O testemunho de um período turbulento.
Sandglass é um drama histórico intenso e melancólico que retrata com brutal realismo a Coreia do Sul durante os períodos de repressão militar e do massacre de Gwangju. O dorama começa com enorme força emocional ao explorar a juventude turbulenta dos protagonistas, focando na sobrevivência e formação de identidade em meio à violência social. Na minha visão, é nesse início que está a parte mais interessante e humana da obra, no retrato da juventude caótica dos personagens, que atrelado ao visual hostil pelas cores frias, pela trilha sonora e paisagens suburbanas, o dorama cria mais intimidade e conexão. Contudo, conforme a trama avança e foca no retrato histórico, ela acaba sacrificando o íntimo e humano pelo histórico e político, que passa a ser a denúncia e motor central do drama. Os protagonistas tentam escapar do turbilhão ideológico, mas os personagens secundários - fervorosos, desesperados, consumidos pela causa - empurram a narrativa para as ruas, para a revolta, para o confronto entre estudantes e militares. De fato, tem sua força, é ousado, principalmente pelo realismo das cenas com o uso de filmagens reais das revoltas e da repressão militar, porém menos envolvente do que a construção inicial. Em contrapartida, a terceira parte do dorama, que foca no jogo político, nos cassinos e no controle das gangues, apesar dos pesares pela repetição, subtramas que se arrastam, tornando a narrativa exaustiva e desinteressante, péssimas escolhas narrativas e carência de algumas explicações é definitivamente mais interessante que a segunda parte do dorama por todo significado que os personagens passam a representar nesse mundo e o próprio nome do dorama, como o ideal ético que é soterrado pela corrupção sistêmica, o reflexo da violência social de um sistema mais monstruoso ainda e a população esmagada entre Estado e crime, sobrevivendo à custa da própria dignidade emocional e acima de tudo o significado da ampulheta no dorama, não apenas como metáfora da inevitabilidade, mas da impotência dos indivíduos diante de forças históricas esmagadoras. No geral, Sandglass mantém grande impacto ao misturar ficção com imagens reais e ao construir personagens complexos, dilemas universais e tragicamente marcados, permanece como testemunho sobre uma geração destruída pela violência institucional e pela falência da justiça.Was this review helpful to you?
Sobre o amor que vem e dura a vida inteira.
Que Sera Sera é mais do que um dorama romântico; é um estudo profundo sobre amor, desejo, caráter e maturidade humana. A trama se desenvolve a partir de quatro protagonistas que representam arquétipos universais: Han Eun-soo, a mulher humilde e autêntica; Cha Hye-rin, a mulher rica e mimada; Kang Tae-joo, o homem cafajeste; e Shin Joon-hyuk, o homem bom e íntegro. Cada personagem funciona como um espelho de valores, falhas e dilemas humanos, cujas falhas e virtudes tornam suas jornadas críveis e tornando a narrativa reflexiva, também mostra como decisões impulsivas podem ter consequências profundas e duradouras.O cotidiano se torna palco de escolhas significativas, mostrando que amadurecer envolve tanto aceitar responsabilidades quanto lidar com os sentimentos conflitantes que surgem ao longo do tempo.
O dorama explora a diferença entre amor e desejo. Enquanto o desejo é passageiro e instintivo, ligado à atração superficial e à posse, o amor verdadeiro nasce da autenticidade, da bondade e da conexão emocional. Eun-soo, com sua humildade, serenidade e humanidade, desperta nos homens não apenas atração, mas o impulso de cuidar e proteger, revelando que o amor genuíno transcende o corpo e o status. Em contrapartida, Hye-rin ilustra o perigo do egoísmo e da vaidade, mostrando que riqueza e beleza sem autenticidade atraem desejo, mas não amor.
Tae-joo aprende a transcender o instinto e reconhecer o valor do amor verdadeiro mesmo com suas falhas; Joon-hyuk representa a constância e a integridade emocional, mesmo que isso o leve ao ciúme extremo e ao desejo de posse; Eun-soo atua como catalisadora moral, desafiando todos de forma passiva a confrontarem suas próprias falhas; e Hye-rin, por sua superficialidade, evidencia a ilusão que muitas vezes guia escolhas equivocadas, mas que ao longo do dorama vai amadurecendo. A obra demonstra que o amadurecimento afetivo exige autoconhecimento, responsabilidade e capacidade de transcender interesses imediatos.
Que Sera Sera propõe uma reflexão sobre os valores essenciais do ser humano. O amor não se constrói sobre riqueza, aparência ou status, mas sobre conexão genuína, respeito e autenticidade. O desejo instintivo pode seduzir, mas é a virtude, a humildade e a verdade que sustentam relações duradouras. Em última análise, a obra mostra que o verdadeiro amor é também uma forma de crescimento moral e espiritual.
Os pontos que prejudicam o dorama são algumas intrigas mal construídas no ambiente de trabalho, com aquele típico jogo de poder de escritório, e certos momentos sem peso, consequência da falta de tempo para um desenvolvimento mais aprofundado.
