Delicado, mas inesquecível
Esse BL tem um ritmo bem próprio, é mais lento, mas te prende nos detalhes, no olhar, em cada suspiro dado. A história gira em torno de amor, perda e reencontros, trazendo um tom melancólico que não é pesado demais, mas o suficiente pra cutucar onde dói. E olha, vou ser sincera, essa sutileza pode ser tanto o charme quanto o ponto fraco da série, dependendo do humor de quem assiste.O casal Rati e Thee foi o coração mais doce da trama. Eles têm uma química que não precisa de exagero, tudo funciona na delicadeza: um toque de mão, um olhar prolongado, uma conversa dita quase em sussurros. A relação deles é construída num compasso calmo, cheio de carinho, e é justamente isso que traz o peso emocional. Eles são leves, mas carregam uma intensidade silenciosa que me deixou suspirando em várias cenas.
Já Mek e Dech foram o meu ponto de maior interesse. O contraste da personalidade deles trouxe uma energia diferente, mais densa e carregada de tensão. O jeito como eles orbitam um ao outro, cheio de faíscas e não-ditos, foi viciante de assistir. Só que justamente por terem esse ar mais explosivo, eles pediam mais intensidade física, mais entrega. Fiquei com a sensação de que a série deixou passar a oportunidade de explorar o quanto esse casal poderia incendiar a tela.
Apesar de toda a beleza na sutileza dos gestos e olhares, confesso que senti falta de um pouco mais de contato íntimo entre os casais. Principalmente no Mek e Dech porque, sinceramente, esse casal gritava por intensidade física, por aquela fagulha que pede beijo roubado no calor da briga ou abraço desesperado depois de uma confissão. Já o Rati e o Thee funcionaram muito bem na delicadeza, na coisa quase poética de amar em silêncio, mas o Mek e o Dech pediam mais entrega nesse sentido, e ficou uma vontadezinha não saciada.
Agora, se tem algo que pesou foram os tropeços do roteiro. Alguns episódios se arrastaram sem necessidade, repetindo situações que já estavam claras, enquanto outros personagens foram jogados de lado sem muito desenvolvimento. Teve também escolhas de direção, e conveniências de roteiro, que não ajudaram a narrativa a fluir, principalmente em momentos que pediam mais impacto. Nada que torne a série ruim, mas o suficiente pra perceber que, com alguns ajustes, poderia ter sido ainda mais grandiosa.
No fim das contas, Memories of Rati foi uma experiência agridoce. Tem uma beleza poética que conquista, mas também escorregões que atrapalham um pouco a imersão. Eu recomendo sim, especialmente se você gosta de BLs que se apoiam mais na emoção contida do que na paixão escancarada. O que mais me marcou foi essa mistura de delicadeza com dor, e como até na falta de intensidade física os personagens conseguiram me passar tanto sentimento. É uma série que pode não ser para todo mundo, mas com certeza você vai se encantar se der uma chance a ela.
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A série que eu não dava nada e que acabou me fisgando
Eu comecei achando que ia ser só uma gracinha com tritões fofos e efeitos duvidosos. Quando vi o trailer, eu não tava dando absolutamente nada pra ela, já fui preparada pra ver CGI esquisito e um caos visual daqueles que a gente assiste rindo de nervoso. E aí, do nada, os efeitos são até bons, a história funciona e eu me vi presa e ficando lá até o fim.O problema, ou melhor, minha irritação pessoal, começa com o personagem principal. É exatamente o tipo de personagem que me tira do sério: bobão, sem voz própria, que aceita tudo de cabeça baixa, como se não tivesse opinião nenhuma sobre a própria vida. Teve momentos em que eu realmente acreditei que ele ia reagir, que ia finalmente se defender… e logo depois ele desmontava completamente e acatava qualquer coisa que falavam pra ele. Isso me irrita profundamente.
Mas aí, quando a gente vai chegando perto do final, a série dá aquela virada que prende a gente de novo. Finalmente revelam o que aconteceu no assassinato dos tritões de 20 anos atrás, e descobrimos que o chefe deles era o verdadeiro culpado, tudo pra botar a culpa nos humanos e alimentar o ódio. E em meio a isso tudo, vem o Phrapai com aquela obsessão doentia pelo Nava. Obsessão mesmo, no nível que já beira o psicopata. A ponto de ele atacar o Phuriti, envenenar o coitado com a toxina e basicamente condenar o menino à morte. E aí começa aquele drama, aquela tensão, aquela correria pra salvar o Phuriti, até chegar no momento crucial: pra sobreviver, ele precisa beber o sangue do coração de um tritão.
Aí vira aquele show de chororô. O Nava querendo oferecer o próprio sangue, o Phrapai impedindo, o caos emocional todo. E no meio disso, o Phrapai finalmente conta a verdade. Só que assim… eu não passo pano pra ele. Não tem como. Porque no final ele até tenta se redimir, se oferece, faz aquele sacrifício dramático, mas vamos combinar que era o mínimo. O pai dele matou a família do Nava e, agora, ele mesmo foi lá e quase matou o Phuriti. Ele não salvou ninguém; ele só desfez parcialmente o estrago que ele próprio causou. E esse drama que tentaram empurrar goela abaixo como redenção não me convenceu nem por um segundo. Quando tentam pintar o Phrapai como herói, esquecem que o suposto “herói” foi quem colocou o garoto à beira da morte. Não tem como engolir isso.
Mas voltando ao resto da série: apesar desses tropeços e de umas regras que parecem inventadas cinco minutos antes da gravação, essa série tem um charme que funciona. O casal secundário é praticamente o sol da história. Extremamente fofos, carismáticos, daqueles que roubam cena sem nem se esforçar. Eu me apaixonei por eles rapidinho. E as cenas de beijo são bonitas, naturais, sem aquela sensação de beijo robótico que às vezes aparece em BL.
É uma série leve, gostosinha, com um toque de fantasia meio caótico, um protagonista que eu queria sacudir e um antagonista que a história tenta redimir, mas eu simplesmente não compro. Só que, mesmo assim, dá pra se entreter, dá pra rir, dá pra se envolver. Não é a melhor do ano, mas funciona, e vale sim a maratonazinha despreocupada. É pra ver sem esperar profundidade e aproveitar exatamente pelo que ela é.
