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Boa de Roteiro, Econômica de Impacto
É aquele tipo de drama que acerta quase tudo no que pretende: boa carpintaria de roteiro, direção eficiente, elenco afinado. Mas não chega a mexer nas placas tectônicas da obsessão, não vira o tipo de série que a gente maratona às três da manhã como se a vida dependesse disso. Ainda assim, o remake coreano é engenhoso, cheio de nuances bem colocadas, desses que fazem o espectador vacilar junto com a protagonista. Em vários momentos dos episódios iniciais e intermediários, é perfeitamente plausível acreditar que ela pode ter matado apenas o marido enquanto os outros crimes seriam uma armação. A série brinca com essa ambiguidade até onde consegue, antes de revelar que sim, havia ali uma verdadeira serial killer embalando lancheira escolar e crimes sangrentos na mesma rotina. Nada mais humano, afinal.O que fica pairando é que, apesar da boa execução, a mensagem não se impõe de imediato. O drama termina mais como uma névoa do que como um ponto final, e talvez seja essa a graça, ou talvez seja apenas uma hesitação narrativa que o tempo decidirá. O gancho para continuação está lá, todo arrumado, com fita e laço. Se verei, é cedo para dizer. Mas, no geral, funciona. E funciona bem o bastante para ficar rodeando a cabeça sem nunca reclamar o centro do palco.
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O Jogo Acabou, Mas a Direção Venceu
É raro uma continuação manter o fôlego, mas essa temporada conseguiu algo ainda mais difícil: superar a segunda e empatar com a primeira em densidade narrativa e precisão de direção. A introdução de novos personagens não substitui o brilho dos originais, mas confere um frescor bem-vindo, sobretudo com a Rei Morikage, que se tornou memorável. A presença de Ken Watanabe foi um trunfo, e seu embate filosófico com Arisu, simbolizando a fronteira entre a vida e a morte, foi elegante e de grande impacto. Quanto à ideia de uma versão ocidental ou adaptação futura, que nem ousem: a série é japonesa por essência, e diluir isso seria um desserviço à própria alma da obra.Was this review helpful to you?
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Quando a formatura deveria ser o fim de tudo
É necessário e prudente destacar dois atores antes de tudo: Kim Yerim, que manteve o mesmo bom nível de atuação da primeira temporada, e Kim Min-kyu, o ex-idol que foi um cantor e dançarino desastroso em reality musical, mas aqui se mostra surpreendentemente competente como ator. Ele tem o que evoluir, sim, mas entrega constância e presença do início ao fim. Já a atriz que interpreta Kim Hye-in é um caso à parte e não no bom sentido. Canastrona, limitada e desconfortável de assistir, parece perdida em cena e é completamente engolida pelos coadjuvantes, que, ironicamente, dão o melhor ritmo às sequências em que ela não aparece.Quanto à segunda temporada em si, o desenvolvimento é apenas correto, nada que eleve o gênero, mas também sem o desastre que costuma rondar continuações colegiais. Dentro da régua de dramas escolares, cumpre o papel: mantém a atmosfera de intriga e rivalidade adolescente, mas sem fôlego para mais. O final até sugere uma terceira parte, porém seria um erro insistir. Não há o que explorar numa hipotética fase empresarial de Baek Je-na como CEO; o arco se esgotou e é melhor encerrar aqui antes que o frescor se transforme em redundância.
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Mais de Trinta Episódios, Zero Desperdício
Mais um drama chinês que ensina como se faz uma temporada única com fôlego de saga longa, mas sem nunca se perder em episódios de encher linguiça. São mais de trinta capítulos que aproveitam cada minuto, desenvolvendo tramas e subtramas com coesão invejável. A revelação do vilão é o golpe de mestre: planejada com tal minúcia que, embora chocante, não soa nem arbitrária nem injustificável. Os roteiristas plantaram as pistas discretamente desde o início, permitindo que o espectador remonte a lógica depois do choque. E, como se não bastasse, deram ao antagonista um destino paradoxal, ao descobrir o que é ser amado justo no instante em que fica claro que traiu quem mais o amava. Essa dor, irreversível e maior até do que a própria morte, o humaniza no final e deixa no espectador não só horror e surpresa, mas também uma ponta de pena. Uma temporada só, e completa como poucas.Was this review helpful to you?