Em síntese, Que Sera Sera é uma narrativa que começa leve e até boba, lembrando mangás shoujo com protagonistas de boa aparência que tratam mal a personagem feminina, mas que, à medida que a história avança, amadurece. Analisado de uma perspectiva mais madura, revela-se um profundo estudo sobre amadurecimento e a capacidade de transcender interesses imediatos e acima de tudo, amor definitivamente não é o mesmo que atração e por esse motivo muitas vezes deixamos escapar o que mais importa e nada vida real muitas vezes não existe segunda chance.
Particularmente me impressionei com esse Dorama e com o arquétipo de cada personagem, apesar das falhas narrativas, sentir como se estivesse vendo "90 Days of Love" de novo.
Eun-soo ❤️
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Um conto leve de feridas profundas.
No geral, gostei da obra e dos temas abordados. Definitivamente, não é um dorama ruim. O dorama acerta em sua proposta de discutir traumas, saúde mental e amadurecimento emocional, mas a execução não mantém a força que esses temas exigem. A comédia, por exemplo, acaba destoando da densidade da narrativa, com momentos em que ela quebra a imersão e enfraquece o impacto emocional das situações.Alguns personagens do elenco principal também sofrem com a falta de desenvolvimento. São figuras com potencial, mas rasas pela ausência de uma história de fundo que os tornasse mais ricos. As resoluções na clínica, por sua vez, são tratadas de maneira superficial, parecendo soluções rápidas para conflitos complexos, a mãe da Ko Mun Young, que deveria funcionar como o grande clímax sombrio da obra é um excelente reflexo dessa limitação do dorama, pela superficialidade da preparação dela, foi um incêndio, mas em palha seca. Acredito que o dorama teria se beneficiado muito de um mini arco, talvez de três a quatro episódios, mostrando a infância dos personagens, suas interações, a relação com as mães com os mesmos, mais da mãe do meninos com a Mun Young criança, da própria Mun Young com o Gang Tae, mais da Mun Young com a Ju Ri e fins, até o dia derradeiro. Apenas flashbacks pontuais não foram suficientes para criar a base emocional necessária para o desfecho.
A trilha sonora, por outro lado, é excelente e contribui bastante para a atmosfera melancólica e poética do dorama. Ainda assim, It's Okay to Not Be Okay não chega a ser um dorama marcante, é uma obra boa, com temas fortes, mas que carece profundidade narrativa para atingir todo o potencial que possuía.
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"Vamos nos encontrar em nossa próxima vida, então eu nunca vou te perder."
No geral, I'm Sorry, I Love You é um péssimo dorama narrativamente, pois o desenvolvimento, a construção da aproximação entre os personagens e o desenrolar das interações são rasos e mal executados. O dorama aposta excessivamente em takes em slow motion e long shots, que deveriam ter peso narrativo e profundidade, mas só funcionam quando a base da história está sólida, o que não é o caso aqui. Além disso, diversas ações dos personagens são ilógicas ou incoerentes, tornando grande parte do tempo desperdiçado.Na prática, I'm Sorry, I Love You tem uma ótima ideia: trata do abandono, do destino, da complexidade das relações humanas marcadas pela dor e pelo ressentimento, mostrando como o peso esmagador do passado molda identidades e vínculos afetivos. Tenta explorar dilemas éticos e emocionais, trazendo à tona reflexão sobre perdão, inevitabilidade das escolhas que alteram vidas e sobre o quanto o amor pode salvar, ferir e transformar. No entanto, a execução dessa ideia que poderia deixar todos os elementos robustos é péssima.
No mais, a trilha sonora é excelente, e há bons momentos ao longo da obra, o cenário e a fotografia também são competentes. O início é demasiado estático, e o ápice do dorama só surge perto do final, mesmo com o irritante jogo de “agora quero, agora não quero, vou sumir, agora apareço de novo” apenas para encher tempo de tela. O desfecho, no cemitério, é de fato excelente, embora não triste, até porque o dorama não consegue construir tensão emocional suficiente até ele pelo desenrolar pífio da narrativa.
PS: Song Eun Chae é apaixonante. (Provavelmente a terceira ou quarta no máximo personagem feminina de Dorama que dá vontade de proteger com todas as forças)
PS2: O especial animado é melhor que todo o Dorama.
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Beautiful Love, Wonderful Life: A vida, bela e imperfeita, mas mal contada
Há obras que prometem revelar a beleza escondida na vida comum e "Beautiful Love, Wonderful Life" tenta ser uma delas. Seu olhar é terno, mas sua execução é dispersa. O Dorama tenta ser uma reflexão sobre o perdão, o amor e a reconstrução pessoal, mas o faz em meio a um labirinto de episódios que giram sobre si mesmos sem realmente se aprofundar. O que poderia ser um drama tocante sobre humanidade torna-se, aos poucos, um exercício de paciência.A narrativa se divide entre duas irmãs: Kim Seol Ah, que sacrificou o amor/ a família em nome da ascensão social/materialismo, e Kim Cheong Ah, que carrega a culpa/mentira e a doçura das almas que tentam se redimir. A ideia é clara, contrastar o material e o espiritual, o brilho e a sombra, a aparência e o real, a mentira e a verdade. No entanto, o roteiro se perde em círculos, retornando aos mesmos dilemas com pequenas variações, sem nunca atingi-los em profundidade. São 100 episódios que poderiam, com sobriedade e propósito, caber em menos episódios sem que se perdesse nada e talvez ganhasse tudo: densidade, ritmo e emoção genuína.