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E lá vem mais um textão hihihi
Desde Pit Babe eu venho sonhando com uma série PingNut, e finalmente veio esse presente chamado I’m the Most Beautiful Count. E olha… que presente mesmo. Aquele tipo de história que te faz pensar “era isso que eu tava esperando e nem sabia”. O conceito de viagem no tempo já foi usado mil vezes, claro, mas aqui eles conseguiram dar uma cara nova, um toque deles. Tem um peso político e moral que não é só jogado pra enfeitar roteiro: a série realmente se envolve com o preconceito e a desigualdade, tanto no mundo antigo quanto no moderno. E ver esses personagens lutando, caindo, tentando mudar as coisas, tentando existir com dignidade me encanta.E o mais bonito é como essa série consegue equilibrar tudo isso. Drama político, comédia, romance, e ainda tem tempo pra algumas cenas que parecem ter saído de um sonho. Nada fica totalmente leve, mas também não cai no melodrama sem propósito.
O Nut está uma graça. A atuação dele é tão carismática que dá vontade de proteger a personagem e, ao mesmo tempo, bater na testa junto com ela quando tudo dá errado. Esse papel foi feito exatamente pra ele, leve, engraçado, exagerado, expressivo. E o jeito como ele dá conta do exagero da personagem é impressionante. No começo, confesso que achei a Woradej um pouquinho demais (aquele tipo de “meu Deus, respira, menina!”), mas com o tempo passei a ver o encanto nisso. Aquele excesso faz parte dela. E quando o Nut vai equilibrando as cenas sérias com o humor, tudo se encaixa perfeitamente. Principalmente nos encontros entre a Prince e a verdadeira Woradej, da pra ver uma grande diferença de personalidade, enquanto a Prince é exageradamente expressiva, a Woradej é a calmaria em pessoa.
E aí tem o Kosol. A primeira vista a gente pensa logo que ele vai ser um brutamontes grosseiro, mas não, ele é só um brutamontes apaixonado. Ele é aquele tipo de personagem que te faz pensar “é isso, é assim que se ama alguém”. Ele é paciente, respeitoso, completamente encantado por cada pedacinho dela, mesmo depois da mudança de personalidade. Porque antes a Woradej era toda contida, calma, quase etérea, e, depois do envenenamento, vem essa explosão de cores e emoções. E ele fica ali, firme, amando em todas as versões.
Agora, preciso dizer: ver o Lee ganhando um papel de destaque foi um pequeno presente pessoal pra mim. Eu adoro ele, e o Jade é de uma inocência tão pura e divertida que parece quase fora do tempo, um personagem que brilha silenciosamente. Ele é leal aos seus senhores, e a amizade que ele cria com o Chet é preciosa de mais. E Pop e Aton estão incríveis também, é ótimo ver atores que muitas vezes ficam em papéis menores finalmente podendo mostrar tudo que têm.
A história é bem contada, redondinha, com alguns pouquíssimos furos, mas nada que estrague a experiência. É o tipo de série que te conquista mais pelo sentimento e faz você se apegar aos personagens. A fotografia é linda, os figurinos são um deleite, e as locações, um espetáculo à parte.
É uma série divertida pra assistir numa noite fria, enrolada num cobertor e com uma xícara de chocolate quente na mão. I’m the Most Beautiful Count é uma história sobre amor, aceitação e perseverança. Alguns podem não gostar da atuação exagerada do Nut, assim como eu também não gostei no início, mas podem dar uma chance, é uma história que vale a pena assistir.
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Mu-Te-Luv: Not Your Father
Os próximos quatro episódios, Mu-Te-Luv: Not Your Father, foram simplesmente um caos delicioso. A história gira em torno de uma seita/culto secreto, que tá conquistando um monte de gente pela província, e a coisa só vai ficando mais maluca conforme tudo se desenrola. A Ploy, toda apaixonada pelo Phupha, resolve se juntar a ele nessa missão de infiltração pra tentar expor a família Chantharusati. Só que, claro, ela também tá indo com a esperança de se aproximar mais do Phu… e as coisas não saem nem um pouco como ela imaginava.Lá dentro, ela conhece o maravilhoso Wutthikrai, e sim, eu me derreti um pouquinho, que na verdade é um policial disfarçado e acaba ajudando ela e o Phupha a fugir de lá. A ideia de ter um culto bizarro, com um “Pai” que se acha um deus, foi uma das melhores escolhas criativas até agora. E eu juro que não consegui levar ele 100% a sério porque, por algum motivo, achei ele a cara da blogueirinha kkkkk.
E aqui, uma pausa pra aplaudir: o Prem arrasou muito como Phupha. Ele começa como esse jovem ativista cheio de ideais e, aos poucos, vai enlouquecendo com toda a manipulação do culto. A atuação dele foi intensa, convincente e bem construída. Já o Nani… eu sou suspeita, né? Além de lindo, ele tava divertidíssimo como o policial atrapalhado com “magias” que nunca funcionavam, eu ri horrores com ele. E a Pern, então? A mulher tava incrível! A cena dela fingindo ser a mãe pra enganar o “Pai” foi simplesmente uma delícia de assistir.
Eu vi umas pessoas falando mal dessa parte, mas honestamente? Eu adorei. Fogem do clichêzinho padrão e abraçam a loucura de um jeito que funciona. Caótico, divertido e bem mais criativo do que eu esperava.
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Quando o roteiro não acompanha o elenco, dá nisso...
Demorei pra vir escrever sobre esse BL, mas uma hora tinha que ser. Não era minha intenção escrever textão, mas Wandee Goodday merecia um desabafo. Só terminei por respeito aos atores, porque, olha, tirar emoção de um roteiro tão raso foi arte. Essa série tinha tudo pra ser uma história divertida, adulta, e com uma pegada sex-positive que tanto prometeram e que quase nunca aparece em BL. Os diálogos eram diretos, a energia entre os protagonistas estava lá em cima, e eu realmente achei que seria uma série diferente.E de certa forma foi. Só que não do jeito que eu esperava. A verdade é que a história tem potencial, mas é tão mal aproveitada que às vezes eu ficava pensando se estavam escrevendo o roteiro em tempo real, enquanto gravavam. Um dos problemas é que o drama parece não saber o que quer ser. Fica nesse vai-não-vai, repete situações, e quando começa a construir algo, corta pra uma cena aleatória só pra tentar arrancar risada.
A química entre Great e Inn segurou tudo. Foram eles que me fizeram continuar até o fim, mesmo quando o roteiro começou a perder o rumo. A química dos dois é absurda, natural, e as cenas deles juntos salvam episódios inteiros. Não é exagero dizer que a atuação deles é 10/10 num drama que, no máximo, chega a um 5. Eles conseguiram dar vida a personagens que tinham tudo pra serem rasos. Tanta coisa mal escrita foi suavizada por olhares, pausas e expressões que eles souberam fazer funcionar. Isso me prendeu. Eles atuaram como se tivessem recebido um roteiro melhor do que realmente receberam. Porque, olha… talento eles têm de sobra.
