Dynamite Kiss termina 2025 de um jeito… ok. É aquele dorama que tinha todos os ingredientes para ser memorável: proposta interessante, começo forte, elenco carismático e um tom que prometia algo diferente dentro do gênero. Nos primeiros episódios, especialmente nos dois iniciais, a série realmente empolga, envolve e cria expectativa. Havia ali potencial real para se tornar um dos destaques do ano — talvez até um queridinho entre quem acompanha dramas asiáticos com frequência.
A história começa com fôlego e até ousa sair do óbvio. Acompanhamos Darim e suas dificuldades de vida de forma sensível, com cenas que emocionam e criam conexão. O roteiro acerta ao investir em lembranças e memórias como elemento narrativo, o que dá unidade à trama, além de trazer com cuidado o universo das mães e das crianças, um tema frequentemente negligenciado nas séries. Soma-se a isso uma trilha sonora bem escolhida e atuações muito competentes, que elevam o material.
O problema surge conforme a série avança. Aos poucos, Dynamite Kiss passa a se apoiar excessivamente em clichês já desgastados: perda de memória, atropelamento, término estratégico no penúltimo episódio. Recursos que antes funcionavam hoje soam preguiçosos, principalmente em um drama que prometia fugir da curva. A sensação que fica é de frustração — não porque o drama seja ruim, mas porque ele claramente poderia ser muito melhor do que entrega.
Um dos maiores tropeços está no tratamento dos personagens secundários. O casal que tinha total aprovação do público e dois personagens carismáticos foi desperdiçado por uma tentativa cansativa de triângulo amoroso. O não desenvolvimento de Seoun-u com Ha-eyoung frustra e esvazia completamente esse arco, a ponto de o casal secundário mal poder ser chamado assim. É um desperdício ainda maior quando pensamos no potencial da herdeira antagonista, uma personagem feminina diferente do clichê machista: bondosa, resiliente e interessante — mas pouco aproveitada.
O roteiro também peca em detalhes que fazem muita diferença. O esquecimento da irmã da protagonista como ferramenta de conflito soa forçado, o final é atropelado e o episódio 13 se destaca negativamente como pura enrolação. A própria protagonista acaba cansando ao repetir comportamentos sem evolução clara, o que enfraquece sua jornada. Em vários momentos, o drama parece subestimar a inteligência do espectador, especialmente com rivalidades masculinas artificiais e conflitos que poderiam ser resolvidos de forma mais madura.
Ainda assim, não dá para ignorar os acertos. Há momentos em que a comédia funciona muito bem e diverte de verdade. O elenco entrega atuações sólidas do início ao fim, e algumas personagens femininas têm desfechos muito bons — o final da mãe do protagonista, por exemplo, é um dos pontos mais bem resolvidos da série. Esses elementos seguram o drama e impedem que ele desande completamente.
No fim das contas, Dynamite Kiss é um dorama que acerta no geral, mas erra demais nos detalhes. É divertido, cria carinho e até envolve emocionalmente, mas deixa aquela sensação constante de oportunidade perdida. Um drama nota 10 que acaba virando um 8… ou menos, dependendo da tolerância de quem assiste aos clichês do gênero. Veredito final: tem doramas melhores por aí. Não é ruim — mas também não é recomendação forte.
A história começa com fôlego e até ousa sair do óbvio. Acompanhamos Darim e suas dificuldades de vida de forma sensível, com cenas que emocionam e criam conexão. O roteiro acerta ao investir em lembranças e memórias como elemento narrativo, o que dá unidade à trama, além de trazer com cuidado o universo das mães e das crianças, um tema frequentemente negligenciado nas séries. Soma-se a isso uma trilha sonora bem escolhida e atuações muito competentes, que elevam o material.
O problema surge conforme a série avança. Aos poucos, Dynamite Kiss passa a se apoiar excessivamente em clichês já desgastados: perda de memória, atropelamento, término estratégico no penúltimo episódio. Recursos que antes funcionavam hoje soam preguiçosos, principalmente em um drama que prometia fugir da curva. A sensação que fica é de frustração — não porque o drama seja ruim, mas porque ele claramente poderia ser muito melhor do que entrega.
Um dos maiores tropeços está no tratamento dos personagens secundários. O casal que tinha total aprovação do público e dois personagens carismáticos foi desperdiçado por uma tentativa cansativa de triângulo amoroso. O não desenvolvimento de Seoun-u com Ha-eyoung frustra e esvazia completamente esse arco, a ponto de o casal secundário mal poder ser chamado assim. É um desperdício ainda maior quando pensamos no potencial da herdeira antagonista, uma personagem feminina diferente do clichê machista: bondosa, resiliente e interessante — mas pouco aproveitada.
O roteiro também peca em detalhes que fazem muita diferença. O esquecimento da irmã da protagonista como ferramenta de conflito soa forçado, o final é atropelado e o episódio 13 se destaca negativamente como pura enrolação. A própria protagonista acaba cansando ao repetir comportamentos sem evolução clara, o que enfraquece sua jornada. Em vários momentos, o drama parece subestimar a inteligência do espectador, especialmente com rivalidades masculinas artificiais e conflitos que poderiam ser resolvidos de forma mais madura.
Ainda assim, não dá para ignorar os acertos. Há momentos em que a comédia funciona muito bem e diverte de verdade. O elenco entrega atuações sólidas do início ao fim, e algumas personagens femininas têm desfechos muito bons — o final da mãe do protagonista, por exemplo, é um dos pontos mais bem resolvidos da série. Esses elementos seguram o drama e impedem que ele desande completamente.
No fim das contas, Dynamite Kiss é um dorama que acerta no geral, mas erra demais nos detalhes. É divertido, cria carinho e até envolve emocionalmente, mas deixa aquela sensação constante de oportunidade perdida. Um drama nota 10 que acaba virando um 8… ou menos, dependendo da tolerância de quem assiste aos clichês do gênero. Veredito final: tem doramas melhores por aí. Não é ruim — mas também não é recomendação forte.
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