Os personagens secundários, que poderiam servir de espelho ou contraponto mais profundo, tornam-se apenas preenchimento de tempo, orbitando a trama sem função dramática real. São ecos do mesmo tema, mas sem substância; figuras que surgem e desaparecem, deixando mais ruído do que sentido. Essa falta de foco enfraquece a estrutura e impede que a reflexão moral - sobre culpa, perdão e amadurecimento - alcance força verdadeira.
O que o drama tenta comunicar é compreensível e até nobre: o perdão como redenção, a ideia de que a vida, com todas as suas falhas, ainda é digna de amor, de que não vale nada uma casa gigante, mas fria e há um ponto de inflexão que o roteiro bate, mas acaba ignorando: nem tudo precisa ser perdoado, nem todos os arrependimentos devem ser recompensados. O desfecho entre Seol Ah e Do Jin Woo trai o próprio ensinamento do Dorama. Se ele, que sempre teve tudo o que quis, tivesse perdido o amor dela para Moon Tae Rang, o homem simples e sincero, o drama teria transmitido uma lição muito mais valiosa: a de que o amadurecimento não garante a conquista, e que aceitar a perda é, por si só, a forma mais honesta de crescimento.
Da mesma forma, Kim Cheong Ah e Goo Joon Hwi mereciam um final menos apressado, mais simbólico — a promessa na França, anos depois, teria sido o encerramento natural de um arco construído sobre esperança e reconstrução. Em vez disso, a pressa em resolver tudo dilui o impacto emocional e banaliza a jornada de duas pessoas que mereciam um epílogo digno da delicadeza que viveram.
Ainda assim, há méritos que resistem. Há momentos sinceros de ternura. O subtexto na relação entre Kim Young Woong (o pai) e Kim Yeon Ah (a filha mais nova), que representam o materialismo e o culto à aparência, o retrato de uma geração que confunde valor com status. Essa crítica social é sutil, mas talvez seja o elemento mais lúcido do Dorama.
No fim, Beautiful Love, Wonderful Life é um dorama que queria falar sobre a beleza da vida, mas acabou se perdendo na tentativa de explicá-la demais. É longa onde deveria ser breve, rasa onde prometia ser profunda, e condescendente onde poderia ser honesta. Ainda assim, há ali uma centelha verdadeira, uma tentativa de encontrar luz nas pequenas dores humanas. É pena que essa luz se dissipe no excesso de moralismo e na falta de coragem de aceitar o inacabado.
Uma obra de bons momentos e intenções sinceras, mas mal estruturada, redundante e incapaz de sustentar o peso das próprias lições. Beautiful Love, Wonderful Life tinha tudo para ser uma reflexão tocante sobre o perdão, verdade e a simplicidade, mas preferiu o caminho seguro e, por isso, acabou esquecível.
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“O lugar onde a Estrela da Manhã repousa”.
"Você conhece Hefesto, o deus grego dos ferreiros, metais e fins? Ele era rejeitado pelos deuses e passava seu tempo na oficina. Mas seu grande amor era Vênus, o planeta que também é chamado de Estrela da Manhã. Eu passei tanto tempo nesse lugar pensando em você. Então decidi chamar esse lugar de 'Onde a Estrela da Manhã repousa'. Porque você sempre esteve na minha mente nesse espaço onde eu passo a maior parte do tempo."Flower of Evil aposta em reviravoltas progressivas e numa estrutura de suspense sustentada por revelações graduais. O mérito do dorama está na forma como equilibra tensão e emoção: o protagonista não é apenas um possível assassino, mas também uma vítima da negligência social e do estigma, alguém que tenta desesperadamente reescrever seu destino, ainda que não possa apagar seu passado. A ambiguidade moral é constante, com o roteiro tensionando entre a empatia e o julgamento.
Lee Joon Gi entrega uma performance contida e poderosa, sustentando o papel de um homem dividido entre a máscara que construiu e a verdadeira natureza de seus sentimentos. Moon Chae Won, por sua vez, representa a perspectiva do confronto com a verdade, seu arco é menos sobre a investigação criminal e mais sobre o reconhecimento do outro na dor, na dúvida, no amor que resiste à quebra da confiança. Os vilões reforçam o tema central da narrativa: ninguém é inteiramente definido por sua origem, mas sim pelas escolhas que faz diante dela. Os antagonistas não apenas tensionam a trama, mas aprofundam o dilema moral do protagonista. Sua presença constante mantém viva a questão que o dorama levanta do começo ao fim: é possível escapar da escuridão quando ela foi o seu berço?
A direção valoriza os close-ups, as tomadas mais lentas e os silêncios, dando peso dramático às emoções contidas. A trilha sonora pontua bem os momentos de maior tensão, embora em certos pontos tenda ao melodrama excessivo. O ritmo é eficiente, mas o dorama poderia ter sido mais conciso: alguns episódios exploram conflitos já estabelecidos, com variações mínimas que estendem muito drama.