A série parecia que ia explorar sexualidade de forma madura, sem tabu, mas isso durou uns dois episódios no máximo. Depois, os temas só ficaram de enfeite. A assexualidade do Kao foi jogada ali sem nenhum aprofundamento, tipo um “olha como somos inclusivos!” e nunca mais tocaram no assunto. Representatividade vazia é pior que nenhuma, viu?
E aí teve o ciclo infinito: o Wandee se afastando do Yak, sempre com desculpas vagas, sem se abrir de verdade. Episódio após episódio repetindo a mesma coisa: Yak tenta demonstrar carinho, Wandee corta e se fecha. Não tinha desenvolvimento, não tinha comunicação, só um empurra-empurra emocional. Foi cansativo ver esse ciclo repetitivo.
O pior é que o próprio Wandee deixou de fazer sentido. Ele começou super seguro de si, direto, até dando conselho sensato pro Yak sobre o Ter. Mas depois virou alguém completamente diferente, que aceita ir parar na casa do Ter e cai no joguinho dele (???). Do episódio quatro em diante, parece que ele foi escrito por outra pessoa. Inventaram essa de "guardar o primeiro beijo" e transformaram o cara num protagonista que evita toque e vira um muro emocional sem explicação convincente, e depois começa a agir como se toque físico fosse algo inaceitável.
Esse “vou guardar o primeiro beijo” faria sentido se houvesse uma explicação plausível e uma consistência, pois mesmo depois de ter dado o primeiro beijo ele continuou negando o toque do Yak, o que não faz sentindo. O cara que antes era todo consciente virou alguém frio, meio passivo, e que dava carinho só quando bem entendia, ele pega todo carinho, sexo e atenção do Yak quando quer, mas se torna frio na hora de retribuir. O Yak virou só um cachorrinho esperando migalhas de afeto quando o Wandee decidia dar, mas nunca recebia de volta. Doeu ver isso.
Os outros personagens? Também ficaram aquém. O Ter era uma bagunça completa, e não no bom sentido. Eu nem sei se ele era um vilão manipulador ou só um adulto mimado com carência e raiva. E o arco dele com a Taem foi qualquer coisa, jogado só pra parecer redenção. Já a Taem… tinha potencial, mas colocaram ela num triângulo que não levou a lugar nenhum. Desperdiçaram.
Cher e Oyei foram outro caso de desperdício. Tinha coisa pra desenvolver ali, com questões de confiança, dinheiro e inseguranças. Mas resolveram tudo num passe de mágica, e fim. O mesmo vale pro Kao, coitado, que merecia mais do que ser figurante no próprio tema que levantaram com ele.
E algumas cenas então… zero preparo. Aquela agressão do Ohm contra a Taem, que surgiu do nada só pra justificar o Yak chegar atrasado na festa? Preguiça. Esse tipo de artifício forçado pra mover o enredo é desleixo puro. Cena do Yak flagrando o Dee no apartamento do Ter? Forçada. Era óbvio que foi montada só pra gerar drama vazio. Dee não seguiu o próprio conselho que deu ao Yak, típica burrice conveniente. Nenhuma dessas reviravoltas teve construção de verdade. Foi tudo encaixado no grito e vai que cola.
Enfim… foi uma série com uma ideia boa, elenco maravilhoso, e roteiro que tentou muito, mas falhou em entregar. Faltou foco, faltou consequência real pras ações, faltou coerência nos personagens. Faltou emoção genuína. Mas eu assisti tudo. E não me arrependo nenhum pouco. Porque ver esses atores entregando tudo com o que tinham em mãos valeu a pena. Só queria que o roteiro tivesse feito por onde também.
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Uma história simples que me prendeu do jeito certo
Eu gostei de assistir essa série. Assim… não foi a minha preferida, de fato não foi. Mas é gostosinha, sabe? Dá um certo conforto, aquele tipo de história que você coloca pra ver e, do nada, percebe que está acolhida ali dentro. E o Winny e o Satang… meu Deus. Belíssimos. Eles entregaram tudo aqui, química, presença, aquele brilho que faz a gente acreditar nos personagens. Eles realmente deram alma ao romance, que é bem construído e tem uma doçura que combina com a vibe mais melancólica da série.O mistério em torno do Wave funciona muito bem: de onde ele apareceu, o que aconteceu com ele, por que ele parece sempre meio entre dois mundos. E aí, quando ele perde a memória pela segunda vez e volta a ser o príncipe Dawin, eu achei isso ainda mais interessante. A série ganha um fôlego novo, cria essa correria emocional pra recuperar a memória dele de novo. Não é a reviravolta mais revolucionária, mas é boa, é divertida de acompanhar, e faz sentido naquele universo.
E é isso que eu tenho gostado nesses novos BLs: eles finalmente saindo um pouco da mesmice de máfia, faculdade e colegial. Aqui eles apostam em outro clima, outra estética, e isso já deixa tudo mais refrescante. A fotografia ajuda muito, tem cenas tão bonitinhas e calorosas que dá vontade de pausar e só ficar olhando. E aqui isso fica claro: é uma trama simples, mas feita com carinho. E eu gostei bastante de acompanhar.
O Lava é fofíssimo, mesmo com toda aquela pose de durão, "Sou foda, e não me importo com ninguém!", Aham, tá bom. O Wave chega, quebra aquela casca inteira, e de repente o homem tá ali apaixonado, arriado os quatro pneus sem saber como lidar com os próprios sentimentos. Essa construção deles é uma delícia de ver, lenta, doce, e com um cuidado gostosinho de acompanhar.
E os personagens secundários? O tio do Lava e o médico são o puro açúcar. É aquele romance fofinho que equilibra o drama mais carregado do casal principal. A série inteira fica nessa divisão gostosa: o peso emocional com Wave e Lava, e do outro lado um casal que só quer ser feliz e dar beijinho na testa um do outro. Eu realmente amei acompanhar os dois núcleos.
No fim das contas, não é um 10… mas tá ali no topo do coração, sabe? Daqueles que você lembra com carinho, mesmo que não tenha sido perfeito. não muda sua vida, não reinventa o mundo BL, mas dá pra sentir que foi feito com coração. É uma daquelas histórias que você termina pensando: “é, eu gostei de estar aqui”.
