagero dramático, mas por ser profundamente real. O filme mostra como o amor e a juventude podem ser interrompidos não por falta de vontade, mas por estruturas falhas e escolhas alheias. O desfecho é trágico e deixa marcas profundas, tanto nos personagens quanto em quem assiste.
Anos depois, já na vida adulta, o passado retorna de forma silenciosa e poderosa. Um pacote misterioso chega às mãos de Beom Shil, agora apresentador de rádio. Dentro, estão o diário de Soo Ok, cartas, objetos e músicas que funcionam como fragmentos de um tempo que nunca deixou de existir. Ao abrir essa caixa, o tempo se dobra, e o último verão ressurge com força emocional avassaladora.
Cada anotação, cada lembrança e cada canção transporta os personagens — e o espectador — para aquele período onde tudo ainda parecia possível. A memória não surge como alívio, mas como eco. É o primeiro amor reaparecendo não para ser revivido, mas para ser sentido de novo, com a mesma intensidade e a mesma dor. O filme entende que o passado não desaparece; ele apenas muda de forma.
A trilha sonora é um dos elementos mais marcantes da obra. Ela não apenas acompanha a narrativa, mas a atravessa. As músicas carregam emoção, tempo e saudade. Dust in the Wind, em especial, deixa de ser apenas uma canção para se tornar uma lembrança emocional permanente. Depois do filme, ela nunca mais soa da mesma maneira — passa a carregar o peso daquilo que foi perdido cedo demais.
As atuações são outro ponto alto. Kim So Hyun entrega uma Soo Ok luminosa, sensível e cheia de vida, mesmo diante das limitações. D.O. constrói Beom Shil com uma mistura tocante de inocência, afeto e culpa silenciosa. Nada soa forçado; a dor não grita, ela pulsa. O elenco sustenta a emoção com uma naturalidade que torna tudo ainda mais verdadeiro.
As Primeiras Histórias de Amor não promete finais felizes nem tenta consertar o passado. Ele não oferece alívio — oferece lembrança. É um filme sobre o que fica quando tudo vai embora, sobre o amor que não teve tempo de amadurecer e sobre crescer entendendo que algumas perdas nos acompanham para sempre. Um filme para assistir quando o coração quiser voltar a um tempo em que amar era simples, e perder fazia parte de aprender a crescer.
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