Final Act: Villain's Luxury Redemption
It’s unfair to compare the second and third seasons with the first, because that debut arrived at the height of a global pandemic: it was an unprecedented hit fueled by the moment’s intensity and by the weight of its dilemmas and constructions. This time, though, the ending felt more like a settlement than a climax: the game wrapped up, the villain experienced a kind of light crisis of conscience, and in the final episode he offered a few token gestures of redemption. I’m still processing that conclusion — Cate Blanchett’s random appearance, for instance, came off less as an organic narrative choice and more as a luxury cameo meant to polish the finale. Overall, it didn’t derail the show, but it didn’t thrill either. It was just… fine.Was this review helpful to you?
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Drama ou Campanha Publicitária?
É aquele tipo de drama que desperdiça seu próprio potencial. Começa com ares de manifesto, e não há problema algum em assumir bandeira desde que saiba sustentá-la, mas termina reduzido a panfleto de ONG mal diagramado. A retórica contra o armamento é tão óbvia que esvazia qualquer complexidade narrativa, achatando personagens e situações em slogans. Quando o vilão sobrevive ao tiro apenas para ser convenientemente despachado no hospital, a mensagem beira o risível. É isso que o roteiro tinha a oferecer como conclusão? Que o mal é cíclico, eterno, ou só que não souberam como fechar a conta? Um desperdício, porque havia uma premissa promissora ali, mas o resultado é desses que se esquecem tão logo se fecha a tela, salvo talvez pelo incômodo de ver boa ideia transformada em sermão barato.Was this review helpful to you?
Quando o Elenco Brilha Mais que o Texto
É daqueles dramas que a gente termina quase num suspiro de alívio, e isso diz muito sobre como a narrativa se perdeu no caminho. O frescor estético herdado de produções como *Lovely Runner* dava uma energia luminosa, viva, mas era só verniz: a trama jamais comportava 12 episódios. Oito seriam mais que suficientes para evitar o giro em falso e o consequente esvaziamento dos personagens. Ficaram de fora justamente camadas que teriam dado peso — o passado de Bae Gyeon U, a presença magnética de Pyo Ji Ho.Se há algo a resgatar é a força dos intérpretes. YoungWoo confirma ser um ator de recursos raros, capaz de transitar entre registros emocionais com precisão quase cirúrgica. E Kim MiKyung, a veterana que interpreta a mãe da protagonista, prova mais uma vez que carrega sozinha qualquer cena que pisa: sua naturalidade e potência dramática dispensam apresentações. No saldo, resta a sensação de obra indecisa — entre gostar e simplesmente seguir adiante, a balança oscila sem firmar terreno.
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Golden Kamuy: The Hunt of Prisoners in Hokkaido
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Beyond Questionable
The second season of Golden Kamuy reveals once and for all what the first season already hinted at: a fetish embedded in the narrative that borders on the unspeakable - and that, in this second arc, materializes in a more graphic, more uncomfortable, more blatant way. There are scenes that are not just uncomfortable; they are crossed by a grotesque lust, involving child characters in situations of absolutely unjustifiable sexual innuendo. And if, as it seems, all of this is anchored in the original manga, then we have a problem of origin, not adaptation.Technically, the drama is not bad. The setting, the detailing of Ainu culture, and the historical construction do try to compensate for the questionable taste of certain passages. But the feeling that remains is one of a gross imbalance between the adventurous tone and a scatological humor that descends into the abject. Seeing children making jokes about genitals or reacting to adult erections with naturalness - and worse: with comedy - is not just in bad taste, it is a serious moral flaw in the material. And there is no Kento Yamazaki to sustain interest in something that often seems more interested in shocking than in telling a story. It is difficult to move forward with a series that, honestly, sometimes seems to be made by and for people who have completely lost their sense.