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Perfeitinha
Que série boa. Puta que pariu, que série boa. Eu comecei achando que ia ser só putaria, tiro, porrada e ideologia, e no fim você tá lá, envolvida, emocionada, e revoltada junto com eles. A série sabe dosar os dramas, as confusões, as brigas, a adrenalina e ainda joga na nossa cara uma mensagem social forte. Eles falam de desigualdade, de gente poderosa esmagando os mais vulneráveis, de como o sistema é cruel... e aí vem um grupo de jovens, com traumas, defeitos e coragem, tentando virar essa mesa. Tem protesto, tem voz sendo conquistada, tem gente aprendendo a lutar de verdade. E essa construção da narrativa… meu Deus, que coisa bem pensada. A história cresce direitinho, começa no mistério, vai pro caos e vira um grito coletivo no final.Eu só não dou um 10 redondinho porque eu queria mais. O final me deixou com aquela sensação de “ué, cadê o resto?”. Eles são raptados, depois libertos, as coisas se movimentam ali, dizem que pagaram a fiança e estão em liberdade condicional, mas e o Tawi? O que realmente aconteceu com aquele homem? A gente vê o destino do Todd, o que o Black faz com ele, tudo bem amarradinho. Mas o vilão principal? Nada. Nenhum desfecho concreto. Zero explicações sobre as empresas dele, o tráfico de drogas, as consequências reais dos protestos. Só insinuações. Aí fica esse final meio aberto que não combina com o peso da história. E é por isso que não leva os 10 pontos que eu queria dar.
Agora, vamos falar de Off e Gun. Meu Deus do céu. Que química. É química de deixar a gente quieta olhando pra tela, sorrindo igual boba, sem nem perceber. Os dois entregam tudo. Eu sou apaixonada nesse casal, nessa conexão, nessa tensão que vira carinho do nada. E o Gun… não tem nem o que dizer. O homem carregou dois personagens nas costas como se fosse fácil. Palmas para ele. É tão nítida a diferença entre White e Black que chega a ser absurdo. O White é gentil, amoroso, cuidadoso. O Black é grosso, impulsivo, agressivo... e quando o Gun está em combate como Black, você vê nos olhos que é outro ser humano ali. Isso não é qualquer ator que entrega, não.
Mas não seria eu se eu não reclamasse de uma coisinha. A parte dos dublês de corpo. Meu Deus. Quando eles colocavam foco no rosto de um irmão e mostravam o outro só pela parte de trás, dava pra ver claramente quando não era o Gun. O dublê de Black ainda passa, mas o do White… meu pai amado. Quebrou a magia na hora. Eu entendo que é difícil gravar cena de gêmeos brigando, conversando e fazendo acrobacias, mas custava escolher um dublê que tivesse pelo menos a orelha do mesmo formato? O cabelo parecido? Um contorno de cabeça que não gritasse “sou outra pessoa”? Enfim. Pequena frustração, mas nada que estrague a experiência.
Fora isso, impecável. História boa, bem escrita, bem conduzida. Atuações maravilhosas, uma direção que acerta nos momentos emocionais e nas cenas de ação, e uma relevância social que até hoje deixa esse BL entre os mais comentados. Só fico triste por esse final faltando uma peça importante. Mas é aquela coisa: série de 2021, não dá pra mandar email pra empresa pedindo episódio extra.
Enfim, recomendo fortemente. É uma série forte, intensa e cheia de coração. Se tivesse fechado aquele arco final, seria um 10 com gosto. Mesmo assim, vale cada minuto.
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Theo é insuportável!
Enchanté foi uma daquelas séries que eu demorei uma vida pra assistir. Toda vez que eu via alguém comentando, era só gente falando mal, detonando, nota baixa… e aí, claro, eu desanimava. Mas aí eu resolvi criar coragem e fui ver com meus próprios olhos. E olha… realmente não é boa. Infelizmente, não é.Eu já não sou muito fã da atuação do Force e do Book. Não acho eles horríveis, mas também não consigo me empolgar com o jeito que eles atuam. O Book, pelo menos, tem uma energia animada que eu adoro, ele é carismático, contagia o ambiente. Mas o Force… ai, o Force pra mim é inexpressivo demais. E juntos, então, parece que a química trava. Aqui, principalmente, foi pior que o normal. Se nas outras vezes eles já não entregavam muito, dessa vez parece que nem tentaram. Você assiste e pensa “meu Deus, eles estão claramente atuando”, não passa emoção nenhuma. É tudo muito mecânico, muito forçado, e o resultado é uma história que já não é lá grandes coisas ficando ainda mais sem graça.
E falando em história… que história, né? Porque, olha, é bobinha demais. O drama é raso, e o Theo consegue ser um dos personagens mais chatos que eu já vi. Um egoístinha de primeira. Nem o carisma do Book conseguiu salvar. O menino inventa todo aquele circo de “Enchanté”, faz o Akk correr atrás dele, inventa todo aquele circo e aparece quatro falsos Enchanté, faz o colega fingir ser um, só pra no fim a gente descobrir que o tal Enchanté era ele mesmo, tudo pra fazer o Akk se confessar. E quando o Akk finalmente cai na dele, o que o Theo faz? Fica de birrinha a cada draminha chato que ele inventa naquela cabecinha oca dele.
E como se não bastasse, ele ainda fica puto porque descobre que os pais se separaram e o Akk não contou. Tipo… o que o Akk tem a ver com isso, meu filho? Que obrigação ele teria de te contar? E o Theo lá, revoltadinho, querendo que os pais voltem a ficar juntos, mesmo eles claramente não se amando mais. O filhinho mimado querendo forçar a família feliz. Ainda bem que a série não forçou esse final, porque aí seria o cúmulo. Ninguém merece viver o inferno no casamento por conta de filho marmanjo que não aceita a decisão dos pais.
Mas depois de todo auê de Enchanté, esse drama familiar, e de ficar com raivinha do Akk. O bonito simplesmente decide voltar pra França como se nada tivesse acontecido. E como de praxe o Akk larga tudo e vai correr atrás dele, e pronto, final feliz. Felizes pra sempre. Ai, que ódio. A série parecia não acabar nunca. Mesmo assistindo no 2x e pulando partes, parecia que os episódios eram infinitos. Dez episódios que mais pareciam vinte. Foi cansativo, maçante, e olha… eu realmente só terminei pra não deixar pela metade.
No fim, Enchanté é aquele tipo de série que eu não recomendo pra ninguém, mas também não julgo quem quiser assistir. Só vá sabendo que é lenta, rasa e com um protagonista que dá vontade de gritar “meu filho, cresce!”. Porque, sinceramente, foi difícil. Muuuito difícil.