Flower of Evil é uma história sobre redenção e reconstrução da identidade. Questiona se é possível recomeçar quando a sociedade insiste em reduzir o indivíduo ao seu passado. Propõe que o amor verdadeiro só existe quando somos capazes de olhar para o outro com todos os seus monstros e ainda assim escolher ficar. No geral é um Dorama envolvente, bem atuado e emocionalmente intenso. Apesar de algumas repetições e de um sentimentalismo pontual, sua força está na capacidade de transformar um thriller criminal em uma meditação sobre amor, culpa e a possibilidade de cura. Uma história que, no fundo, fala sobre o medo de não sermos amados por quem realmente somos e sobre a coragem de amar mesmo assim.
PS. Curiosidade interessante é que pelo menos dois cenários nesse drama também são cenários do Dorama The Smile Has Left Your Eyes: a delegacia e onde a irmã do protagonista mora
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"Um dia de tarde eu perdi uma coisa e comecei minha jornada. Eu andei, andei e andei novo, até que esbarrei nela de novo e de novo. Então conheci a Jin Kang e comecei a respirar de novo."The Smile Has Left Your Eyes é um melodrama sombrio e psicológico, adaptado do original japonês Sora Kara Furu Ichioku no Hoshi (2002), o dorama é uma reconstrução marcada por tensão emocional, segredos do passado e uma atmosfera constante de inquietação. O dorama entrega uma história completamente fascinante sobre culpa, identidade e amor condenado, conduzida por personagens que orbitam entre o desejo de redenção e a impossibilidade do perdão.
A narrativa gira em torno de Kim Moo Young, um homem envolto em ambiguidade, ora sedutor e enigmático, ora brutalmente insensível, que atrai, de forma quase involuntária, tanto o fascínio quanto o medo. Sua relação com Yoo Jin Kang evolui a partir de uma tensão emocional latente, conduzida com sutileza e crescente densidade dramática. Em paralelo, o irmão de Jin Kang, o detetive Jin Gook, representa o elo com o passado traumático e com uma moralidade em constante fricção.
O ponto mais alto do dorama está justamente na ambiguidade emocional que ele sustenta: Moo Young é construído como uma figura trágica, cuja violência não nasce de perversidade, mas de abandono e cicatrizes psíquicas profundas. Seu passado fragmentado torna-se o motor de uma narrativa que, embora flerte com o romance, não o idealiza. O amor entre os protagonistas é dilacerado pela descoberta, pelo peso dos segredos e por um destino que já nasceu comprometido.
Visualmente, a direção opta por uma paleta fria, apagada, que reforça a atmosfera melancólico da história. O uso do silêncio, dos olhares e da música minimalista cria uma atmosfera densa, quase sufocante, onde as palavras importam menos que os subtextos. A estética serve à narrativa, nada é excessivo, tudo é contido, dolorosamente insinuado.
O final, brutal e seco, não busca consolo: é coerente com o que foi construído. Não há justiça plena, tampouco redenção total. Há apenas a constatação de que alguns destinos já estavam marcados, e que o amor, por mais verdadeiro que seja, não pode apagar os vestígios da dor.
No geral, The Smile Has Left Your Eyes é uma obra sobre o que nos corrompe e sobre como o amor, quando nasce em meio à ruína, é tão redentor quanto destrutivo. É um dorama que exige envolvimento emocional, entrega ao desconforto e paciência com as zonas cinzentas da narrativa. Não há heróis nem vilões absolutos, apenas seres humanos arrastando suas falhas, em busca de algo que já perderam.
PS: Me apaixonei pela Yoo Jin Kang.
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"She died for a cause. She was his cause."
"A world where everyone can read - have you ever imagined that? Letters are weapons, more frightening than swords, spears, or fire. The reason nobles are nobles is not because they were born into noble families, nor because of bloodlines, but because they know how to write. That is the power of the nobility and the foundation of our authority. But with these letters, if everyone can read and write, the social system of Joseon will collapse. The world will fall into chaos, and the nobles - the very roots of Joseon - will crumble."I believe that, alongside Misaeng: Incomplete Life (2014) - which feels more like a documentary on the hostile corporate life in Korea than a traditional drama - Tree With Deep Roots (2011) is one of the most unconventional dramas I’ve ever watched. It deals with the importance of literacy for a people, both as a tool of empowerment and as a threat to the established order. The quote above perfectly encapsulates the series’ central idea.
The themes explored are profoundly engaging and well-developed. The characters, their inner conflicts and dualities, along with the philosophical discussions about Confucianism, the aristocracy, and the common people, are among the show's greatest strengths. Overall, it’s a great drama thanks to the depth of its themes and the boldness of its discourse. In the action department, it stumbles at times - which is understandable - but that doesn’t diminish the strength of the work.
However, the point that truly moved me - and bothered me - was the relationship between Ddol Bok and So Yi / Dam. And honestly, I believe a single sentence is enough to sum up everything I feel about them:
"She died for a cause. She was his cause."
Texto em português:
"Um mundo onde todos podem ler, já pensou nisso? Letras são armas, mais assustadoras do que espadas, lanças ou fogo. O motivo dos nobres serem nobres não é porque nasceram em famílias nobres, nem por causa da linhagem sanguínea, mas porque sabem escrever. Esse é o poder dos nobres e a base da nossa autoridade. Mas com essas letras, se todos puderem ler e escrever, o sistema social de Joseon se destruirá. O mundo será mergulhado em caos, e os nobres - a raiz de Joseon - irão ruir."
