The Handmaiden é um daqueles filmes que se impõem desde a primeira cena, deixando claro o cuidado estético e narrativo de Park Chan-wook. Ambientado na Coreia sob domínio japonês, o longa constrói uma atmosfera densa, elegante e profundamente literária, fazendo o espectador sentir que está “lendo” a história, e não apenas assistindo a ela. A fotografia, os enquadramentos e o ritmo deliberado criam um clima hipnótico que prende do início ao fim.
A trama se sustenta em camadas de mistério, trapaça e manipulação. Nada é exatamente o que parece, e o roteiro brinca constantemente com as expectativas do público. Quando se acredita que o clímax foi alcançado, uma nova revelação surge e reorganiza completamente o entendimento da história. Esse jogo narrativo é um dos grandes trunfos do filme, fazendo com que suas quase três horas passem de forma surpreendentemente fluida.
O romance entre as duas protagonistas é central e tratado com sensibilidade e intensidade. A relação se desenvolve de maneira gradual, explorando desejo, cumplicidade e libertação, sem cair na vulgaridade gratuita. As cenas mais sensuais existem para servir à narrativa e à construção das personagens, reforçando a carga emocional da história e a complexidade da ligação entre elas.
Ha Jeong-woo, como o protagonista masculino, funciona como uma peça essencial nesse tabuleiro psicológico. Sua presença constante cria tensão, conflito e desequilíbrio, atuando como uma barreira simbólica e narrativa entre as duas mulheres. O trio principal apresenta uma química impressionante, sustentando o filme com atuações seguras, intensas e extremamente envolventes.
Um dos aspectos mais interessantes de The Handmaiden é o uso bilíngue do japonês e do coreano. A alternância entre os idiomas não é apenas um detalhe estilístico, mas uma ferramenta narrativa que reforça relações de poder, dominação cultural e identidade. A fluência do elenco contribui para a imersão e dá ainda mais veracidade ao período histórico retratado.
Tecnicamente, o filme é impecável nos figurinos, cenários e direção de arte, que recriam com riqueza de detalhes a época da ocupação japonesa. Ainda que a trilha sonora seja discreta, o silêncio e os sons ambientes cumprem bem seu papel, intensificando a tensão psicológica. Talvez um aprofundamento maior no contexto histórico ajudasse espectadores menos familiarizados com o período, mas isso não compromete a força do conjunto.
O final é simplesmente arrebatador. Inteligente, ousado e satisfatório, ele ressignifica toda a jornada e recompensa o espectador pela atenção dedicada. The Handmaiden é um filme adulto, provocador e sofisticado, que combina erotismo, suspense e drama com rara precisão. Uma obra-prima moderna do cinema coreano, memorável e digna de figurar entre os grandes filmes do gênero.
A trama se sustenta em camadas de mistério, trapaça e manipulação. Nada é exatamente o que parece, e o roteiro brinca constantemente com as expectativas do público. Quando se acredita que o clímax foi alcançado, uma nova revelação surge e reorganiza completamente o entendimento da história. Esse jogo narrativo é um dos grandes trunfos do filme, fazendo com que suas quase três horas passem de forma surpreendentemente fluida.
O romance entre as duas protagonistas é central e tratado com sensibilidade e intensidade. A relação se desenvolve de maneira gradual, explorando desejo, cumplicidade e libertação, sem cair na vulgaridade gratuita. As cenas mais sensuais existem para servir à narrativa e à construção das personagens, reforçando a carga emocional da história e a complexidade da ligação entre elas.
Ha Jeong-woo, como o protagonista masculino, funciona como uma peça essencial nesse tabuleiro psicológico. Sua presença constante cria tensão, conflito e desequilíbrio, atuando como uma barreira simbólica e narrativa entre as duas mulheres. O trio principal apresenta uma química impressionante, sustentando o filme com atuações seguras, intensas e extremamente envolventes.
Um dos aspectos mais interessantes de The Handmaiden é o uso bilíngue do japonês e do coreano. A alternância entre os idiomas não é apenas um detalhe estilístico, mas uma ferramenta narrativa que reforça relações de poder, dominação cultural e identidade. A fluência do elenco contribui para a imersão e dá ainda mais veracidade ao período histórico retratado.
Tecnicamente, o filme é impecável nos figurinos, cenários e direção de arte, que recriam com riqueza de detalhes a época da ocupação japonesa. Ainda que a trilha sonora seja discreta, o silêncio e os sons ambientes cumprem bem seu papel, intensificando a tensão psicológica. Talvez um aprofundamento maior no contexto histórico ajudasse espectadores menos familiarizados com o período, mas isso não compromete a força do conjunto.
O final é simplesmente arrebatador. Inteligente, ousado e satisfatório, ele ressignifica toda a jornada e recompensa o espectador pela atenção dedicada. The Handmaiden é um filme adulto, provocador e sofisticado, que combina erotismo, suspense e drama com rara precisão. Uma obra-prima moderna do cinema coreano, memorável e digna de figurar entre os grandes filmes do gênero.
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