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Mu-Te-Luv: Fortune Says Hi
Ok, essa série vai ser dividida em histórias/arcos, e, pelo que parece, serão sete no total. Então vou comentando cada um conforme for saindo e, no fim, dou meu parecer geral. Começando pelos quatro primeiros episódios, Mu-Te-Luv: Fortune Says Hi, que conta a história de dois garotos: Err e Mawin. Os dois são superdotados e competem por uma bolsa de estudos no exterior, mas o Mawin tem um “algo a mais” que deixa tudo mais divertido de assistir.Eles são fofíssimos, de verdade. Eu bato palmas pros dois atores porque conseguiram me encantar de um jeito muito natural. O Mawin tem aquele jeitinho mais fechado, introspectivo, super concentrado no que gosta, principalmente nos programas de rádio que ele ouve. Quando ele começa a falar todo felizinho sobre isso para o Err me deixou toda bobinha de amores, ele é muito fofo.
Já o Err é mais aberto, e cheio de energia. Ele provoca, puxa conversa, e tem essa vibe leve que acaba quebrando a barreira que o Mawin ergue ao redor de si. O contraste entre os dois é ótimo de assistir: um é reservado e observador, o outro é expressivo e meio bagunceiro no melhor sentido possível. A dinâmica entre eles funciona direitinho. Tem química, tem essa tensãozinha adolescente cheia de olhares demorados e sorrisos contidos. É impossível não ficar com um sorrisinho bobo assistindo os dois juntos.
Apesar de ser um clichêzinho colegial do tipo enemies to lovers, foi bem feito. Conseguiu me deixar com o coração quentinho e, pra ser bem honesta, até as partes mais emocionais me deixaram emotiva. É simples, nada muito mirabolante, só uma história leve, com dois garotos encantadores e uma construção que faz você querer continuar assistindo.
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Fofo demais pra durar tão pouco
Essa série me deixou com aquele sorrisinho bobo no rosto a maior parte do tempo, porque a série é simplesmente fofa e cativante, mas também tem aqueles momentos que fazem a gente revirar os olhos. Eu acompanhei o webtoon antes, então a minha relação com os personagens já era intensa: Aejun me conquistou de cara, aquele jeito doce e meio atrapalhado que é impossível não torcer, e confesso que senti raiva do SiYeol em quase todos os capítulos do webtoon. Aqui, curiosamente, eles deram uma suavizada no SiYeol e, honestamente, funcionou. Não que ele tenha ficado perfeito, mas a versão da série faz ele ser mais suportável sem destruir a dinâmica do casal principal.Falando do casal principal, a química entre Aejun e SiYeol é de cair o queixo, daquele tipo que te faz torcer por cada olhar, toque ou mal-entendido, mesmo quando a série dá aquela escorregada em algumas situações convenientes demais pra aproximá-los. Mas eu relevo, porque o encanto deles é real: a relação cresce devagar, tem uma tensão leve, umas confusões que me fizeram rir e uns momentos fofos que me fizeram ficar sorrindo feito boba. E, sério, não dá pra ignorar o lado mais sombrio do SiYeol. O safado ainda tem aquele jeitinho manipulador do webtoon, mas aqui fica mais divertido e menos canalha (no webtoon ele se aproveita sexualmente do Aejun e isso é repugnante), ele tentou fazer o Aejun se apaixonar por ele pra atingir o ex do Juha. Só que ele não tinha ideia de que o pobre Aejun era totalmente inocente. No fim, o pobre coitado acabou só sendo vítima das loucuras do SiYeol, e ver isso acontecer foi triste e desconcertante ao mesmo tempo. Dá pra sentir que o SiYeol é metido a esperto e safado, mas não fazia ideia de quão puro e desavisado o Aejun realmente era.
O que mais me deixou frustrada foi como a série acabou rápido demais. Sério, em menos de duas horas eu já tinha visto tudo e fiquei com aquele vazio de “quero mais”, porque cada cena, cada interação era tão gostosa que dava vontade de ficar lá dentro por horas. Eu queria me perder nesse mundo junto com eles, rir com o Aejun, me irritar com o SiYeol, sentir cada pequeno momento da amizade com o Juha. Apesar de ser tão curtinha, cada minuto realmente valeu a pena. Dá pra ver que eles captaram bem o espírito do webtoon, como os personagens se comportam, como se olham, como erram e se entendem. Saí da série com aquele sentimento doce, de satisfação misturado com vontade de socar o SiYeol de leve e pedir mais capítulos pra poder respirar e viver mais com esse povo que conquistou meu coração.
No fim, My Bias Is Showing deixou aquele gostinho de quero mais. Além do romance fofo e cativante entre Aejun e SiYeol, o que realmente me marcou foi a breve amizade do Aejun com o Juha. Eles têm uma química natural, aquela parceria divertida e cheia de pequenas provocações que acrescenta tanto à história e ao crescimento do Aejun. Fica claro que a série poderia render muito mais explorando essas conexões, mas infelizmente é curta demais. Mesmo assim, eu saí com um sorriso no rosto, torcendo pelos protagonistas e imaginando todas as cenas extras que poderiam existir. Definitivamente merecia uma continuação, e eu adoraria ver mais desse mundo, mais dessa amizade e mais do Aejun crescendo com quem ele ama e quem ele considera família.
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Forte, sensível e muito bem contado
Comecei a assistir achando que ia ser só mais um BL escolar com toque de mistério, mas aos poucos ele foi se revelando muito mais do que isso. A forma como a história é construída me prendeu de um jeito que nem percebi. Quando vi, já estava totalmente envolvida com aquele colégio cheio de regras absurdas, com os segredos, as dúvidas, os medos e tudo o que vai sendo jogado na nossa cara com uma delicadeza firme.O que mais me marcou é como a série consegue passar uma mensagem importante sem ser óbvia. Fala sobre questionar o que nos foi imposto, sobre ter coragem de ser quem a gente é, mesmo quando tudo ao redor diz o contrário. E isso, pra mim, bateu fundo. Porque às vezes a gente esquece o quanto é importante olhar pro que nos incomoda, pro que nos oprime, e The Eclipse faz isso de forma sensível, mas firme. Tem gente que precisa ouvir isso. Tem gente que vai se ver ali, e talvez entenda coisas que não conseguia nomear antes.
E o melhor é que o romance entre o Akk e o Ayan não rouba a cena, ele soma. A história dos dois é construída no tempo certo, com cuidado, com camadas. Nada parece forçado, nada é jogado só pra agradar. E o mais bonito é ver como o sentimento deles cresce junto com o que eles estão descobrindo sobre si mesmos e sobre o mundo em que vivem. É tudo muito bem amarrado e sincero. Dá gosto de acompanhar. E foi bom ver um BL que não precisou apelar pro físico, nem deixar a trama de lado, pra focar só no casal. Aqui, tudo anda junto, e isso faz toda a diferença.