Acredito que, ao lado de Misaeng: Incomplete Life (2014) - que se aproxima mais de um documentário sobre a vida hostil no ambiente corporativo coreano do que de um dorama tradicional - Tree With Deep Roots (2011) foi um dos doramas mais inconvencionais que já consumi. Ele trata da importância da alfabetização para um povo, tanto como ferramenta de poder quanto como ameaça direta ao status quo. E esse trecho acima define com perfeição a ideia central da obra.
Os temas que a série aborda são profundamente interessantes e muito bem desenvolvidos. Os personagens, seus dilemas e conflitos, a dualidade de seus papéis, assim como as discussões filosóficas em torno do confucionismo, da aristocracia e do povo, são algumas das maiores riquezas da narrativa. No geral, é um ótimo dorama pela temática e pelo debate que propõe, com excelentes sacadas conceituais. No campo da ação, há deslizes em alguns momentos, o que é compreensível e não enfraquece o conjunto da obra.
Mas o ponto que realmente me tocou - e incomodou - foi a relação entre Ddol Bok e So Yi / Dam. E, sinceramente, acredito que uma única frase é suficiente para resumir tudo que penso sobre eles:
"Ela morreu por uma causa. Ela era a causa dele."
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"Aqueles com dinheiro são sempre inocentes. Aqueles sem dinheiro são sempre culpados. Uma lei para os ricos e outra para os pobres."Life on Mars (2018) é um conflito entre duas eras e seus respectivos paradigmas de investigação, moralidade e identidade. A narrativa se estrutura na colisão entre presente e passado - tanto de forma literal, quando um detetive dos anos 2010 acorda nos anos 80, quanto simbólica: razão e instinto, ciência e brutalidade, ordem e caos. Dividida em três pilares - os casos criminais, o mistério sobre o protagonista e a trama central de fundo, o dorama equilibra essas camadas com mais competência na investigação e nas cenas de surrealismo psicológico do que na explicação do fenômeno em si.
A ambientação dos anos 80 vai além dos detalhes visuais, capturando sobretudo a mentalidade da época: autoritarismo policial, preconceito institucionalizado, informalidade nos procedimentos e precariedade tecnológica. O protagonista, Han Tae-joo, é um detetive metódico, racional, que crê na ciência como guia absoluto. Quando é lançado numa realidade em que imperam a dedução empírica e a truculência, precisa questionar até que ponto os métodos frios podem bastar num sistema injusto. Seu arco, portanto, não é apenas de adaptação temporal, mas de reconfiguração moral - aprender que, quando a estrutura social é falha, a justiça às vezes se impõe apesar da lei.
Kang Dong-chul, seu superior, representa o oposto: um policial intuitivo, visceral, mais ação do que reflexão. A tensão entre eles não se cristaliza num clichê de rivalidade, mas se transforma em complementaridade: duas falhas que se completam. É nesse atrito que o dorama encontra força, mostrando que ambos têm limites e virtudes.
O surrealismo que permeia o dorama - sonhos, visões, lapsos de memória e imagens do hospital - funciona mais como reflexo do estado mental do protagonista do que como explicação narrativa. A incerteza sobre se tudo é coma, viagem no tempo ou alucinação nunca é resolvida, o que pode ser visto como reforço da ambiguidade ou como fragilidade estrutural, dependendo da expectativa do espectador.
No cerne, Life on Mars propõe um embate entre moralidade objetiva e a contingência histórica; desigualdade social, brutalidade institucional, falhas do sistema jurídico, conflito entre razão e intuição, além de questionar memória, identidade e realidade. Entre casos densos e atmosfera retrô bem construída, emerge uma crítica social relevante, equilibrando mistério, drama e reflexões existenciais.
Porém, falha ao não oferecer uma conclusão clara sobre o destino do protagonista e peca em pontos como o início arrastado, momentos inverossímeis e a relutância excessiva do MC em aceitar a nova realidade e confiar nos companheiros. No todo, sua força reside principalmente nas tramas investigativas, na ambientação e no retrato precário e da mentalidade da época, mais do que na explicação ou resolução do mistério central.
Em suma, Life on Mars entrega mais como experiência de atmosfera e crítica social do que como narrativa fechada e talvez seja exatamente aí que reside tanto seu mérito quanto sua limitação.