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O Drama que Fez da Primavera um Lugar Seguro
Estava eu passeando inocentemente pelo Viki, quando dou de cara com esse drama — e como vou começar Weak Hero 2 nos próximos dias, pensei: por que não me aquecer com Park Ji-hoon? E que escolha acertada. O menino não apenas entrega, ele esculpe em cena. Maratonei os 9 episódios como se fosse questão de vida ou morte, e fui dormir só quando o sol já estava rindo da minha cara. A trama é uma pintura feita com afeto: o amor suave de So Bin, a amizade dura e essencial de Soo Hyun e o protagonista tentando não se afogar entre um e outro. Park Ji-hoon, que já tinha mostrado talento antes, aqui simplesmente confirma que está num patamar acima — ele não atua, ele respira o personagem. E o roteiro? Daqueles que entendem que a vida não se resolve num arco de três episódios, que a dor fica, que às vezes o bonde do futuro não volta — e tudo bem. O final é um acalanto, daqueles que não gritam, só acolhem: “Yeo Joon viu de perto que a primavera é mais do que verde, é vivível.” Que bom que alguém escreveu isso. E que sorte a nossa que ele interpretou.Was this review helpful to you?
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Quando o Amor Explode em Dois Episódios (e consolida em Um Abraço)
Sabe aquele drama que mais parece uma enrolação estendida artificialmente para caber na grade de episódios? Pois é. Esse aqui tinha todos os ingredientes para funcionar muito melhor como um filme — ritmo mais enxuto, foco onde importa e, quem sabe, até um final com alguma coerência emocional. Mas não: optaram por empurrar 16 episódios, sendo que o amor épico e avassalador do casal secundário brota do nada em dois míseros episódios, enquanto o casal principal, com anos de história, reafirmam seu “amor lendário” com um abraço constrangido na Áustria. Dá pra acreditar? Drama esquecível, desses que a gente mal termina e já tá limpando da memória pra abrir espaço pra coisa melhor.Was this review helpful to you?
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Reta final confusa e desconexa
Começar um drama com ritmo e premissa interessantes, além de reunir um elenco de peso como Hou Minghao e Bi Wenjun, é meio caminho andado para conquistar o público — especialmente quando dois atores já consolidados aceitam o projeto com evidente fé no material. O começo trazia uma boa mistura de ritmo e história, e mesmo com um CGI desajeitado, havia uma sensação de que algo especial poderia sair dali. Até então, tudo parecia promissor.Mas o problema surge quando essa confiança inicial se dissolve nos últimos episódios, com o roteiro se perdendo em uma narrativa confusa e frustrante. A missão principal, recuperar as memórias de Bao, acaba se invertendo, apagando ainda mais sua história. E para piorar, a prévia da segunda temporada sugere uma continuação desconexa com a trama original. Apesar disso, o carisma dos protagonistas ainda segura a curiosidade — o suficiente para, mesmo decepcionado, querer saber como essa história vai terminar.
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Qual é o grau de ingenuidade do 456?
Se a primeira temporada já se destacava pelo embate moral entre o idealismo de 456 e o cinismo de 001, a segunda eleva essa tensão a um patamar ainda mais marcante. Aqui, o discurso cruel e pragmático de 001 ganha terreno, consolidando-se como a perspectiva dominante — o mundo é cruel, egoísta e imutável, como ele sempre acreditou. O roteiro, porém, mantém um fio de esperança: será que o mundo empático e igualitário sonhado por 456 tem alguma chance de prevalecer? Essa pergunta, com toda a sua complexidade, fica nas mãos do roteirista, que agora carrega a responsabilidade de dar substância a essa visão utópica.Quanto à execução, esta temporada beira a excelência. O texto é afiado, a direção cênica é primorosa e as atuações impressionam em todos os níveis. Kang Ae-sim, em especial, brilha como a mãe coreana por excelência, uma figura protetora que encarna a força e a resiliência de maneira sublime — já podemos esperar que ela domine as premiações para atriz coadjuvante. No entanto, nem tudo é louvor: 456 se mostra surpreendentemente ingênuo ao não perceber quem 001 realmente é, o que, além de frustrante, adiciona um elemento de fragilidade à narrativa. Mesmo assim, o conflito entre essas visões de mundo mantém a temporada irresistivelmente instigante.
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O maior amor de todos é: Amar a si mesmo!
Antes de qualquer coisa, é preciso reconhecer: os atores mirins chineses são os melhores do mundo, ponto. Não importa se são crianças ou adolescentes, o nível de entrega e talento é algo fora do comum. Agora, vamos ao que interessa.O drama em questão tem uma pegada bem infanto-juvenil, e isso transborda também para o romance, que ficou restrito ao nominal. Os protagonistas, que já haviam trabalhado juntos antes e têm uma química de dar gosto, limitam-se aqui a declarações de amor que nunca se concretizam. No máximo, um abraço tímido ou um beijo na testa. Sou alguém que espera um romance cheio de pegação? Claro que não, mas quando o sentimento apresentado é tão gélido na tela, fica impossível ignorar a oportunidade desperdiçada de um casal que funciona tão bem junto.