Claro que nem tudo é perfeito. Teve momentos em que senti o ritmo cair, alguns personagens que podiam ter sido mais bem aproveitados, e cenas que poderiam ter tido mais impacto emocional. Mas isso não apagou a força do que foi entregue. Pelo contrário. A série foi até o fim com coerência e com uma mensagem que ficou em mim depois dos créditos.
No fim das contas, The Eclipse não é só uma história sobre dois garotos se apaixonando. É uma história sobre coragem, liberdade e transformação. Me fez pensar, me fez sentir, e me deixou com vontade de que mais gente veja, especialmente quem precisa ouvir o que essa série tem pra dizer. Porque não é só bonito de assistir, é importante também.
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Knock Out entregou tudo que eu queria (e mais um pouco)
Eu já fui ver essa série pensando “lá vem mais um BL de ação que vai pecar feio em alguma coisa”, porque, vamos combinar, normalmente ou exageram no romance, ou enchem de drama inútil, ou o roteiro vira uma colcha de retalhos. Mas esse aqui? Me calou a boca bonito.A história começa com o Keen, todo certinho, recém-formado, fazendo entrevista de emprego. A vida tá indo, até que vem o tapa: ele recebe a notícia que o pai morreu. Pior? Ele gasta tudo que tem com o funeral e descobre que o pai deixou uma dívida gigante com agiotas. E aí, sem saída, vai parar num ginásio de Muay Thai, o Petchsak, tentando se esconder e achar um jeito de pagar o que não é culpa dele.
E é nesse ginásio que ele conhece o Than, um lutador famoso que largou as lutas e se trancou num mundinho gelado. Só que aí entra o Keen com aquela paciência e jeito de ir quebrando o gelo, devagar, até que… pronto, começa a nascer aquele negócio que a gente adora: olhares demorados, tensão no ar, toques que não são só por acaso. E o romance aqui é bem construído, nada de pular do nada pro “eu te amo”. Ele vai crescendo junto com a história, misturado com o drama, com o peso do que eles vivem e com as cenas de luta que têm um impacto emocional de verdade.
O mais louco é que a série consegue equilibrar tudo de um jeito que surpreende. Tem ação na medida certa, drama que realmente faz sentido, romance que cresce de forma natural e, pra completar, até o casal secundário tem peso na história, não estão ali só pra preencher cena ou servir de enfeite. Tudo é bem amarrado, sem aquelas pontas soltas que só irritam e fazem a gente perder o interesse. Claro, não é perfeita: algumas cenas de luta acabam ficando previsíveis, e em certos momentos eu queria ver mais desenvolvimento fora do romance, mais camadas na trama. Mas, sinceramente? Nada disso foi suficiente pra apagar o brilho que Knock Out tem, ele tem uma energia própria que faz você ficar grudada do começo ao fim.
Os protagonistas carregam a série com uma força que impressiona, é como se tudo girasse em torno deles, e, honestamente, sem a química absurda que rola entre os dois, simplesmente não funcionaria tão bem. A produção é super caprichada, a estética é visualmente linda, e o Muay Thai não está ali só como um cenário qualquer; ele é parte fundamental da alma da história, uma extensão das emoções e dos conflitos dos personagens. Cada soco, cada treino intenso, carrega um peso emocional que conecta diretamente com o que eles estão enfrentando na vida, fazendo a gente sentir, de verdade, o drama e a luta pessoal de cada um.
Resumo do meu surto: Knock Out foi uma das melhores surpresas de 2025 no BL. Se você gosta de química real, ação bem feita e uma trama que prende de verdade, vai fundo. Só vai preparada, porque a cada episódio você vai se pegar torcendo, suspirando e, de vez em quando, se perguntando como demorou tanto pra achar essa série.
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Muito além do espelho: uma história sobre memória, dor e humanidade
Como a review acabou ficando bem extensa, precisei resumir para postar aqui. Mas, para quem quiser ler a versão completa, na íntegra, é só acessar o link abaixo:https://docs.google.com/document/d/1P-OyAjfsqBFm5MZ1IRi4IWWbzhQsxgbiOiFlzVgvIS0
Quando comecei Mystique in the Mirror, achei sinceramente que estava entrando em algo bem mais simples. A impressão inicial era de mais uma história sobre um homem vendo uma “assombração” no espelho, aquele velho misterioso que parecia existir só para causar estranhamento. Quase um clichê. Mas a série foi, aos poucos, arrancando esse tapete debaixo dos meus pés e deixando claro que o que ela queria contar não tinha nada a ver com fantasmas, e sim com a bagunça cruel que acontece dentro de uma mente sendo destruída pelo Alzheimer.
O que mais me pegou foi justamente isso: a forma como a narrativa coloca a gente dentro da cabeça do Alan. Nada é explicado de forma didática, nada vem mastigado. A confusão, os lapsos, as repetições, as relações que parecem estranhas ou deslocadas… tudo faz parte da experiência. A série não tem pressa, não corre atrás de impacto fácil, e exige atenção. É desconfortável em vários momentos, mas de propósito. Você sente a insegurança, o medo de não saber o que é real, a angústia de perceber que algo está errado e não conseguir nomear.
Não é uma série focada em romance no sentido tradicional, e acho até importante avisar isso. O BL aqui existe, mas ele vem muito mais como memória, afeto e ausência do que como idealização romântica. O centro da história é a perda, de si, do outro, do tempo. E é isso que faz essa serie mexer tanto comigo. A forma como ela aborda a loucura, a deterioração mental e o apego a lembranças felizes é dolorosa, sensível e, em vários momentos, devastadora.
Não é uma obra para todo mundo. Quem procura algo rápido, leve ou cheio de cenas românticas talvez não se conecte. Mas, para quem se permite entrar nesse ritmo mais introspectivo, a série entrega uma experiência forte e diferente. Minha review completa, com spoilers e uma análise bem mais detalhada, acabou ficando grande demais para postar aqui. Quem quiser ler tudo, na íntegra, pode acessar pelo link que deixei no inicio. Vale o aviso: é textão e é spoiler pesado.
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E lá vem textão... E alerta MUUUUITO spoiler...