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Eu até gosto e acho bem promissor esse tipo de enredo dramático de um homem sendo acusado injustamente, que passou 16 anos na prisão, tentando reconstruir sua vida e limpar seu nome em meio ao preconceito social pelo seu passado, enquanto se apaixona sem saber pela sobrinha da vítima, uma mulher de classe social superior e filha do irmão da vítima. E, para fechar com chave de ouro, ao longo da história, a tampa do caixão: o protagonista descobre que tem câncer no fígado. Mas, em meio a esse cenário de conflito humano e social, o dorama tenta articular uma jornada de redenção, sofrimento, superação e uma pitada de investigação e fantasia, mas naufraga justamente por não saber lidar com as múltiplas camadas que propõe explorar.A parte mais bem executada é, sem dúvida, o drama pessoal do protagonista. Sua condição de ex-condenado, o estigma que carrega, o desejo por dignidade e por um lugar no mundo após a prisão, o câncer no fígado e a vontade de viver pela sua família e pela mulher que ele ama são elementos que geram empatia real. A relação amorosa com a protagonista, ainda que marcada por diversos conflitos externos, como a resistência do pai dela, irmão da vítima, e as diferenças sociais gritantes, a relação com o amigo/anjo da guarda, com a mãe, o descobrimento de um suposto filho e suas interações, são momentos emocionalmente honestos e até tocantes. No entanto, a narrativa tropeça seriamente em dois eixos centrais: a investigação do crime e a camada sobrenatural que envolve o “anjo” e os “milagres”. A primeira, a trama investigativa que envolve o passado e os relacionados, que deveria ser o motor da reabilitação moral e judicial do protagonista, é tratada de forma descuidada, sem estrutura, sem tensão, com soluções simplistas e inverossímeis. Tudo o que envolve a tentativa de provar sua inocência soa artificial, mal conduzido, sem um real trabalho de desenvolvimento e narrativamente frágil.
Já o elemento fantasioso, centrado no personagem do “anjo da guarda”, é ainda mais problemático. Em vez de expandir o drama para uma dimensão simbólica ou espiritual, a fantasia surge como um artifício gratuito, que interfere na história sem nunca se justificar de maneira lógica ou metafórica. Os “milagres” acontecem, mas não dizem nada. São mecanismos sem peso temático e funcionam como atalhos que, em vez de enriquecer a narrativa, esvaziam sua seriedade e para piorar tudo é um confronto direto e ridículo ao Criador.
O desfecho também contribui para o desgaste. O dorama poderia ao menos se encerrar com um final mais honesto e trágico, abraçando de vez o tom dramático que se propôs. A morte do protagonista, por exemplo, teria sido mais coerente com sua trajetória e poderia ter deixado uma marca emocional real, mas o óbvio acontece. Eu não teria problema se esse elemento fosse bem trabalhado, mas é só uma escolha fácil e sem peso dramático. Em última instância, Padam Padam quer falar sobre fé, amor e redenção, mas entrega uma história desconjuntada, que mistura dor real com misticismo vazio e uma investigação rasa. Sua ambição temática é evidente, mas sua execução revela uma falta de profundidade nos demais elementos que compromete a história como um todo.
Dramas como The Innocent Man e 90 Days of Love são bem superiores. Ambos trabalham com menos camadas, mas exploram essas camadas com consistência e intensidade, e justamente por isso, atingem o que Padam Padam apenas promete.
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Uma poesia sombria sobre o trauma, a justiça e os abismos da psique.
Children of Nobody é um thriller psicológico que utiliza a estrutura de suspense investigativo para explorar, de forma simbólica e poética, as marcas deixadas pelo trauma infantil. A série constrói sua força na densidade emocional da protagonista, uma psicóloga infantil que, confrontada com eventos misteriosos, mergulha numa jornada de desintegração e revelação de memórias reprimidas.A narrativa, fluida e fragmentada, articula-se entre o mistério e o psicodrama, tensionando os limites entre justiça institucional e justiça subjetiva. A obra estrutura-se em torno de três eixos: trauma e identidade, a omissão das instituições diante da violência doméstica, e os dilemas morais da reparação. Os poemas infantis, os símbolos cromáticos e os espaços oníricos ampliam a carga emocional sem recorrer ao sensacionalismo.
Cha Woo-kyung, atravessa o enredo oscilando entre vítima e possível agente de vingança, numa trajetória que levanta questionamentos éticos profundos sobre culpa e redenção. Já o detetive Kang Ji-hun opera como contraponto racional, cuja evolução permite à obra discutir as insuficiências da lei diante de realidades traumáticas. O vilão do Dorama atua como uma espécie de entidade, que julga os abusadores que a justiça não é capaz de julgar, trazendo um questionamento forte sobre o que está de fato correto: o que a lei determina como sendo justiça ou a justiça é amparada puramente pela moralidade sendo justificável fazer justiça quando o estado não pode ir além da lei?!
Apesar de certas limitações, como a previsibilidade de algumas revelações, a falta de desenvolvimento e desfecho de algumas relações iniciais e finais que foram deixados de lado e o uso excessivo do simbolismo nos episódios finais, Children of Nobody é uma obra ousada, que recusa a catarse fácil e oferece, em seu lugar, um retrato sombrio e sensível sobre os destroços da infância e os limites da justiça. No geral é uma obra bem redonda e sem grandes furos, mas também sem grandes emoções.
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Particularmente não sou fã da temática de viagem no tempo, mas Tomorrow with You consegue a proeza de ter um dos roteiros mais mal escritos que já consumi. O protagonista, mesmo com acesso ao futuro, age das piores formas possíveis, desafiando qualquer lógica. Não há construção emocional ou racional que justifique suas decisões. A trama simplesmente não se sustenta.Tudo o que poderia ser explorado de forma inteligente se perde em repetições, diálogos vazios e um texto pessimamente conduzido. Os personagens sabem o que vai acontecer, mas ainda assim tomam exatamente as decisões que culminam nos eventos indesejados, como se não soubessem de nada. O resultado é uma narrativa artificial e arrastada.