E falando neles, é preciso um parágrafo à parte para Esther Wu. Teste de paciência e saúde mental, essa é a definição perfeita para a atuação infantilizada dela aqui e em outros dramas. O que me irrita é saber que ela pode muito mais. Quem assistiu My Journey To You sabe que Esther Wu entregando uma atuação séria e madura é outro nível, algo realmente irretocável. Já Ding Yuxi, por outro lado, faz o que sempre faz: apresenta uma atuação sólida e consistente, algo que me agrada bastante.
No conjunto da obra, o drama cumpre sua proposta e, se emociona, é porque tem algo a dizer. A mensagem central, sobre se amar primeiro para poder proteger e amar quem está ao nosso redor, é bonita e bem trabalhada, culminando na cena final da sessão de autógrafos. Ali, o roteiro finalmente brilha com uma criatividade de alto nível, encerrando a história de uma forma única e memorável. O sucesso do drama na China é merecido, ainda que existam tropeços no caminho.
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THE DRAMA LIVED UP TO ITS NAME
There’s a bittersweet irony in how a title can so accurately encapsulate the fate of a story. This drama, which started with promises of intensity and twists, ended in a lukewarm sigh, as if exhausted by its own ambitions. It’s impossible to overlook the detail no one seems eager to talk about: the poison that killed Mei Li was given by Jinghe and had a one-year expiry. Yes, he regretted it, sought a cure, and perhaps even redeemed himself in the eyes of many. But the facts remain unchangeable — he killed her, full stop. There’s no softening that truth.The pacing, on the other hand, completely unraveled after the crown prince’s death. It was as though the plot lost its emotional and narrative anchor. From that point on, every attempt to inject life into the story felt like a tired, sluggish effort, which, unsurprisingly, reflected in the lukewarm reception it received in China. Not even the chemistry between the leads could salvage what quickly turned into an exercise in monotony. It’s a shame because both actors are talented and delivered solid performances — but talent alone doesn’t make for a memorable story.
In the end, it’s the kind of production that fades from memory as easily as it entered. The aesthetics were beautiful, and the beginning held promise, but ultimately, it lacked substance. This is a drama I’m already starting to forget as I write this review.
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O Destino Além de Beili: Aventuras e Mistérios que Persistem
Confesso que comecei a assistir a este drama por acidente. Explico: estava à procura de um drama chinês com um nome parecido e, pensando que era esse, comecei a assistir. E bem, aqui estou após quarenta episódios vistos. Primeiramente, preciso elogiar o ritmo aventureiro da série, onde o romance fútil e fugaz é quase inexistente, talvez até imperceptível. Em segundo lugar, é impressionante como a trama conseguiu sustentar sua qualidade por 40 episódios sem perder o rumo ou se arrastar, tudo foi cuidadosamente conduzido até o ponto em que chegamos.O final é fechado, mas deixa uma sensação de que a história poderia ter desdobramentos futuros. Afinal, além de Beili, há outros reinos, outros príncipes, e dilemas típicos desse tipo de drama. Como Chong conseguirá se manter como imperador, tendo um irmão mais poderoso e querido do que ele? Esse é apenas um dos conflitos intrigantes. E, claro, todos sabem que Xiao Se possui a lendária espada do imperador. Estou ansioso pela segunda temporada, que já foi confirmada.
Também quero destacar a excelência técnica da produção. A equipe de maquiagem, figurino e cabelo merece todos os elogios, algo que frequentemente me incomoda em dramas coreanos e japoneses, mas aqui foi tratado com excepcional cuidado.
Assisti ao episódio extra e lá há uma surpresa que eu esperava ver apenas na segunda temporada, mas que acabou sendo revelada. Sobre as atuações, destaco o ator que interpretou Lei Wu Jie. Senti falta dele em determinados momentos, não apenas por ser um bom ator, mas também por seu carisma. Quanto ao protagonista, confesso estar dividido. Tenho sentimentos mistos, com críticas e elogios ao seu desempenho, mas isso só aumenta minha curiosidade para a próxima fase da história.
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