Terminei Pit Babe 2 e olha… que farofada. Tô até agora digerindo o caos, os poderes, as corridas e o tanto de DR mal resolvida. A série é maluca? É. Tem furo de roteiro? De mais. Mas eu assisti tudo colada na tela porque, apesar de tudo, é viciante. E o coração dela ainda é o casal que dá nome ao rolê: Charlie e Babe.Charlie e Babe continuam entregando tudo. O drama, o ciúme, as indiretas passivo-agressivas e o amor que, no fim, segura tudo mesmo quando o roteiro parece que foi escrito em cima de uma moto a 180km/h. Charlie tá ainda mais intenso, às vezes frio demais, cheio de segredos e Babe mais uma vez tentando entender o que tá acontecendo ao redor dele enquanto o mundo explode. O Babe merecia um abraço e uma terapia, mas pelo menos ele começa a se posicionar mais nessa temporada, o que me fez gostar ainda mais dele. E a química? Continua ótima. É aquele tipo de casal que briga, se afasta, faz as pazes e você fica presa querendo ver o que vai dar.
Alan e Jeff são meu segundo casal favorito, sem nem pensar. Eles são doces, têm uma vibe que acalma no meio do surto geral da série. O Jeff é todo contido, o Alan todo intenso, e juntos funcionam lindamente. Se tivesse mais espaço pra eles, eu nem reclamava, inclusive queria uma série só com os dois se descobrindo, brigando por bobagem e se abraçando na chuva. Eu posso sonhar?
Mas preciso dizer: a situação do Alan ter traído o pessoal me incomodou demais. E nem é pelo puro egoísmo do personagem, porque, sinceramente, isso dava pra trabalhar com mais camadas. O que pegou mesmo foi a cara de conveniência de roteiro. Aquilo ali foi jogado claramente só pra fazer a trama andar, gerar conflito e forçar uma confusão. Não teve construção, nem peso emocional o suficiente pro que aquilo significava entre eles. Foi tipo: "precisamos de drama aqui, então vamos fazer o Alan agir fora do personagem por um episódio". E isso quebra um pouco a conexão que a gente já tinha com ele. Ele merecia uma abordagem mais cuidadosa, não só um empurrão dramático artificial.
Agora, Tony voltando dos mortos… Senhor amado, eu fiquei igual ao Babe: sem entender absolutamente nada. Um minuto ele tá morto, no outro tá vivo, e ainda mais malvado, e criando novos super-humanos. Essa parte dos poderes ficou meio jogada, confusa, mas até que visualmente bonita, vai. Tem umas cenas que eu achei puro videoclipe, e não tô reclamando.
Mas vou ser sincera: achei uma forçação de barra absurda esse negócio dele ser imortal. Tipo… sério? O Tony simplesmente nasceu assim e pronto??? Cadê a explicação plausível? Qual é o nível de “normalidade” disso nesse universo? Porque a série nunca deixou claro se esse é um mundo onde pessoas com poderes surgem naturalmente ou se o Tony é uma entidade divina perdida num circuito de corrida tailandês. Ele é o único assim? Existe uma mitologia por trás? Ou ele só existe pra mover a trama como se fosse um chefe final de videogame? Faltou contexto. Faltou um “porquê” que fizesse sentido dentro da lógica da série. E aí o impacto da coisa toda fica mais visual do que emocional, bonito de ver, mas difícil de engolir.
Willy, o piloto novo, chegou do nada ganhando corrida e querendo pegar o Babe. Um pouco forçado? Talvez. Mas ele serviu pra botar fogo nas inseguranças do Charlie, e isso sempre gera conteúdo, porque quando o Charlie começa a surtar de ciúme, a gente sabe que o drama tá garantido. Só que, mesmo com esse potencial, o Willy ficou parecendo mais acessório de roteiro do que um personagem com real propósito. Ele apareceu muito, mas a profundidade dele ficou na superfície.
A explicação de como ele ganhou poderes então… totalmente rasa. A gente só vê o Willy apanhando numa briga de rua, quase morrendo e, do nada, acordando num laboratório estilo ficção científica de baixo orçamento, onde o Tony resolve fazer dele um ratinho de cobaia. E pronto. Não tem construção, não tem motivação, não tem uma linha de raciocínio que ligue ele ao Tony, como se o Tony tivesse uma bola de cristal e resolvesse salvar um aleatório da sarjeta pra transformar em super corredor.
Faltou mostrar por que o Tony escolheu o Willy, como ele o encontrou, se havia algo especial nele ou se era só conveniência de roteiro mesmo. Porque do jeito que foi apresentado, parecia mais uma desculpa pra criar tensão no triângulo amoroso e botar um corpo novo na pista, literalmente. O Willy poderia ter sido um personagem interessante, com um arco de redenção ou dilema moral, mas ficou nisso: o bonitão misterioso que corre bem, dá em cima do Babe e vira cobaia de vilão sem muito sentido.
Os outros casais, Kenta e Kim, Pete e Chris, Sonic e North, até tinham um chão bom pra crescer, mas a série passou o trator em cima.
Kenta e Kim tinham tudo pra ser um casal calmo, com desenvolvimento gradual, daqueles que vão construindo intimidade aos pouquinhos, no meio do caos. A vibe deles era bonitinha, quase terapêutica, sabe? O Kenta é todo contido, cheio de fantasmas do passado e traumas que claramente ainda o afetam. E o Kim apareceu como aquele tipo de pessoa que tem paciência, que sabe escutar, que poderia ser o porto seguro pra esse coração quebrado. Só que a série passou correndo por cima disso, literalmente. Eles apareciam em cena só o suficiente pra gente perceber que havia alguma coisa ali, mas não deu tempo de desenvolver nada. Não teve conversa profunda, nem um momento real de vulnerabilidade entre eles. Podiam ter explorado o Kenta tentando confiar de novo, baixar a guarda, e o Kim sendo o apoio silencioso, aquele tipo de parceiro que cuida e trata as feridas do passado. Tinha tanto potencial pra ser um casal sensível, que cresce na base do cuidado e do afeto, mas a série preferiu enfiar mais plot de laboratório do que mostrar o que realmente importa: sentimento. Uma pena, porque dava fácil pra ter feito a gente se apaixonar por eles.
Sonic e North também ficaram no quase. Eles têm aquela energia de "a gente tem história", tipo ex com ressentimento mal resolvido, e toda vez que se cruzavam dava pra sentir uma tensão que pedia mais tempo de tela. Esse é um casal que merecia destaque. A gente acompanha a amizade deles desde a primeira temporada, e sempre rolava aquele sentimento de que havia algo a mais ali, uma intensidade nas trocas de olhares, que nunca era totalmente explicada. Agora, com mais tempo juntos e maturidade, dava pra brincar com essas possibilidades, explorar o que aconteceu entre eles no passado, se foi amor, mágoa, orgulho ferido… mas deixaram de lado, infelizmente. A série tinha tudo pra transformar essa relação num reencontro potente, cheio de camadas, mas preferiu mergulhar no caos sobrenatural e deixar Sonic e North jogados no fundo da pista, como se fossem figurantes da própria história. Uma oportunidade desperdiçada de entregar drama de qualidade.