Confesso que um único momento me pegou desprevenido, quando Doo-shik comenta que conseguiu salvar sua filha e como, no caso ela tendo um filho, depois descobrimos que foi com o protagonista. Essa foi, de fato, uma boa ideia. Porém, mal aproveitada como o resto da história.
No geral, o dorama até poderia ter sido interessante, caso as decisões dos personagens fossem mais inteligentes. Mesmo que o futuro mudasse, a trama ganharia mais seriedade e talvez o texto acompanhasse essa maturidade. Todavia, não foi o que aconteceu. E o que sobra é só desperdício de potencial.
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Embora o drama tenha personagens interessantes, muitos deles são mal trabalhados, com destaque negativo para o pai dos gêmeos. Sua jornada e desfecho são particularmente insatisfatórios, com um final forçado e sem a devida profundidade emocional que uma construção mais cuidadosa poderia ter proporcionado. O mesmo pode ser dito sobre os membros da sua família, que, ao longo da trama, se mostram figuras unidimensionais e sem evolução significativa, o que enfraquece a crítica social que a obra tenta apresentar.
Outro ponto negativo é o uso excessivo de humor negro e sátira. Embora a série busque criticar o sistema educacional e a obsessão pela perfeição, o exagero desses elementos acaba prejudicando o impacto de momentos que, se tratados com mais seriedade, poderiam ter gerado uma reflexão mais profunda. A constante utilização desses recursos cômicos tira o peso dramático necessário para algumas cenas importantes, o que diminui a eficácia da mensagem central.
A filosofia de SKY Castle gira em torno da crítica à pressão social, ao consumismo e à busca desenfreada por status, mas, apesar da proposta interessante, sua execução falha em transmitir de maneira eficaz as complexidades desses temas. A série parece se perder em suas próprias escolhas narrativas e estilísticas, que, ao invés de enriquecer, acabam enfraquecendo o impacto de sua crítica.
Em resumo, SKY Castle tem momentos de grande potencial, mas falha em desenvolvê-los de forma consistente. Seus personagens não são devidamente explorados e sua tentativa de equilibrar humor e drama não é bem-sucedida. O enredo mal trabalhado e a execução de temas profundos de forma superficial tornam a obra mais um exemplo de uma boa ideia mal aproveitada.
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A melancolia constante, que poderia ser uma ferramenta poderosa, acaba se tornando um peso desnecessário. Esse tom sombrio é refletido também na interação do casal principal, que, embora tenha um potencial emocional, nunca é plenamente explorado. A química entre eles é praticamente inexistente, o que enfraquece o desenvolvimento da relação. O relacionamento começa com um vínculo traumático, mas a forma como é desenvolvido ao longo dos episódios é forçada e repetitiva, sem a profundidade necessária para criar um impacto real. O protagonista, já sem uma identidade clara, torna essa interação ainda mais fraca, e a protagonista feminina também não apresenta uma evolução significativa. Isso resulta em uma relação que não consegue emocionar ou engajar o espectador de maneira satisfatória.
O vilão, por sua vez, é outra falha da obra. Sua construção é fraca, e suas motivações são frágeis, o que o torna previsível e sem impacto. Sua obsessão pelo filho, embora possa ser uma tentativa de aprofundar sua caracterização, acaba tornando-o um personagem unidimensional.
A filosofia da obra gira em torno do sofrimento e da redenção, mas sua execução é falha, uma vez que o desenvolvimento dos personagens e da trama não oferece uma exploração profunda desses temas. A história tenta explorar aspectos emocionais e psicológicos complexos, mas não consegue se aprofundar de forma que realmente envolva o espectador.
Em suma, Come and Hug Me tem uma premissa interessante, mas não consegue entregar uma experiência satisfatória. A falta de profundidade nos personagens, especialmente na interação do casal principal, e a repetição dos mesmos conflitos enfraquecem a proposta da obra. Embora haja potencial na ideia central, a execução não corresponde às expectativas, deixando o drama aquém do que poderia ser.
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The Snow Queen conta a história de Han Tae-Wook, nascido em uma família humilde, criado por uma mãe aguerrida que trabalha em uma barraca de comida no centro de Seul e faz tudo para que seu filho possa estudar, para não passar dificuldades. Ha Deuk Goo é um excelente aluno, principalmente na matéria de matemática. Com a ajuda do seu professor de matemática, ele consegue entrar em uma das melhores escolas da Coreia, porém as coisas não serão tão simples. Jung-Gyu, nascido em família rica, é o aluno gênio com QI de 180 e o maior prestígio da escola. Depois de uma pergunta referente à Copa do Mundo de 2002, Han Tae-Wook simplesmente sobrejulga a resposta de Jung-Gyu, e então começa uma rivalidade solitária de Jung-Gyu contra Han Tae-Wook, querendo mostrar que é superior. Mas depois de vários conflitos, reviravoltas entre os dois e até acusações de cópia do Han Tae-Wook, ambos viram amigos. Porém, depois da perda da medalha de ouro nas Olimpíadas de Matemática para Han Tae-Wook, Jung-Gyu, totalmente frustrado, com as piadinhas da escola e, obviamente, com uma mentalidade fraca, se suicida, deixando uma carta para Han Tae-Wook o parabenizando pela medalha de ouro.
