This review may contain spoilers
Nevertheless
Nevertheless é um K-drama que se destaca dentre tantos outros: no mundo televisivo onde o amor é um conto de fadas, os homens são perfeitos e tudo é maravilhoso, essa história trata das relações de uma forma mais realista, retratando a complexidade dos relacionamentos amorosos e das interações humanas. A história é contada a partir da experiência e visão de Nabi, que narra seus sentimentos detalhadamente, o que me fez ficar fascinada, sem contar que a cinematografia de Nevertheless assim como a trilha sonora são as mais lindas que já vi em um K-drama.
Percebo a Nabi como uma mulher carente de afeto, pois tudo o que ela tem além das amigas da faculdade é sua tia, mas a mesma mora longe. Nabi saiu de um relacionamento tóxico recente e tem conflitos na relação com a mãe, se sentindo rejeitada. Quando conhecemos mais dela, percebemos o motivo desse apego e idealização em Jae-eon, que cresce rapidamente conforme eles passam tempo juntos e floresce mesmo que ele tenha comunicado que não tem interesse em namorar, pois Nabi ainda espera isso dele e alimenta uma expectativa interna que a faz mal. Seu erro é não dar um tempo para se curar do antigo e buscar o novo tão impulsivamente, e isso evidencia algumas questões de insegurança na personagem. Jae-eon também carrega dilemas pessoais: possui um relacionamento distante com sua mãe e mora sozinho, o que nos faz perceber que ele também é mais complexo em quesito sentimental do que tem um caráter ruim. O maior problema dele é não perceber que ilude as mulheres nas quais se envolve, e a série apresenta uma analogia utilizando borboletas incrível sobre isso! Jae-eon também se sente confuso quando percebe seus sentimentos por Nabi e passa a entrar em conflito consigo mesmo ao encarar essas emoções.
Em um certo momento na trama pude perceber o porquê de tantas críticas a este K-drama vindo majoritariamente de mulheres que costumam consumir conteúdos sul-coreanos: Nevertheless não segue o estereótipo padronizado comum da Coréia do Sul, onde relacionamentos são perfeitos, inocente e fofos. Pelo contrário, a série nos estimula a refletir sobre as expectativas que colocamos sobre as outras pessoas, a importância da comunicação e diálogo nas relações e de como não basta ter atração e afeto para namorar, na realidade um relacionamento sério exige outras coisas de nós.
Os desenvolvimentos dos personagens coadjuvantes também é um ponto alto do K-drama. Eu amei acompanhar o desenrolar da relação das duas amigas de Nabi, e fiquei feliz que deram espaço para um relacionamento lésbico em uma produção de um país que ainda não fez avanços acerca da comunidade LGBTQIA+. O surgimento do amigo de infância de Nabi vem para possibilitar os esclarecimentos dos sentimentos entre ela e Jae-eon, mas fiquei com dó rapaz no fim das contas. Ele era uma opção mais saudável para Nabi? Talvez, mas ela não manda em seu coração e não controla o que sente, igual a nós espectadores.
Por fim, a lição que fica é: o amor não é perfeito, relações humanas são complexas e envolvem comprometimento e responsabilidade afetiva. O casal no final não resolve todos os conflitos, mas se entregam e se disponibilizam para tentar ser felizes juntos mesmo sem saber se dará certo, e isso é exatamente o que fazemos na vida real: tentamos ser felizes, apesar de tudo…
Percebo a Nabi como uma mulher carente de afeto, pois tudo o que ela tem além das amigas da faculdade é sua tia, mas a mesma mora longe. Nabi saiu de um relacionamento tóxico recente e tem conflitos na relação com a mãe, se sentindo rejeitada. Quando conhecemos mais dela, percebemos o motivo desse apego e idealização em Jae-eon, que cresce rapidamente conforme eles passam tempo juntos e floresce mesmo que ele tenha comunicado que não tem interesse em namorar, pois Nabi ainda espera isso dele e alimenta uma expectativa interna que a faz mal. Seu erro é não dar um tempo para se curar do antigo e buscar o novo tão impulsivamente, e isso evidencia algumas questões de insegurança na personagem. Jae-eon também carrega dilemas pessoais: possui um relacionamento distante com sua mãe e mora sozinho, o que nos faz perceber que ele também é mais complexo em quesito sentimental do que tem um caráter ruim. O maior problema dele é não perceber que ilude as mulheres nas quais se envolve, e a série apresenta uma analogia utilizando borboletas incrível sobre isso! Jae-eon também se sente confuso quando percebe seus sentimentos por Nabi e passa a entrar em conflito consigo mesmo ao encarar essas emoções.
Em um certo momento na trama pude perceber o porquê de tantas críticas a este K-drama vindo majoritariamente de mulheres que costumam consumir conteúdos sul-coreanos: Nevertheless não segue o estereótipo padronizado comum da Coréia do Sul, onde relacionamentos são perfeitos, inocente e fofos. Pelo contrário, a série nos estimula a refletir sobre as expectativas que colocamos sobre as outras pessoas, a importância da comunicação e diálogo nas relações e de como não basta ter atração e afeto para namorar, na realidade um relacionamento sério exige outras coisas de nós.
Os desenvolvimentos dos personagens coadjuvantes também é um ponto alto do K-drama. Eu amei acompanhar o desenrolar da relação das duas amigas de Nabi, e fiquei feliz que deram espaço para um relacionamento lésbico em uma produção de um país que ainda não fez avanços acerca da comunidade LGBTQIA+. O surgimento do amigo de infância de Nabi vem para possibilitar os esclarecimentos dos sentimentos entre ela e Jae-eon, mas fiquei com dó rapaz no fim das contas. Ele era uma opção mais saudável para Nabi? Talvez, mas ela não manda em seu coração e não controla o que sente, igual a nós espectadores.
Por fim, a lição que fica é: o amor não é perfeito, relações humanas são complexas e envolvem comprometimento e responsabilidade afetiva. O casal no final não resolve todos os conflitos, mas se entregam e se disponibilizam para tentar ser felizes juntos mesmo sem saber se dará certo, e isso é exatamente o que fazemos na vida real: tentamos ser felizes, apesar de tudo…
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