Chris e Pete: eu preciso respirar fundo pra falar. Porque, assim, o Chris entrou na série e meu cérebro bugou. Ele é muito parecido com o Way, aquele mesmo Way da primeira temporada, que morreu e deixou todo mundo devastado. Não só fisicamente, mas na aura, no olhar intenso, no jeito meio calado e cheio de mistério. Era como se o próprio Way tivesse voltado de outro plano, com outra identidade. Foi estranho no começo, confesso, mas depois virou interessante… e aí a série largou a história no meio do caminho. O choque maior veio quando descobrimos que o Chris, na real, é irmão gêmeo do Way. E mais: filho do Tony. Tipo… oi? Isso tinha um potencial absurdo. O que isso significa pro universo da série? O Tony já estava fazendo experimentos há décadas? O Chris foi criado separado, sabia quem era o pai dele? Ele conhecia o irmão gêmeo? Gente, isso daria um arco inteiro cheio de revelações, conflitos internos e reencontros emocionais. Mas a série simplesmente joga a informação no nosso colo e sai correndo. Nenhuma explicação mais profunda, nenhuma reação realista dos personagens. Só: “ah, ele é filho do vilão imortal e irmão do falecido, segue o baile”. Fiquei frustrada.
E o Pete… ai, o Pete merecia bem mais. Um personagem doce, que já vinha da primeira temporada carregando a dor da perda do Way, e agora se vê atraído por alguém que é literalmente igual ao amor que perdeu. Isso é drama puro! Só que entregaram tudo às pressas, só insinuações, olhares longos, umas cenas rápidas e pronto. Nem tempo pra gente mergulhar nesse mar de sentimentos confusos eles deram. A relação dos dois ficou no raso, nas migalhas. Uma pena, de verdade, porque o elenco segurava fácil esse peso todo. A química existia, o roteiro que faltou coragem (ou tempo de tela mesmo) pra ir mais fundo.
As corridas continuam boas, viu? A produção caprichou nas cenas, e eu gostei dos efeitos com os poderes. O roteiro, como sempre, é aquela mistura de BL, dorama sobrenatural e fanfic caótica escrita por uma adolescente de 15 anos no auge da inspiração. Tem umas cenas que não fazem sentido, uns cortes estranhos, personagem que some do nada e volta agindo como se nada tivesse acontecido. A série peca nos excessos. Tem personagem demais, subtrama demais, e tempo de menos pra desenvolver tudo com o cuidado que merecia. Treze episódios é muito pouco pra dar conta de uma história que mistura corridas, poderes sobrenaturais, romances entrelaçados, conspirações científicas, traições, supostas reencarnações e ainda tenta entregar momentos emocionantes com cada casal. É muita coisa pra pouco tempo de tela. O resultado? Vários personagens ótimos acabaram com arcos corridos, ou simplesmente largados no meio do caminho. Casais como Kenta e Kim, Sonic e North, Chris e Pete... todos tinham material de sobra pra ter uma série própria. E se tivessem, a gente assistiria com gosto. Porque o potencial tá ali. Tá nos olhares não ditos, nas dores mal resolvidas, nas tensões que a série planta e nunca colhe de verdade.
Pit Babe 2 não é perfeita, longe disso. Mas mesmo com seus furos, exageros e escolhas questionáveis, ela entrega emoção. Ela prende. Ela faz a gente rir, chorar, xingar a tela e suspirar por um casal específico (ou cinco). É uma bagunça? É. Mas é uma bagunça deliciosa. E se amanhã anunciar uma terceira temporada, com metade do elenco de volta, ainda mais poderes aleatórios e mais corridas… pode ter certeza que eu vou estar lá.
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Jack & Joker: U Steal My Heart! (Uncut Ver.)
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Se fosse só pelo final e pelas piadas, eu dropava… mas Joker não deixou <3
Eu entrei nessa série porque adoro BL com ação, e acabei ficando pelo drama, pela dor e, principalmente, pelo Joker. A luta dele pra ser aceito, pra ter espaço num mundo que só quer moldá-lo, me tocou. Foi impossível não me apegar. O Jack também tem seu peso na história, com dilemas fortes e uma trajetória difícil, mas foi o Joker que ficou comigo.A série manda muito bem na ação, e nisso ela não decepciona nem por um segundo. As coreografias são incríveis, bem filmadas e muito bem executadas. Eu cheguei a achar que os atores eram lutadores na vida real, de tanto que mandaram bem. As cenas são intensas, bem dirigidas, e conseguem ser emocionantes mesmo nos momentos mais técnicos. A parte visual ajuda muito também, com um clima tenso e urbano que combina com o enredo, apesar de alguns efeitos especiais não serem tão bons assim.
Agora… se você tá procurando romance, talvez não seja aqui. A relação entre o Jack e o Joker é linda, cheia de nuances, cumplicidade e até desejo ali no meio, mas não chega a tocar como um romance de verdade. Falta desenvolvimento, falta profundidade emocional entre os dois. O carinho existe, a conexão existe, mas tudo é muito mais sugerido do que vivido. Então, se sua expectativa for o romance, pode bater uma frustração. Mas se o foco for ação e drama bem feitos, vai fundo sem medo. Nem mesmo os personagens secundários vivem um romance de fato visível, tudo é muito sugerido, tudo é muito "a gente namora tá, não esqueçam disso" e seguem agindo mais como amigos íntimos que como casal de fato.
Sobre o final, não foi exatamente satisfatório, não vou mentir. E não tô nem falando do Save ter... vocês sabem o quê. É mais esse clima de “todo mundo bonzinho” no fim, como se tudo tivesse se resolvido com um abraço e um laço de fita bonito por cima. Sabendo o tipo de mundo que eles vivem, comandado por ricaços, corrupção, violência e esquemas pesados, esse felizes para sempre não convence tanto assim. Mas mesmo assim, dentro da proposta da série, foi um final decente.
Agora, vamos falar de um ponto que me doeu fisicamente: as cenas “cômicas”. Gente… teve umas que eu precisei pular real. A vergonha alheia bateu com força. E o auge pra mim foi o Jack Cachorro. Aaaaaaaaaa. Que dor. Que dor. Parecia que eu tava assistindo outra série por alguns minutos. Essas tentativas forçadas de alívio cômico não funcionaram comigo, só quebravam o clima e me tiravam totalmente da imersão.
Mesmo com esses tropeços, Jack and Joker ainda entrou pros meus favoritos. Pela carga emocional, pelos personagens e pelas lutas incríveis. Não é perfeito, mas é marcante.
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