Nessa mesma época, enquanto os conflitos de Tae-Wook e Jung-Gyu se desenrolam, Tae-Wook, depois de ser pedido pelo seu professor para fazer um trabalho na biblioteca, avista uma menina que estava discutindo com a bibliotecária tentando comprar um livro. A menina chega a oferecer 10 vezes o seu valor, mas, frustrada por não conseguir, sai da biblioteca. Em outra cena, mostra ela sendo intimidada e roubada por três meninas. Porém, quando as coisas iriam ficar piores, Tae-Wook chega e as meninas fogem, levando o dinheiro da menina. Então, ambos se tornam mais próximos e começam a sair juntos. Tae-Wook descobre que a menina tinha fugido de casa e roubado o cartão do pai. Depois de uma conversa, ele a convence a voltar para casa. Quando ela vai pegar o táxi, ela fala para ele que ele nunca chegou a perguntar seu nome. Ele responde que, na próxima vez, irá perguntar. Juntando então os fatores do suicídio de Jung-Gyu com o fato do próximo encontro coincidir com o fato de a menina estar no hospital e ter uma cirurgia marcada para o fim de semana, passam-se 8 anos e a menina, cujo nome ele nunca chegou a saber e jamais pôde perguntar, nunca foi esquecida.
Oito anos se passaram. Tae-Wook, chamado agora de Deuk Goo, deixou a escola e se tornou um lutador de boxe, acreditando ser o melhor para o espírito de Jung-Gyu. Deuk Goo ainda vive abalado por seu trauma do passado e no boxe é a única forma de buscar socorro. Certo dia, ao ir visitar o amigo no hospital, Deuk Goo se depara com uma paciente fazendo um escândalo e tentando se matar. Deuk Goo vai até a paciente e a impede. Mais tarde, em um shopping, por obra do destino, acontece outro encontro entre os dois, mas agora Deuk Goo sabe que a menina, chamada Kim Ba-Bo, é filha de um CEO. Então, ela demite o amigo de Deuk Goo, que trabalha em uma loja de calçados. Deuk Goo, inconformado, vai até a casa de Ba-Bo pedir para ela empregar seu amigo novamente. A partir daí, começam vários conflitos entre ambos, inclusive sobre o pai de Ba-Bo.
Ba-Bo, à primeira vista, é uma personagem mimada, que tem tudo por ser rica, não ouve os outros e não liga para os outros, nem se importa com os sentimentos alheios. Porém, ao decorrer do drama, vemos que isso nada mais é que um instinto de proteção dela. Ela nada mais é do que uma personagem pedindo socorro e assustada. Mais tarde, no drama, descobrimos que a personagem tem uma doença incurável, chamada "miastenia gravis". Os sintomas incluem fraqueza nos músculos dos braços e das pernas, visão dupla, dificuldades de fala, mastigação e deglutição, queda da pálpebra superior ou fraqueza muscular do rosto. A doença tem tratamento para amenizar, mas não cura, e vemos a personagem sofrer com isso diariamente no drama.
Com o passar dos episódios, vemos Ba-Bo se tornando uma personagem mais amável, isso tudo pelo amor que ela sente por Deuk Goo. Inclusive, ela é a personagem com o maior crescimento na série. A gente consegue sentir tudo isso gradualmente.
Os personagens de apoio cumprem seu papel no drama, principalmente os personagens do ginásio de boxe. Alguns deles podem até ser "louquinhos", mas são boas pessoas.
O ritmo do drama é sutil e gostoso de se acompanhar. Todas as intrigas, apesar de superficiais, incrivelmente conseguem manter o telespectador. Os últimos 3 episódios do drama têm um drama que realmente consegue causar impacto. Apesar de ser óbvio em dramas, que, quando está tudo certo e ainda há episódios para rolar, vai acontecer algo ruim — ainda mais quando a personagem tem uma doença —, meu problema foi que a doença não foi tratada com mais intensidade no drama, sendo explorada apenas nos momentos finais.
Apesar de todo o sofrimento vivido por Deuk Goo na série, ao descobrir que a irmã de Jung-Gyu era Ba-Bo, o fato de sua mãe ter desaparecido e, no fim, Ba-Bo morrer, o drama passa a mensagem de que, na vida:
"Existem pessoas que passam em nossa vida e vão embora e nunca mais ouvimos falar. Outras entram e permanecem para sempre. E há aquelas que passam e vão embora, mas jamais as esqueceremos."
Ba-Bo era a pessoa que Deuk Goo precisava em sua vida. Ela passou, deu motivação para ele, fez ele voltar a ser feliz e passou, porém jamais será esquecida por ele. Ela se eternizou em seu coração.
A fotografia, as paisagens e a trilha sonora do drama são excelentes e compensam demais. O casal é bom, mas faltaram alguns beijos melhores.
Ps: esse drama vai ficar no meu coração, pois eu consegui sentir a mensagem e toda a infelicidade do protagonista. No fim... ele não foi feliz.
PS2: essa nota foi sentimental.
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